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"Um Poeta sonhador Um amante do Amor Um negro questionador Um eterno lutador" "Poesia é arte de viver Ser poeta é também crer Na verdade na história Na ilusão Sem demora"

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O mito de narciso


Narciso era filho do deus-rio Cephisus e da ninfa Liriope, e era um jovem de extrema beleza. Porém, à despeito da cobiça que despertava nas ninfas e donzelas, Narciso preferia viver só, pois não havia encontrado ninguém que julgasse merecedora do seu amor. E foi justamente este desprezo que devotava às jovens a sua perdição.Pois havia uma bela ninfa, Eco, amante dos bosques e dos montes, companheira favorita de Diana em suas caçadas. Mas Eco tinha um grande defeito: falava demais, e tinha o costume de dar sempre a última palavra em qualquer conversa da qual participava.Um dia Hera, desconfiada - com razão - que seu marido estava divertindo-se com as ninfas, saiu em sua procura. Eco usou sua conversa para entreter a deusa enquanto suas amigas ninfas se escondiam. Hera, percebendo a artimanha da ninfa, condenou-a a não mais poder falar uma só palavra por sua iniciativa, a não ser responder quando interpelada.Assim a ninfa passeava por um bosque quando viu Narciso que perseguia a caça pela montanha. Como era belo o jovem, e como era forte a paixão que a assaltou! Seguiu-lhe os passos e quis dirigir-lhe a palavra, falar o quanto ela o queria... Mas não era possível - era preciso esperar que ele falasse primeiro para então responder-lhe. Distraída pelos seus pensamentos, não percebeu que o jovem dela se aproximara. Tentou se esconder rapidamente, mas Narciso ouviu o barulho e caminhou em sua direção:- Há alguém aqui?- Aqui! - respondeu Eco.Narciso olhou em volta e não viu ninguém. Queria saber quem estava se escondendo dele, e quem era a dona daquela voz tão bonita.- Vem - gritou.- Vem! - respondeu Eco.- Por que foges de mim?- Por que foges de mim?- Eu não fujo! Vem, vamos nos juntar!- Juntar! - a donzela não podia conter sua felicidade ao correr em direção do amado que fizera tal convite.Narciso, vendo a ninfa que corria em sua direção, gritou:- Afasta-te! Prefiro morrer do que te deixar me possuir!- Me possuir... - disse Eco.Foi terrível o que se passou. Narciso fugiu, e a ninfa, envergonhada, correu para se esconder no recesso dos bosques. Daquele dia em diante, passou a viver nas cavernas e entre os rochedos das montanhas. Evitava o contato com os outros seres, e não se alimentava mais. Com o pesar, seu corpo foi definhando, até que suas carnes desapareceram completamente. Seus ossos se transformaram em rocha. Nada restou além da sua voz. Eco, porém, continua a responder a todos que a chamem, e conserva seu costume de dizer sempre a última palavra.Não foi em vão o sofrimento da ninfa, pois do alto, do Olimpo, Nêmesis vira tudo o que se passou. Como punição, condenou Narciso a um triste fim, que não demorou muito a ocorrer.Havia, não muito longe dali, uma fonte clara, de águas como prata. Os pastores não levavam para lá seu rebanho, nem cabras ou qualquer outro animal a freqüentava. Não era tampouco enfeada por folhas ou por galhos caídos de árvores. Era linda, cercada de uma relva viçosa, e abrigada do sol por rochedos que a cercavam. Ali chegou um dia Narciso, fatigado da caça, e sentindo muito calor e muita sede.Narciso debruçou sobre a fonte para banhar-se e viu, surpreso, uma bela figura que o olhava de dentro da fonte. "Com certeza é algum espírito das águas que habita esta fonte. E como é belo!", disse, admirando os olhos brilhantes, os cabelos anelados como os de Apolo, o rosto oval e o pescoço de marfim do ser. Apaixonou-se pelo aspecto saudável e pela beleza daquele ser que, de dentro da fonte, retribuía o seu olhar.Não podia mais se conter. Baixou o rosto para beijar o ser, e enfiou os braços na fonte para abraça-lo. Porém, ao contato de seus braços com a água da fonte, o ser sumiu para voltar depois de alguns instantes, tão belo quanto antes.- Porque me desprezas, bela criatura? E por que foges ao meu contato? Meu rosto não deve causar-te repulsa, pois as ninfas me amam, e tu mesmo não me olhas com indiferença. Quando sorrio, também tu sorris, e responde com acenos aos meus acenos. Mas quando estendo os braços, fazes o mesmo para então sumires ao meu contato.Suas lágrimas caíram na água, turvando a imagem. E, ao vê-la partir, Narciso exclamou:- Fica, peço-te, fica! Se não posso tocar-te, deixe-me pelo menos admirar-te.Assim Narciso ficou por dias a admirar sua própria imagem na fonte, esquecido de alimento e de água, seu corpo definhando. As cores e o vigor deixaram seu corpo, e quando ele gritava "Ai, ai", Eco respondia com as mesmas palavras. Assim o jovem morreu.As ninfas choraram seu triste destino. Prepararam uma pira funerária e teriam cremado seu corpo se o tivessem encontrado. No lugar onde faleceu, entretanto, as ninfas encontraram apenas uma flor roxa, rodeada de folhas brancas. E, em memória do jovem Narciso, aquela flor passou a ser conhecida pelo seu nome.

Dizem ainda, que quando a sombra de Narciso atravessou o rio Estige, em direção ao Hades, ela debruçou-se sobre suas águas para contemplar sua figura.

Contradições dos evangelicos


saopaulo.jpgMateus e Marcos afirmam enfaticamente que os discípulos de Jesus abandonaram tudo para seguí-lo, sem sequer perguntar antes quem ele era. Em Mateus, lê-se que Jesus teria afirmado que não viera para abolir as leis de Moisés. Contudo, esta seria uma afirmativa sem sentido algum, visto que hoje sabemos que os livros atribuídos a Moisés são apócrifos. Segundo João, quando Jesus falou ao povo, foi por este acatado e proclamado rei de Israel aos gritos de “Hosanna”. Mas, um pouco adiante, ele se contradiz, afirmando que o povo não acreditou em Jesus, e praguejando contra ele, o ameaçava a ponto de ele ter procurado se esconder.
Mateus diz que Jesus entrou em Jerusalém vitoriosamente quando a multidão o teria recebido de modo festivo, e marchando com ele, cobria o chão com folhas, flores e com os próprios mantos, gritando: “Hosanna ao Filho de David! Bendito seja o que vem em nome do Senhor!” Aos que perguntavam quem era, respondiam “Este é Jesus, o profeta de Nazaré da Galiléia”. No entanto, outros evangelistas afirmam que ele era um desconhecido em Jerusalém. Disseram que Pilatos estava convencido da inocência de Jesus, razão pela qual teria tentado salvá-lo, o abandonando logo em seguida, indefeso e moralmente arrasado.
João faz supor que Pilatos teria deixado que matassem Jesus, temendo que denunciassem sua parcialidade ao imperador. Se ele não castigasse a um insurreto que se intitulava rei dos judeus, estaria traindo a César. No entanto, tal atitude por parte de Pilatos não combina com o seu retrato moral, pintado por Filon. Era um homem duro e tão desumano quanto Tibério.
A vida de mais um ou menos um judeu, para ambos, era coisa da pouca importância. Filon faz de Pilatos um carrasco e mostra que ele, em Jerusalém, agia com carta branca. Além disso, as reações de Pilatos com Tibério eram quase fraternais e ele era um delegado de absoluta confiança do imperador. Mas como os Evangelhos foram compostos dentro dos muros de Roma, teriam de ser de modo a não desagradar às autoridades Imperiais. Pilatos foi posto nisso apenas porque os bens e a vida dos judeus estavam sob sua custódia. Entretanto, como a ocupação romana foi feita em defesa dos judeus ricos, contra os judeus pobres e os renegados do deserto, as autoridades romanas temiam muito mais ao povo do que a Roma.
Além disso, muitas eram as razões para não gostarem de Pilatos nem de Herodes Antipas. Eles eram antipáticos aos judeus pobres, por isso teriam temido a ira popular. Esta é a razão apresentada pelos historiadores que levam a sério os Evangelhos, justificando assim o perdão do criminoso Bar Abbas e a condenação do inocente Jesus. Entretanto, se as legiões romanas realmente ali estivessem naquela época, nem Pilatos nem Herodes tomariam em consideração a opinião do povo, porque se sentiriam garantidos nos seus postos. Além disso, a opinião popular é fator ainda bem novo na técnica de formação dos governos. Tudo o que sabemos é o que está nos Evangelhos. Jesus era um homem do povo e um dos que temiam o governo.
Por isso é que em Marcos 16:7 encontraremos Jesus aconselhando os discípulos a fugirem. Em Lucas 10:4 Jesus está aconselhando aos discípulos a não falarem com ninguém em suas viagens. Em Mateus 35:23 encontraremos Jesus reprovando os judeus que haviam assassinado Zacarias, filho de Baraquias, entre o adro do templo e o altar. A história, no entanto, afirma ser esse episódio imaginário.
Flávio Josefo relata um acontecimento semelhante, registrado no ano 67, 34 anos após a pretensa morte de Jesus, referindo-se no caso a um homem chamado Baruch. Isto evidencia o descuido dos compiladores dos Evangelhos, que os compuseram sem levar em conta que, no futuro, as contradições neles encontradas seriam a prova da inautenticidade dos fatos relatados. Nicodemos, que teria sido um fariseu rico, membro de Senedrin, homem de costumes moderados e de boa fé, não se fez cristão, apesar de ter agido em defesa de Jesus contra os próprios judeus. Por certo ele, como João Batista, não se convenceram da pretensa divindade de Jesus Cristo, nem mesmo se entusiasmaram com suas pregações.
Outra ficção evangélica é debitada a Paulo, o qual inventou um Apolo, que não figura entre os apóstolos e em nenhum outro relato. Em Atos dos Apóstolos 18, lê-se: “Veio de Éfeso um judeu de nome Apolo, de Alexandria, homem eloqüente e muito instruido nas Escrituras. Este era instruído no caminho do Senhor, falando com fervor de espírito, ensinando com diligência o que era de Jesus, e somente conhecia João Batista. Com grande veemência convencia publicamente os judeus, mostrando-lhes pelas Escrituras que Jesus era o Cristo”. Seria um judeu fiel ao judaísmo que, segundo Paulo, procurava levar seus próprios patrícios para o Cristo? Na epístola I aos Coríntios, diz que: “Apolo era igual a Jesus”.
Paulo, já no fim do seu apostolado, afirma que o imperador Agripa era um fariseu convicto, e que sua religião era a melhor que então existia. Era, assim, um divulgador do cristianismo afirmando a excelência do farisaísmo. Falando de Jesus, Paulo descreve apenas um personagem teológico e não histórico. Não se refere ao pai nem à mãe de Jesus, sendo um ser fantástico, uma encarnação da divindade que viera cumprir um sacrifício expiatório, mas não fala do modo como teria sido possível a encarnação. Não diz sequer a data em que Jesus teria nascido. Não relata como nem quando foi crucificado. No entanto, estes dados têm muita importância para definir Jesus como homem ou como um ser sobrenatural. Está patente, desse modo, que Paulo é uma figura tão mitológica quanto o próprio Jesus.
Em Atos dos Apóstolos 28:15 e 45 Paulo diz que quando chegou a Pozzuoli, ele e os seus companheiros foram ali bem recebidos, havendo muita gente à beira da estrada os esperando. Entretanto, chegando a Roma, teve de defender-se das acusações de haver ofendido em Jerusalém ao povo e aos ritos romanos. NaEpístola aos Romanos 1:8, Paulo diz que a fé dos cristãos de Roma alcançara todo o mundo, razão pela qual encerraria sua missão tão logo regressasse da Espanha, onde saudaria um grande número de fiéis.
Mas, se fosse assim, por que Paulo teve de se defender perante os cristãos de Roma contra o seu próprio judaísmo? Com pouco tempo Paulo já pensava encerrar sua missão porque o cristianismo já havia se universalizado. Entretanto, ele continuava considerando como melhor religião o farisaísmo. O cristianismo a que Paulo se referia deveria ser anterior a Jesus Cristo, que era o seguido pelos cristãos de Roma, e não pelos cristãos dos lugares por onde Paulo havia passado pregando. Eusébio disse que o cristianismo de Paulo era o terapeuta do Egito, e Tácito disse que os hebreus e os egípcios formavam uma só superstição.

Lucifer - O portador da luz


LÚCIFER - O PORTADOR DA LUZ
por Francisco Marengo
 
 
 

        Na Antigüidade romana, a palavra "Lúcifer" era utilizada para designar o planeta Vênus quando este se posicionava de manhã, a oeste do Sol, antecedendo o seu nascimento. Significava, portanto  "portador da luz" (do latim lux = luz e ferre = carregar) e também era conhecida como "a Estrela da Manhã".
        Já o Arcano do diabo no Tarot representa não somente os elementos, mas as limitações e as ilusões mais obscuras da humanidade; mais além do véu das aparências, o diabo representa um princípio muito mais elevado, sendo que o diabo simboliza também o véu que encobre tudo e  Baphomet, que é macho e fêmea, dois em um, unindo todas as coisas, reintegrando todas as partes do ser.
        Em Magia, o diabo é uma porta para um mistério grande e eterno, que pode somente ser compreendido dominando o medo instintivo passando através da porta do Templo do inconsciente. Um mistério do diabo no Atu de Tarot está, no fato, que há mais do que os olhos físicos podem ver ou compreender. Nós devemos olhar além do véu das aparências para compreender a verdadeira natureza de algo. O Arcano do diabo nos informa também que o único inimigo real é você próprio. Mas outra vez, há uma interpretação muito mais elevada e mais espiritual do diabo, não há nada pior do que criar uma falsa imagem daquilo que realmente somos, pois isto impediria a reintegração com o Todo. O falso diabo cristão é uma fórmula mágicka pervertida para aqueles que a utilizam pois traz  o pior do ser humano, e toda perversão representa o ser humano animal e instintivo unidos em um, simbolizando um contrapeso imperfeito entre a natureza divina e a humanidade.
        O diabo representa o "self" inconsciente para várias razões. O diabo pode significar um de seus medos inconscientes, limitações, e o desconhecido e os elementos escondidos da psique humana. Ou pode significar o ego animal ou inferior, que na atualidade apresenta-se muito conscientes em seu forma mais básico e impura, mas que deve ser aceito, posto sob ação da vontade interior, corrigido e reintegrado. Ou, em um nível muito mais elevado de pensar, o diabo,  pode representar o self secreto ou o self verdadeiro, o espírito mediano e o contrapeso perfeito para evolução de todas as coisas.
        A letra hebraica que corresponde ao Arcano do diabo do Tarot é Ayin, o olho, que tem duas implicações fundamentais: Como o olho humano, representa limitar a consciência às aparências exteriores ou às circunstâncias externas, que é a ignorância. Como terceiro olho, ele representa a expansão da consciência além do véu externo do plano interior da compreensão. Temos um duplo significado. O mesmo aplica-se ao Pentagrama invertido, que frequentemente é visto somente como um símbolo do negatividade, mas na realidade traz à fórmula da própria iniciação do ser humano como aquele que aspira ser um Iniciado nos mistérios sagrados regerá também o domínio sobre a matéria física e densa.
        O diabo é a sombra, que é um outro termo para o ser inconsciente ou o inconsciente individual. É o ser natural ou instintivo, a parte primitiva e animal de nossas naturezas, e pertence a tudo que nós não queremos saber ou aceitar sobre nós devido à opinião e as falsas impressões da nossa sociedade e de um medo geral do desconhecido. É chamado a sombra desde que se relaciona à imagem que está moldada acima da tela da vida em que a luz da divindade ilumina o ser. Quando a luz emergir na consciência, através dos trabalhos da Iniciação, o ser da sombra parecerá e deverá ser aceitado, integrado e finalmente transcendido, de modo que o verdadeiro equilíbrio possa ser alcançado na alma do neófito. Sem aceitar nosso ser da sombra, nós remanescemos em desequilíbrio. E o contrapeso, a base e a extremidade do trabalho na Grande Obra!
        Já Lúcifer é o grande Regente Planetário para esse Aeon. Ele é um ser real cujo reinado situa na esfera astral de Yesod, e,  permite ser visitado em ambiente astral por verdadeiros Iniciados, se demonstrando bastante cortês e esclarecedor para os verdadeiros buscadores da Luz. Nada realmente de diabólico nele ou demoníaco como alguns ignorantes que assim querem crer. Ou talvez para estes, até por precaução,  se permita tornar o diabo que eles pintam como forma de admoestá-los de sua ignorância.

        Na mitologia grega contam a lenda de Prometeu, uma provável versão grega de Lúcifer, um Titã, filho de Jápeto e Clímene, que ficou incumbido da criação dos homens, mas cometeu um pecado que enfureceu Zeus, a divindade suprema do Olimpo. Roubou uma fagulha do fogo divino para dar vida aos homens. Zeus para castigá-lo enviou uma linda mensageira, Pandora, com uma caixa que, ao ser aberta, espalharia todos os males sobre a terra. Mas Prometeu resistiu aos seus encantos e por isso Zeus o acorrentou a um penhasco e cortou parte de seu tórax expondo seu fígado, o qual era todo o dia devorado por uma águia, mas se reconstituía. 

        Abrindo agora um parêntese, no que se refere ao fígado, diríamos isto se dá porque ao analisarmos a quantidade absoluta de energia das células do fígado verificamos que possuem quantidade semelhante a das células vegetais. Assim o fígado se regenera por ser da mesma família orgânica, em termos de energia absoluta, que os vegetais. O órgão pode ser considerado, portanto, um ex-vegetal. Os vegetais possuem mais de setecentos milhões de anos e os homens apenas quatro milhões de anos sobre a terra. Nós seres humanos, portanto, somos ex-vegetais, o que concorda e prova plenamente com a Teoria da Evolução de Charles Darwin.

        A associação do fígado ao fogo da lenda se dá porque tal órgão entre suas inúmeras funções é responsável pela integração entre os vários mecanismos energéticos do organismo. E energia é igual a calor ou fogo que automaticamente efetua a desintoxicação de toxinas químicas produzidas pelo organismo. Secreção da bile.

        Entretanto, Lúcifer parece ter entrado na história da religião quando na Bíblia (Isaías 14:12) aparece a expressão em hebreu "Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã”...  Na versão grega do Antigo Testamento, o termo foi traduzido como "Phosphorus" (a palavra grega para "Vênus" ou "a estrela da manhã") e daí finalmente para "Lúcifer" na versão latina. Estudiosos explicam que a parábola do profeta Isaías se referia à arrogância de um rei babilônio que, ousando comparar-se à "Estrela da Manhã", fora derrubado do Céu por Deus.

        No século IV, o bispo Lúcifer de Cagliari, da Sardenha, um veemente oponente do Arianismo que pregava a Doutrina de Ário, famoso herético da Alexandria,  que pregava ser Cristo uma criatura de natureza intermediária entre a divindade e a humanidade, criou uma seita na qual seus seguidores passaram a ser denominados de "Luciferianos".

        Origerres Adamantius (185-254), um importante cristão da Igreja Grega, e Augustine de Canterbury (no século VI) (03), fundador da Igreja Cristã no sul da Inglaterra, interpretaram o uso do termo latino "Lúcifer" como uma referência ao próprio demônio ou Satanás. A partir de então, o termo generalizou-se de forma negativa.

           Empenhando todos os esforços para combatê-la, como pode ser observado no famoso diálogo "A Disputa entre os Luciferianos e os Ortodoxos", São Jerônimo foi também um dos responsáveis pela associação de Lúcifer a Satanás.

        Todavia, a seita Luciferiana teve sua expansão na Europa entre o século XIII e meados do século XIV.  Em 1223, o inquisidor Conrad de Marburg, notando o crescimento incomum de heréticos na Germânia e na Áustria, em especial, da seita destes "Luciferianos", deu início a uma série de perseguições. Os heréticos ou hereges eram pessoas que professavam doutrina contrária ao que foi definido pela Igreja como sendo matéria de fé.

        Em Bizâncio e em várias partes da Europa, surgiram lendas de que essa facção altamente secreta era dedicada a Lúcifer, o anjo infernal, que teria sido expulso do Paraíso por Deus. Esses adoradores do demônio acreditavam que seu mestre era o verdadeiro criador do mundo e que fora deslealmente aprisionado no abismo por seu inimigo, um deus injusto e vingativo, a quem Lúcifer cabia vencer. As profecias dos Luciferianos pregavam que um dia ele reconquistaria o Paraíso, derrotaria Jeová e daria a vida eterna a todos os seus seguidores.
                            
        Como no caso dos cavaleiros templários e das bruxas, suas confissões foram conseguidas pela Inquisição através da tortura. A Igreja os forçava a confessarem que durante o ritual de iniciação dos neófitos, em templos subterrâneos, Lúcifer se mostrava como um homem cuja parte superior do corpo irradiava luz, mas da cintura para baixo era escuro como a noite e que o final do ritual era comemorado com um banquete e concluído com orgias, nas quais eram oferecidas virgens noviças.

        Deixando de lado estas terríveis confissões induzidas pelo clero uma coisa é certa: Lúcifer é uma entidade dotada de extrema inteligência e de inegável senso de responsabilidade e justiça, pois a Ele foi dado a administrar o "lado escuro" da natureza humana, ou seja, conviver com o ódio, desequilíbrios emocionais, rancores, vinganças e todo o tipo de emoções e vibrações pesadas que infalivelmente se agregam nas regiões mais densas conhecidas como Umbral ou Zona de Malva.
                     
        Entretanto, poderíamos dizer que é plenamente lógico e possível à existência deste Ser hierarquicamente situado no oposto negativo, um Qliphah, um Egrégora, um ser perigoso destituído de Luz, que tal como um sifão seria um absorvedor de energia, uma força vampírica.

        Afirmamos com plena convicção que Ele nada tem a ver com o mito do Anjo Caído, mas por ter se tornado um ser avivado pelas fontes deletérias do pensamento mais denso e obscuro do ser humano, este se tornou uma entidade poderosa situada no vértice oposto da escala evolutiva.

       Se nossos irmãos tiveram a oportunidade de assistir o filme “Gladiador” veriam que em determinado momento do filme o protagonista sofre um profundo ferimento que é curado com  larvas de mosca. Isto era uma prática comum na antiguidade porque as larvas se encarregam de comer o tecido morto, evitando assim um agente infeccioso. Isto é um fato, assim como poderíamos dizer que existe seres astrais que convivem, se alimentam e administram todas as mazelas e lixos humanos, pois no fundo, alguém tem que fazê-lo…

       Tal classe de seres é conhecida na Goetia como “Demônios” ou “Daemons” cuja estirpe espiritual pode ter sido oriunda de classes de seres elementais, ou até mesmo seres que tiveram uma existência física ou densa no orbe terrestre ou mesmo em outros planos dimensionais ou planetas.

       Mas por falar em religião, o que seria dela, se seus "dirigentes", se não atribuíssem a culpa a um Diabo por tudo que fazemos de errado, explorando  assim a maldade e fraquezas humanas atribuindo-as injustamente a um Ser ABSOLUTAMENTE hipotético. 

       A estrutura de idéias que vem a seguir baseia-se em trabalhos mágickos efetuados por mim em mais de vinte anos, conversando com uma grande gama de entidades (seres astrais e espirituais) oriundos das mais diversas regiões do Astral desde o Astral Superior como no Subplano do Astral Inferior conhecido como Zona de Malva (Zona do Malvado) ou Zonas Abismais, que são divididas em faixas vibratórias interligadas aos elementos da natureza. Tais planos  subsistem  nosso plano físico, porém em outros planos dimensionais, tal como se interpenetrando a crosta física da Terra.

       A hierarquia existente na Zona de Malva é muito complexa e diversificada, envolvendo várias correntes de seitas e pensamento. São cerca de 777 postos hierárquicos principais, cada um destes abrangendo mais 777 postos ou cargos de comando.

        Cada entidade líder de um determinado posto têm sob sua responsabilidade e comando, uma ou mais legiões de entidades extrafísicas, bem como, seres encarnados conhecidos pelos meios Ocultistas de: “A Grande Irmandade Negra”.

        Esses "seres espirituais" encarnados ou não, são auto-iludidos, os quais escravizados pelo ego inferior são influenciados pelas religiões formadas por correntes mortas e estagnadas, muitas vezes se tornando um instrumento kármico inconsciente.

        Para se chegar ao comando das entidades da Goetia, existe a necessidade de se possuir conhecimento das diversas áreas envolvem estes seres, além de força interior e um inegável e superior senso de justiça.

        Mas, qual seria a finalidade da Zona de Malva e o que fazem estas entidades ?

        A Zona de Malva é o local para onde convergem todas as vibrações negativas e densas, criadas por pensamentos e emoções descontroladas dos seres humanos encarnados ou não.

       Para lá convergem e são criadas formas-pensamento monstruosas criadas por mentes doentias, desequilibradas e despreparadas.

        Todo este material vibratório condensa-se nas regiões da Zona de Malva, criando uma variada e sofisticada gama de egrégoras. 

        A Egrégora é um ser criado pela propriedade que o plano astral possui, independentemente de ser superior ou inferior, de agregar material mental e refletir vibratoriamente a sua natureza.

        Logicamente não poderemos dizer que as egrégoras existentes na Zona de Malva, pela natureza das vibrações envolvidas em suas criações, sejam "angelicais".  São na verdade o lixo espiritual fluídico e deletério, que pela sua própria natureza vibratória, é automaticamente atraído para a Zona de Malva. Tal ser ou forma-pensamento criada só poderá ser destruído por uma força três vezes superior àquela que o criou.

        Mas não só a matéria mental negativa e densa é atraída para lá. Todo ser humano tem seu princípio de vida conforme as noções ou parâmetros daquilo que é correto ou errado para si. Entretanto se estes seus parâmetros forem dados a interferir na órbita alheia ou levá-lo a estagnação energética, tal ser ao desencarnar será automaticamente atraído para a região do Astral que lhe for mais afim, ou que estiver alinhada com suas vibrações mentais. Estes no caso serão automaticamente atraídos para estes subplanos da Zona de Malva.

        Uma vez no plano astral o ser espiritual que antes obedecia ao princípio evolutivo que obedece ao plano do Manifesto, passa a depender diretamente daqueles cujos afins ou afinidades ainda se encontram ligados ao plano físico, tornando-se automaticamente seres a estes ligados conhecidos por “Daemons” ou espíritos familiares.

       Convém notar que alguns desses seres poderiam ter também sido ligado ao plano dos elementos (Terra, Ar, Fogo e Água), tendo sido, portanto, anteriormente seres elementais que por sua vez passaram a escala evolutiva seguinte por afinidade aos seres humanos tornando-se a eles ligados profundamente por laços de afinidade.

        É de extrema responsabilidade dos magistas que acessam a estas forças, se cercarem muito bem energeticamente para  atuarem juntos a estes seres para não serem escravizados por eles, utilizando-os para finalidades ou causas nobres e fins justificáveis o que automaticamente lhes dará um certo controle sobre as egrégoras desses locais. A proteção necessária para trabalhar com seres goécicos se faz necessária, porque o acúmulo de matéria mental negativa e densa, acima de um limite, é também prejudicial, pois poderia alterar o equilíbrio das forças envolvidas que regem a coroa (Kether) ou chakras superiores do magista invocador. Tais entidades da Goetia poderiam ser ao magista incauto realmente assustadoras, mas que estariam de acordo com a ressonância ou com o próprio tipo de vibração que as ocasionou ou invocou.

       A postura destes seres do Astral Inferior não é de efetuar simplesmente o "mal". Pois eles sabem muito bem que a cada um será dado conforme suas obras. Porém eles entendem que se é o mal que um determinado indivíduo necessita para se depurar e se elevar, eles não pouparão esforços para que este  lhe seja  administrado em mesmo gênero, número e grau na proporção exata para sua reabilitação.

      Tudo é executado de acordo com a Lei Suprema que rege tudo e a todos em todos planos vibratórios.  A Lei Suprema poderia ser talvez o sinônimo da Verdadeira Vontade.

        Nada é feito fora da Lei. Nem uma palha sequer é movida, muito menos alguém será castigado injustamente. Não existe obra do acaso.

        Portanto, essa estória do Diabo, Satanás ou Lúcifer tentar as pessoas para poder arrastá-las ao Inferno para toda eternidade, só serve mesmo para arregimentar mais pessoas sem um pingo de discernimento para as falanges das religiões milionárias,  envolvidas pelas correntes mortas.

        Durante o decorrer de muitos anos, durante os quais ativamente inseridos no contexto dessas organizações, observamos existir uma paranóia a vincular o Ocultismo ou as Ciências Arcanas a uma dessas estruturas acima mencionadas. Esse é um erro primário, grosseiro – uma mediocridade cometida por aqueles que pouco, ou nada, sabem a respeito do esoterismo, mas tão somente ao pseudoexoterismo grosseiro,  como uma nova e arejada filosofia de vida. O que vemos hoje é que, por várias razões, um grande número de pessoas perdeu a confiança nestas organizações; pois elas têm sido manipuladas e adaptadas em favor de determinados elementos inclinados para a obtenção de poder pessoal sobre seus semelhantes, numa clara demonstração contrária as Leis Universais.

        Magista é aquele que pratica magia, mas ele não será necessariamente um Iniciado, ou alguém que possua alto grau de espiritualidade, e nem tem que forçosamente pertencer a qualquer organização fundada por homens. A conotação de magista difere fundamentalmente daquela de um Magus, que representa um grau Iniciático dentro da hierarquia da Ordem que não tem Nome entre os mortais.
  
        O perigo essencial das Fraternidades obscuras está na roupagem disfarçada e nas manobras de saber disfarçar-se em algo positivo a evolução humana, mas que será absolutamente pernicioso ao meio. Distorções e sandices encontradas nos meios pseudomísticos, cujas verdades distorcidas cuidadosamente, por seres realmente mal intencionados, levam o verdadeiro ocultista, a assumir a reação de dar numa sonora gargalhada, tamanha as basbaquices por estes empregadas. Tais Irmãos Negros dão a falsa impressão de serem exímios conhecedores do assunto. É por essas e outras razões que dizia A. Crowley com seu humor: “Não há limites ao abismo e Idiotice em que os falsos sábios nos queiram lançar”.

        Não irei analisar o tributo aos hilários magistas de  mesa de bar, que sequer tiveram coragem de ousar, e que além de mal informados sobre Magia e seus labirintos, é forçoso reconhecer que a maior parte das pessoas que se lançam nesses arroubos de sábios ocultistas, satânicos ou pervertidos, estão longe, mas muito longe, de serem modelos de inteligência e de conhecimento, e que só aos imbecis ou fracos de espírito poderiam inspirar confiança, pois além de tomarem o “trem andando”, o pegam no rumo errado. Isto acontece com muita gente. Ficam perdidas e sujeitas a informações tão enganadoras e maldosas que, ao invés de orientá-las devidamente ao caminho certo, tornam a situação ainda mais desesperadora e, diga-se de passagem, infinitamente perigosa.

Uma vez as pessoas desorientadas e perdidas, cercadas por pseudogurus, cairão, numa terrível armadilha que impedirá o aspirante de retornar seu caminho naquele tempo existencial em Busca da Luz Maior.

Assim, buscadores do oculto estão, na maioria das vezes, sujeitos a esta perigosa situação, por não saberem onde o buscar o caminho que os leve de volta ao plano da Assunção Espiritual.

Incomoda, incomoda muito a certos pseudomagistas que a verdade seja dita aberta e cristalinamente sobre fatos da Iniciação. E em represália a esta verdade, muita mentira, muita ofensa moral e muita difamação é direcionada contra nós, mas que esquecem de olharem seus próprios umbigos, pois a dor de barriga não aparece somente uma vez na vida.

        Esta é uma tentativa de clarear certos aspectos do chamado Esoterismo ou Ocultismo, dêem o nome que mais lhes aprouver.

        Muito é dito e escrito sobre  Magia e Entidades da Goetia cujas  narrativas de antigos anciões ou sacerdotes guardam, com profundo zelo uma grande Sabedoria transcendental. 

        Tais Mestres Secretos ensinam que antes de um contato com estes seres da Goetia, se faz necessário o contato e comunicação com uma alta fonte, sempre divina sincretizada no encontro com o Sagrado Anjo Guardião, com Adonai ou com Mestre Interior.

        Tais segredos desta comunicação são profundos e asseguro que  somente pouquíssimos estariam habilitados a entende-los e usá-los. Também é assertiva que a posse desses conhecimentos trazem de fato poderes que devem ser manuseados para benefício da humanidade.

        Entretanto, como se pode saber mais a respeito disto, sobre essas organizações, seus conhecimentos, se suas ações são secretas?

    Não seriam exatamente secretas e possivelmente mais discretas. É fato que algumas Organizações discretas são portas para as verdadeiras sociedades secretas. 

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Apolônio de Tiana - Biografia


Apolônio de Tiana
Apolônio de Tiana

"Quem inicia a Busca sabendo o que vai encontrar, está longe da verdade".
Apolônio praticamente é um desconhecido da maioria das pessoas, mesmo daquelas que têm uma boa formação religiosa. Aparentemente parece estranho que uma figura tão relevante não seja citado nos livros que versam sobre religião, somente aparecendo o seu nome em documentos secretos e em alguns poucos livros de ocultismo.
Quem foi e que é Apolônio? - Apolônio é uma misteriosa figura que apareceu neste ciclo de civilização no início da era cristã (no século I). Os documentos que falam Dele geralmente nunca mencionam a palavra nasceu e sim apareceu, isto porque Ele, quando esteve diretamente na terra, manifestava natureza divina. Entre os atributos desta natureza Ele apenas tinha um corpo aparente, se apresentava na terra com corpo etéreo, tal como o de Jesus.
Em muitos pontos, a vida de Apolônio se assemelha à de Jesus. Até mesmo a Sua vinda a terra foi anunciada pelo Espírito Santo. Alguns documentos antigos afirmam que Ele, certo dia, surgiu na terra sem ascendentes, mas também há documentos que dizem ser Ele filho de uma Virgem. O sobrenome Tiana é mesmo nome da cidade onde ele primeiro se apresentou na terra, que ficava na Capadócia.

Dotado de uma palavra fácil, eletrizante e convincente, logo depois se transformou num tribuno, ao mesmo tempo em que sua fama se popularizava, caminhando pelo resto do mundo dando um exemplo justo, bom e perfeito. Foi um espontâneo defensor dos injustiçados, capaz de praticar os mais arrojados e difíceis atos de bravura. Sua firmeza e energia de propósitos, mesmo diante do perigo, causavam a todos uma coragem estóica. "Ele fora um Deus em forma de Homem!".
Apolônio de Tiana
Apolônio de Tiana
Apolônio viajou muito no tempo em que esteve na Terra, desde o Egito até a Mongólia, sempre sendo iniciado nas Ordens na qual Ele encontrava, não que precisava ser iniciado pois Ele já é Um Iniciado, mas sim como O próprio disse para um sacerdote quando pediu para ser iniciado: "Bem sabes porque não queres iniciar-me. Se o dizes, revelá-lo-ei: o meu crime é justamente conhecer bem melhor do que tu o rito da iniciação. Vim pedir-te por um ato de modéstia, submissão e simplicidade, a fim de que passasses por mais sábio do que Eu. Apenas isto!".
Logo depois que saiu da sua cidade natal Ele ficou conhecido como um neo-pitagórico. Em Nínive, na Babilônia, encontrou Damis, seu inseparável e fiel discípulo. De lá ambos foram para a terra dos encantos, a Índia, e, percorreram a Mongólia e o Tibet, até que atingiram as colinas do Himalaia. Lá Apolônio deixou Damis e partiu só para um mosteiro onde Ele tornou-se o "Senhor portador dos oito poderes da Yoga", que era o mais alto Grau dos mosteiros daquela época, neste momento, dizem, uma áurea de Luz Lhe emergiu a cabeça de modo permanente. Depois voltou e se encontrou com Damis e voltaram para a Grécia, onde começou a fase mais intensa de curar doentes, desde do corpo a alma, paralíticos, cegos e até ressuscitar mortos, como aconteceu com uma moça em Roma.
Uma das missões de Apolônio foi a de ensinar aos seguidores de Jesus o como manipular as leis da natureza. Alguns documentos dizem, e é verdade, que Apolônio fez milagres idênticos àqueles feitos por Jesus. O poder dele era tamanho que aonde chegava as guerras eram interrompidas e os exércitos enterravam as suas armas. Também pregava e para ouvi-Lo vinham pessoas de lugares distantes.
Apolônio, por sua vez, ensinou como usar as leis da natureza, explicou o como eram feitos os milagres Dele e de Jesus, preparou os primeiros cristãos para disporem dos meios de curas e de todos os outros que Jesus utilizou. Mostrou o poder das cores, mostrou que tudo na natureza é vibração, fez ver que existe uma polaridade (Já constante dos Princípios Herméticos) em tudo quanto há, que as coisas podem ser manipuladas pela luz, pelo som e coisas assim. Ensinou o valor das cores, portanto como usa-las nos templos para obtenção de estados especiais de consciência. Ensinou como usar a música, que tipo de música é adequado nas diferentes situações, e restabelecer os meios utilizados pelas ciências herméticas. Ensinou simbolismo, ensinou a linguagem simbólica por meio da qual uma pessoa pode entrar em sintonia com planos superiores, com mundos hiperfísicos. Ensinou como se processam as transmutações na natureza e como conseguir isso, como intervir no astral visando certos resultados. Disse do como captar o poder inerente a cada coisa, a cada cor, a cada forma. Ensinou o poder dos cristais e dos aromas e o como usa-los nos diferentes níveis. Assim estabeleceu formas de ampliação da consciência permitindo que as pessoas possam ter acesso a níveis superiores de consciência independentemente da interferência de forças espúrias. E também trouxe ensinamentos de morais o que atingia em cheio a maioria dos governantes dos locais onde Ele passou. Tendo o poder da profecia, Ele também profetizou alguns acontecimentos que logo ocorreram.
Sendo assim a conjura1, tentáculo do "poder" das trevas, praticamente arrasou o trabalho de Apolônio. Perseguiu inexoravelmente a pessoa e também toda a obra maravilhosa estabelecida por Ele.
Apolônio sofreu perseguições terríveis culminando com varias condenações, como uma vez em que Ele foi preso e a julgamento e falou para Damis e Demétrio esperarem-No em tal dia e tal hora na praia e quando chegou o dia e a hora marcada Ele simplesmente apareceu na praia ao lado dos dois, e outra vez foi a de ser estraçalhado por uma matilha de cães ferozes, quando ia ser atacado pelos cães Ele simplesmente sumiu diante da vista de toda uma multidão. Tamanho fenômeno contribuiu ainda mais para fazer crescer o mito sobre a pessoa de Apolônio.
Depois da Sua partida, foi escrito um livro com Sua história e com grande parte dos Seus ensinamentos, apresentado em forma de um evangelho com oito capítulos. Os ensinamentos e o poder do evangelho de Apolônio era muito superior àqueles dos quatro evangelistas da época de Jesus, nele havia coisas que faziam tremer aqueles elementos da conjura que estavam se infiltração no cristianismo de então.
Após a condenação e desaparecimento a conjura ficara livre da presença direta de Apolônio, mas a Seu prestígio tornou-se logo lendário. Assim a conjura que já havia experimentado com relativo sucesso o método do despistamento no seio do cristianismo primitivo, logo passou a usa-lo entre os seguidores de Apolônio que, em sua quase totalidade, eram cristãos. No cristianismo primitivo a conjura se infiltrar e procurou destruir os autênticos ensinamentos de Jesus assumindo a direção das instituições em geral. No caso de Apolônio ela que já tinha muita influência dentro das comunidades cristãs com alguma facilidade pode usar com sucesso o método da falsificação. Assim sendo inundou o mundo de então com grande número de copias falsas dos ensinamentos de Apolônio. Isto funcionou eficazmente que até hoje só um "expert" em ocultismo é capaz de distinguir o que não é e o que é autêntico. Assim em séculos futuros Ele foi quase total e oficialmente esquecido e o Seu nome colocado na galeria dos mitos. Em todas as bibliotecas membros da conjura colocam obras falsas como sendo de Apolônio que mais tarde geraram suspeitas pelas incoerências nelas contidas. A incredulidade a respeito daquele Mestre em parte se deve àquele trabalho de despistamento e em parte à magnitude de tudo aquilo que Ele realizou e que o qualificou como uma figura lendária. Assim sendo quase tudo o que existe escrito sobre Apolônio, e sobre ensinamentos a Ele atribuídos, em grande número são falsos. Alguns documentos autênticos existem e são zelosamente guardados por algumas sociedades iniciáticas, e reservados aos iniciados nos Mistérios Maiores.
Por outro lado à influência de Apolônio foi de tamanha magnitude que o Cristianismo primitivo incorporou uma grande parcela dos ensinamentos que têm sido usados em aplicações práticas. Assim sendo, a maior parte do ritual e do simbolismo da Igreja Católica tem como ponto de origem Apolônio. Muitas pessoas indagam: De onde surgiram os símbolos e os vastos rituais incorporados à Igreja Católica se Jesus jamais publicamente usou qualquer um deles? Há quem diga que eles foram incorporados de práticas pagãs, mas isso só é verdade se, como tal for também incluída a doutrina de Apolônio que deu origem à quase totalidade dos ritos e símbolos do Catolicismo.
É de causar admiração que, mesmo havendo estado e até hoje atuantes no seio da igreja, os membros da conjura hajam deixado ficar os ritos e símbolos estabelecidos por Apolônio, desde que eles se constituíam poderosos meios de persuasão, de coesão e consequente manutenção da unidade religiosa. Eis duas explicações possíveis: Uma, que a conjura desconhecia todo o potencial do simbolismo e ritualística orientada por Apolônio assim não vendo neles mais que encenações, portanto algo sem perigo algum. Na verdade os próprios membros da conjura haviam apagado o conhecimento até mesmo para a maior parte daqueles que faziam parte do seu ciclo interno, consequentemente o potencial dos símbolos era algo desconhecido para eles. Segundo, julgando que afastado Apolônio os elementos mágicos incorporados aos ritos e símbolos serviria também aos seus intentos, pois manteria a coesão daquela estrutura que, de uma certa forma, ela já dominava.
Podemos dizer que ambas as afirmativas são verdadeiras, em parte a conjura desconhecendo o potencial ritualístico e simbólico deixou que eles continuassem presentes no cristianismo e, em parte ela sentiu que tudo aquilo era importante para a estruturação da religião num bloco coeso por ela administrado.
Em muitos momentos a conjura deturpou o ritual e o simbolismo, tirou coisas benéficas e as substituiu por coisas maléficas, entre os quais o uso do vinho, portanto do álcool, no ritual da missa.
Não é somente o ritual católico que se originou dos ensinamentos de Apolônio, praticamente a quase totalidade dos símbolos da magia, do hermetismo, do ocultismo, da gnosis e de muitas outras formas do o ocultismo em parte tem como origem Salomão, mas a quase totalidade deles provêm de Apolônio.
Publicamente pouco de autenticidade nas publicações que foram feitas sobre os ensinamentos atribuídos a Apolônio. Do Seu evangelho existe uma pequena parte que já foi publicado, o mais apenas algumas poucas doutrinas iniciáticas possuem e mesmo assim somente tem acesso a eles iniciados de grau elevado. O que chega às mãos dos profanos praticamente são aquelas obras preparadas especialmente pela conjura, obras apócrifas, portanto, sem quaisquer significados positivos. A um não iniciado é possível a aquisição de apenas um trabalho autêntico intitulado Nuctemeron, mas até mesmo dele existem também algumas edições falsas. O título do livro significa: “O Dia de Deus que Resplandece nas Trevas” (O Deus que está “aprisionado” em cada pessoa ainda envolvida em trevas. Isso equivale ao desabrochar da Centelha Cósmica em cada um, ao desenvolvimento da consciência clara do Mestre de Cada Um).
Na obra Nuctemeron os ensinamentos de Apolônio são distribuídos como em um relógio em 12 horas, ou degraus, e a cada hora corresponde uma instrução especial. Os ensinamentos daquela obra são apresentados em linguagem um tanto velada. São ensinamentos de altíssimo nível.

Autores:
JOSÉ LAÉRCIO DO EGITO - F.R.C
JOÃO PAULO NUNES DO EGITO - F.R.C

polemica sobre o Mondex


Em resumo, o texto, que vem acompanhado de várias imagens em uma apresentação de Power Point, diz que há um projeto mundial onde o governo instalará um micro-chip em cada cidadão e, com esse implante poderemos fazer transações financeiras e aboliremos de vez o dinheiro e os documentos.
Analisando a apresentação, podemos notar que ela tem a mesma estrutura de várias farsas que já pesquisamos aqui no E-farsas.com:
- é confuso e alarmista;
- usa, em alguns trechos, várias palavras em MAIÚSCULAS, para chamar a atenção;
- diz que a informação é recente, apesar de ser bem antiga;
- usa trechos da bíblia para confundir o leitor;
- cita nome de empresas multi-nacionais;
- pede para ser repassado ao maior numero de pessoas;

Logo no primeiro slide, o texto diz que essa é a novidade mais recente do mundo! Se isso fosse verdade, já não seria mais novidade devido ao tempo que ela já circula pela rede.
Em seguida, pode-se ler que o aparelho (do tamanho de um grão de arroz!) já tem ajudado a inibir vários seqüestros de empresários em todo o mundo. Fica claro aqui o que o autor não foi feliz na escolha da palavra “inibir”. Como que um aparelho invisível inibiria um seqüestro? Poderia ser usado, nesse trecho, a palavra “resolver” ou “acabar” com seqüestros. A língua portuguesa é assim mesmo: uma palavra mal colocada estraga todo o sentido de uma frase…
Mais adiante o autor explica como a “novidade” funciona e que vários países já estão envolvidos no projeto. Diz também que foram gastos mais de um milhão de dólares só para descobrirem que os únicos lugares no corpo humano onde é possível se fazer o implante são: a mão direita e/ou a testa! Aí vêm algumas dúvidas:
- O que tem de diferente na mão direita que não tem na esquerda? E quem é canhoto?
- Como que o corpo humano, tão complexo e cheio de lugares (e buracos!) tão interessantes para se colocar um aparelho do tamanho de um grão de arroz, não tem outro lugar para se implantar o mondex?
A resposta é simples: o autor criou esse trecho só para poder “coincidir” com o trecho citado na bíblia.
O texto diz que o processo cirúrgico é muito complicado, tão complicado que a sua remoção é muito difícil e quase impossível, porém, em uma das imagens podemos ver que a ”ferramenta” usada no implante é uma seringa. Dificil? Acho que não…
Uma prova de que há outros lugares no nosso corpo para se implantar algum dispositivo é uma notícia que foi publicada na revista Veja, na edição 1.743, de 20 de março de 2002. Segundo a revista, a empresa Applied Digital lançou em 2002 um micro-chip chamado de VeriChip, que é implantado no braço ou ombro, e emite a localização exata de seu portador, no caso de um seqüestro.
Também não é necessário se recorrer à chips para abolir o cartão magnético. O banco Bradesco, por exemplo, começou a utilizar em 2008 um sistema de autenticação do cliente pela palma da mão! Para retirar dinheiro em um caixa eletronico, o cliente coloca a mão aberta em um escaner e esse reconhece a mão e libera a grana. E não precisa ser necessariamente a mão direita! Pode ser usada qualquer uma das mãos, desde que essa seja pre-cadastrada no sistema do banco. O sistema reconhece o padrão das veias da mão, que é único em cada indivíduo, tornando impossível qualquer tipo de fraude!
Sistema de reconhecimento da palma da mão. Tecnologia chamada de biometria.
O professor Gilson Medeiros, graduado em teologia e pós-graduado em sociologia, explica em seu blog mais alguns pontos que denunciam a inveracidade do implante Mondex.
Só para terminar, o nome Mondex pertence à empresa MasterCard e refere-se á tecnologia usada nos smart cards, ou seja, não tem nada a ver com implantes em seres humanos, e sim com chips usados em cartões de crédito e débito.

O amor


O amor vem de diversas formas, tem o amor pela familia, pelos amigos, amor a Deus e a vida, mas o que eu vou citar aqui é o amor que sentimos pelo nosso parceiro, namorado...o amor platônico como alguns chamam.
O amor vem acompanhado sempre da paixão. A paixão é um sentimento forte, uma atração intensa. Pessoas apaixonadas tem um grande desejo de possuir aquela pessoa. E quando isso acontece as pessoas ficam mais emocionais e menos racionais.
Quando estamos apaixonados perdemos certas individualidades em função do fascinio do outro.
Esse sentimento quebra barreiras sociais, diferenças de idades e qualquer outra diferença.
A estimativa é que a paixão dura  no máximo 4 anos... e isso podemos perceber.
No começo gostamos muito de uma pessoa e queremos ter essa pessoa diariamente ao nosso lado, é algo que não conseguimos controlar. Então buscamos sempre a felicidade do outro, demostrando muito carinho e afeição, mas o tempo vai  passando, e quanto mais íntimo vai ficando começamos a perceber o defeiro do outro e que antes nosso subconciente teimava em não querer saber.

Então começa as pequenas briguinhas, que começam a incomodar e vai de pouco a pouco tirando aquela paixão existente. Brigas e rotinas diárias acabam com um relacionamento.
Por isso para ter um relacionamento bom, com a paixão acesa ainda, busque sempre não brigar por problemas que podem ser solucionados por uma conversa.
Não fique o dia todo, a semana toda, o ano todo perto da pessoa...busque fazer uma viajen alguns dias, busque tirar uns dias para os amigos(a) ou familia que moram em outra cidade, pois por mais que seu parceiro diga que quer você do lado todos os dias, chega um dia que cansa...e a saudade é uma ótima pimenta para um relacionamento.
Quando sentimos saudades queremos muito está ao lado da pessoa, então quando essa pessoa aparece você fica afoita querendo matar aquela saudade, então a paixão reacende.
Evite discursão em público que possa constranger seu parceiro(a), se achar que algo está errado quando estiver você e ele converse sobre o assunto e peça explicação.
 Você pode mudar toda a situção, tudo depende de você. Se está apaixonada viva cada minutinho como se fosse o último, mas ame a si mesmo. Cultive sua alto-estima, seu amor próprio porque se futuramente seu relacionamento não da certo, você conseguirá com mais facilidade esquecer.
Tudo depende de você, do que você coloca no seu subconciente.
Então viva, ame muito.....a vida é uma paixão com muito carinho, alegrias....
Sorria..
E lembre-se o amor verdadeiro supera qualquer dificuldade e barreira, é algo sublime, quando você amar uma pessoa nunca vai esquecer da mesma, sempre vai lembrar do jeito de ser e tudo que passaram.
Ame

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Biografia: Martinho Lutero



Sua História
Martinho Lutero nasceu a 10 de novembro de 1483 no centro da Alemanha, em Eisleben, Turíngia/Alemanha. Seus pais, João e Margarida, eram pobres - João era mineiro e lenhador - porém não iletrado, de modo que puderam dar-lhe boa orientação educacional. Visando a melhorar a vida econômica, fixaram residência, em 1484, em Mansfeld, onde Martinho iniciou seus estudos. Terminando o curso da escola daquela localidade, então com 14 anos, deixou a casa paterna e ingressou na escola superior de Magdeburgo. Depois de um ano ali, teve que retornar à casa paterna acometido de grave enfermidade, indo por esta razão, no ano seguinte, estudar em Eisenach. Três anos cursou o colégio de Eisenach. Em 1501 ingressava na Universidade de Erfurt, cidade conhecida como "Roma Alemã" pelo número de suas igrejas e mosteiros. Obteve ali os graus de Bacharel (1502) e Mestre em Arte (1505). No mesmo ano ingressou no curso de Direito.
Este, porém, foi interrompido visto que, a 02 de julho de 1505, regressando da casa paterna, teve sua vida seriamente ameaçada por uma tempestade que, por pouco, lhe tirara a vida. Fez, nesta oportunidade, um voto a Sant’ana que, se lhe fosse dado viver, ingressaria no mosteiro para tornar-se monge. No dia 17 de julho de 1505 as portas do convento da Ordem dos Agostinhos fechavam-se atrás dele.
Sacerdote
Em fevereiro de 1507 foi ordenado sacerdote. Vivia, no entanto, em completo desespero, buscando, dias e noites a fio, em tremendos tormentos espirituais, resposta à pergunta: "De que maneira conseguirei um Deus misericordioso?" Reconheceu muito logo que jamais seria possível obter certeza de sua salvação mediante boas obras, pela impossibilidade de saber se são suficientes, mormente em se tratando de uma alma de consciência extremamente sensível.
Professor
Por indicação do vigário da ordem, João de Staupitz, que reconhecia em Lutero urna erudição e inteligência incomuns, Lutero foi designado professor na Universidade de Wittenberg, fundada em 1502 por Frederico, o Sábio, duque da Saxônia e presidente dos sete eleitores civis que, juntamente com sete autoridades religiosas, elegiam o imperador do Sacro Império -Romano da Nação Alemã. Ocupou ali a cadeira de Teologia. Continuou também seus estudos, instruindo-se principalmente nas línguas gregas e hebraica. A 09 de março de 1509 obteve o grau de Baccalaureus Biblicus.
Viagem a Roma 
Em 1511, então com 28 anos, foi enviado em missão diplomática a Roma, para solucionar uma divergência entre sete conventos de sua Ordem e o vigário geral da mesma. A corrupção, imoralidade, as zombarias, o desrespeito do clero e da cúpula da igreja para com as coisas sagradas marcaram nele uma profunda decepção. Embora profundamente entristecido, as esmagadoras desilusões sofridas não o levaram a descrer de sua igreja.
Doutor em Teologia
Em outubro de 1512, recebia, das mãos do decano da faculdade de Teologia, o grau de Doutor em Teologia. Assumiu, a seguir, a cadeira de Lectura in Bíblia lecionando, à base das línguas originais, o hebraico do Antigo Testamento e o grego do Novo Testamento, incorporando conquistas do humanismo na ciência da interpretação de textos. Ainda em 1512, foi eleito subprior do convento de Wittenberg. Em maio de 1515, o cabido geral reunido em Gotha o designava vigário do distrito, que compreendia onze conventos sob sua orientação e autoridade.
Preleções
As suas preleções eram tão concorridas que a elas acorriam estudantes de todas as partes e países vizinhos. Os professores assistentes também aumentavam. O reitor da Universidade chegou a declarar, como que em antevisão: "Este frade derrotará todos os doutores; introduzirá uma nova doutrina e reformará toda a igreja; pois ele se funda sobre a palavra de Cristo, e ninguém no mundo pode combater nem destruir esta Palavra..." (Melchior, Adam. Vita Lutheri, p. 104). Ocupando o púlpito, a capela logo não mais podia comportar os assistentes. O senado o convidou então a ocupar a igreja paroquial da cidade.
Justificação pela fé
Nos seus conflitos espirituais, o texto bíblico que lhe trouxe a luz da verdade e a paz de consciência veio a ser a célebre passagem da Epístola aos Romanos (1.17), em que o apóstolo cita o profeta Habacuque: "0 justo viverá por fé" Viu que São Paulo fazia do sacrifício de Cristo o centro da verdade em religião. Seus pecados, angústias, sofrimentos haviam caído sobre os ombros de Cristo na cruz; Cristo fizera o que ao pecador teria sido impossível fazer com suas penitências e méritos pessoais.
As Teses
Em 1517, Lutero quis provocar um debate público sobre a venda de indulgências promovidas pelo Papa Leão X e o arcebispo Alberto de Mogúncia através da Ordem dos Dominicanos. Quando pregou à porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, em 31 de outubro de 1517, o pergaminho com as 95 teses em latim para serem debatidas entre os acadêmicos, conforme o costume da época, não desejava desencadear um movimento na história da igreja. Era o pároco que, com preocupado, via como as almas dos fiéis eram desnorteadas por um grande escândalo, descaradamente apregoado em nome da santa Igreja: a venda do perdão de Deus, como se fosse mercadoria, por meio de cartas de indulgência, cujo lucro se destinava ao término da basílica de São Pedro e à cruzada contra os turcos. Seu principal proclamador era o dominicano Tetzel. Eis algumas das teses apresentadas por Lutero: - Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos... etc., pretendia falar da vida interior do cristão que deveria ser um contínuo e ininterrupto arrependimento (Tese I) - Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório (Tese 27) - Todo o cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados e sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve de indigência (Tese 36) - Esperar ser salvo mediante breves de indulgência é vaidade e mentira, mesmo se o comissário de indulgências e o próprio papa oferecessem sua alma como garantia (Tese 52) As proposições sobre as indulgências eram completadas por algumas outras, que continham o que viria a ser fundamental na doutrina luterana: - Aos olhos de Deus, não há na criatura senão concupiscências; - Ninguém se salva senão pela graça de Deus através da fé. O efeito dessas teses foi tão inesperado, que elas não ficaram entre os letrados; traduzidas ao alemão, em poucas semanas se espalharam por toda a Alemanha e outras partes da Europa, chegando ao conhecimento do povo em geral.
Reação de Roma
Em 1518, Roma tratou de liquidar o caso do monge de Wittenberg. Lutero foi chamado para responder processo em Roma, dentro de sessenta dias. Mas, por interferência de Frederico, o Sábio, Príncipe da Saxônia, o Papa consentiu que a questão fosse tratada em Augsburgo, pelo Cardeal Cajetano. Este exigia simplesmente que Lutero se retratasse, o que este, naturalmente, não fez. Tinha Lutero nessa época o apoio do capítulo da Ordem dos Agostinhos e do corpo docente da Universidade de Wittenberg. Cajetano declararia depois dos três encontros com Lutero: "Ele tem olhos que brilham, e raciocínio que esconcertam".O Papa temia suscitar oposição cerrada entre os príncipes alemães. Valeu-se, para que isso não acontecesse, da diplomacia. Condecorou o protetor de Lutero, Frederico, o Sábio, com a "Ordem da Rosa Áurea da Virtude" para afastá-lo de Lutero, e enviou o conselheiro Karl von Miltitz. Este conseguiu, com brandura, queLutero escrevesse uma carta ao papa, declarando sua fiel submissão; mas reafirmou, também, sua doutrina da justificação pela fé somente, sem os méritos de obras. Expôs e defendeu sua posição num debate com o Dr. João Eck em Leipzig. O que precipitou o rumo das coisas foi sua declaração de que nem todas as doutrinas de João Hus (queimado como herege em Constança, em 1415) eram falsas, e que os concílios são passíveis de erros em suas decisões. Isto o colocou à margem da igreja papal, que se fundamentava sobre a infalibilidade do papa e dos concílios.
Primeiros Escritos
Em 1520 escreveu três livros fundamentais mostrando o antagonismo do sistema de salvação papal e o ensino bíblico: "À Sua Majestade Imperial e à Nobreza Cristã sobre a Renovação da Vida Cristã",- "Sobre a Escravidão Babilônica da Igreja" e "Da Liberdade Cristã" ' Alguns de seus pensamentos-chave aí registrados são estes: - "0 cristão é um livre senhor sobre todas as coisas e não submisso a ninguém - pela fé"; "o cristão é servidor de todas as coisas e submisso a todos - pelo amor". "Não fazem as boas obras um bom cristão, mas um bom cristão faz boas obras".
Excomunhão
A resposta do Papa foi a bula de excomunhão Exsurge Domine. Tinha ainda 60 dias para retratar-se do que havia escrito e ensinado. Em 03 de janeiro de 1521 esgotou-se o prazo dado na bula, sendo então proferido o anátema definitivo, pela bula Decet Romanum Pontificem.
Dieta de Worms
Em 1521 reunia-se a primeira Dieta ou Assembléia do império, presidida pelo jovem imperador Carlos V, eleito em 1520, em sucessão a Maximiliano, para dirigir o reino "em que o sol não se punha". Lutero, intimado, compareceu diante da assembléia em 17 e I S de abril de 15 2 1. Perguntado se renunciava ao que tinha escrito, respondeu: "Não posso, nem quero retratar-me, a menos que seja convencido do erro por meio da palavra bíblica ou por outros argumentos claros. Aqui estou; não posso de outra maneira! Que Deus me ajude. Amém".
Tradução do Novo Testamento
Proscrito pelo imperador, foi posto em segurança pelo duque Frederico, através de um seqüestro simulado de cavaleiros embuçados, durante sua viagem de retomo, e escondido no Castelo de Wartburgo, nas proximidades de Eisenach. Sua principal realização nesse período foi a tradução do Novo Testamento grego para um alemão fluente de grande aceitação popular. Os primeiros 5 mil exemplares esgotaram-se em 3 meses. Em cerca de dez anos houve 58 edições. Em 1522, com risco de vida, reassumiu as funções de professor em Wittenberg. Juntamente com Felipe Melanchthon (cognominado Praeceptor Germaniae - educador da Alemanha), seu grande amigo e colaborador, instruiu centenas de estudantes alemães, boêmios, poloneses, finlandeses, escandinavos.
Guerra dos Camponeses
Marcou o ano de 1525 a Guerra dos Camponeses - uma revolução armada em que os camponeses, sob federação, reivindicaram mais liberdade aos latifundiários. Em seus objetivos políticos sociais idealizaram Martinho Lutero como chefe. Confundiram reivindicações políticas com aspirações religiosas. Lutero, embora compreendendo suas necessidades, viu-se forçado a distanciar-se do movimento porque não era política a missão dele. A carnificina, com batalha final em Frankenhausen, trouxe prejuízos ao movimento da Reforma. Mas esta, a despeito de todos os abusos praticados em seu nome, se expandia. Lutero procurava consolidar as igrejas e escolas que haviam aderido à Reforma em território alemão e países vizinhos. Neste mesmo ano (I 525) casou-se com uma ex-freira, Catarina de Bora, de cujo casamento lhes nasceram 6 falhos.
Culto e Liturgia
De 1527 a 1529 esteve empenhado na organização da Igreja Evangélica. Compositor e poeta, compôs trinta e sete hinos. Cabe-lhe a celebridade de popularizar o Lied eclesiástico. Era também conhecido como o "Rouxinol de Wittenberg". Traduziu a ordem da missa para o alemão - Deutsche Messe 1526 - a partir do que os cultos passaram a ser celebra. dos na língua do povo, e não no latim que ninguém entendia.
Os dois Catecismos
Em 1529 redigiu dois manuais de instrução, até hoje em uso nas igrejas luteranas: "Catecismo Menor" e "Catecismo Maior" Os dois volumes apresentam, em seis partes, um sumário da doutrina cristã. O primeiro é escrito, especialmente, para as crianças; o segundo, para os pais. Justificando, o Reformador afirma: "A lamentável e mísera necessidade experimentada recentemente, quando também fui visitador, é que me obrigou e impulsionou a preparar este Catecismo ou doutrina cristã nesta forma breve, simples e singela. Meu Deus, quanta miséria não vi! O homem comum simplesmente não sabe nada da doutrina cristã, especialmente nas aldeias". Numa outra oportunidade afirma: "Eu também sou doutor e pregador, e, na verdade, tenho de continuar diariamente a ler e estudar, e ainda assim não me saio como quisera, e devo permanecer criança e aluno do Catecismo".
Somente a Escritura
No mesmo ano realizou-se, no mês de outubro, um encontro entre Ulrico Zwínglio e Lutero para um debate doutrinário, denominado Colóquio de Marburgo, urna controvérsia eucarística. O pregador Zwínglio, que vivia na Suíça, também reconhecera a apostasia da igreja romana, pregai)do a Palavra e testemunhando contra as indulgências. Diferia, no entanto, da doutrina de Lutero e a discrepância básica resumia-se na pergunta: Os artigos de fé devem basear-se exclusivamente na Palavra de Deus ou também na razão humana? Não chegaram a um acordo, visto que a resposta de Lutero não admitia dúvida: A Escritura, e nada além dela, é fonte de artigos de fé, como também, mais tarde, a Fórmula de Concórdia o expressa: "Cremos, ensinamos e confessamos que somente os escritos proféticos e apostólicos do Antigo e do Novo Testamento são a única regra e norma segundo a qual devem ser ajuizadas e julgadas igualmente todas as doutrinas e todos os mestres".
Confissão de Augsburgo
Auxiliou o duque João Frederico a delinear sua estratégia em relação à Dieta de Augsburgo (l53O), convocada Pelo imperador para superar o cisma- Acompanhou a redação, por Felipe Melanchthon, duma defesa oficial, que veio a chamar-se Confissão de Augsburgo.
O documento - a primeira e mais notável das confissões evangélicas - foi lido em público à assembléia imperial, em nome de príncipes e cidades partidárias da Reforma, a 25 de junho de 1530. Era Composto o documento de duas partes: uma, dogmática; outra, apologética. Argumentavam na Confissão que, quanto à doutrina, continuavam fiéis ao que a igreja vinha ensinando à base das Escrituras Sagradas, conforme os Credos Apostólico e Niceno; com respeito ao culto, mantinham os ritos antigos consentâneos ao evangelho, cancelando apenas aqueles costumes, ritos e cerimônias que obscureciam a glória de Jesus Cristo como o único Mediador entre Deus e Os homens. Reivindicaram, por conseguinte, o direito de conviver em Paz com o papa e os bispos no seio da igreja do império. O imperador, ouvida a Confissão, determinou que os teólogos de Roma elaborassem a Confutação Católica à confissão de Augsburgo. A 03 de agosto fez-se a leitura desta. Não terminava ainda a apresentação de confissões religiosas, e Lutero e Melanchthon responderam à Confutação com a Apologia da Confissão de Augsburgo, de alto valor teológico, mas da qual a Dieta não quis tomar conhecimento. A Dieta lhes concedeu o prazo até 15 de abril de 1531 para voltarem ao seio da igreja romana e exigiu rigoroso cumprimento do Édito de Worms. Embora desaconselhados por Lutero, constituiu-se em fevereiro de 1531 uma poderosa agremiação política dos príncipes luteranos, denominada "Lida de Esmalcalde". Porém, em vista do perigo dos turcos às portas do império, em Viena, o imperador dependia do auxilio militar dos príncipes evangélicos; por isso, pela Paz de Nüremberg, para a qual Lutero muito contribuiu, em 1532, permitiu aos adeptos da Confissão de Augsburgo a persistirem nas suas doutrinas e concedia-lhes ainda outros privilégios. Essa tolerância seria dada até a realização de um concílio da igreja.
Tradução do Antigo Testamento
Não houve, assim, apesar dos esforços, uma maneira de restabelecer a unidade na igreja e no império. Em 1534 Lutero terminava uma tarefa em que havia trabalhado mais de 10 anos: a tradução do Antigo Testamento para o alemão. No mesmo ano pode-se publicar, então, a Bíblia completa. Em 1536 Lutero redigiu, por solicitação do duque João da Saxônia, artigos para serem apresentados num "Concilio geral livre" convocado pelo Papa. Os Artigos de Esmalcalde, porém, não chegaram a ser apresentados. Os líderes evangélicos concluíram que o concilio não seria livre e se negaram a participar do Concílio de Trento (l545 - 1563), que desencadeou a contra-reforma, no pontificado de Paulo III.
Paz de Augsburgo
A Paz de Augsburgo, em 1555, atendeu, de certa forma, aos reclamos dos evangélicos. Substituiu a tolerância religiosa nestes termos: os príncipes e cidadãos do império respeitariam a filiaçao religiosa de cada um, e o povo teria a opção de adotar a confissão religiosa do respectivo domínio ou de emigrar a território que tivesse a confissão desejada.Martinho Lutero faleceu aos 62 anos de idade, em 18 de fevereiro de 1546, em sua cidade natal, Eisleben, depois de solucionar um litígio entre os condes de Mansfeld. Com grande cortejo fúnebre e ao som de todos os sinos, Lutero foi sepultado sob as lajes da igreja do Castelo de Wittenberg, onde sempre pregava o evangelho.
Contra-Reforma
A Contra-reforma, liderada pela ordem dos jesuítas, reconquistou vários territórios que tinham aderido à Reforma. Não obstante, a doutrina, o culto e a piedade preconizados por Lutero se enraizaram na Alemanha, nos países bálticos, nos países escandinavos e na Finlândia. Através doutros reformadores, foram acolhidos na França, Inglaterra, Escócia e Países ' Baixos. Em todos estes países, a Reforma ocasionou extraordinário desenvolvimento cultural, notadamente na educação, ciência, economia e política. Pela emigração, os "Luteranos" se espalharam por todos os continentes. Contam, hoje, cerca de 70 milhões. Frade, sacerdote, professor, doutor em Teologia, pregador considerado o primeiro de seu tempo, escritor vigoroso e de grande riqueza lexicografia, fixador da língua alemã, poeta e músico, Lutero abalou o mundo de seus dias e sobre ele se tem pronunciado. ciado o juízo dos séculos.
Pronunciamentos sobre Lutero
O historiador Schaff diz que "este foi o maior homem que a Alemanha produziu e um dos maiores vultos da história". Goethe dá o seu testemunho nestes termos: 'Dificilmente compreendemos o que devemos a Lutero e à Reforma em geral. Ficamos livres dos grilhões da estreiteza espiritual (... ) compreendemos o cristianismo em sua pureza". .Heinrich -Heine, o poeta excelso, exclama: "Honra a Lutero, a quem devemos a reconquista dos nossos direitos mais sagrados, e de cujos benefícios vivemos hoje em dia. Através de Lutero adquirimos a liberdade religiosa. Criou a palavra para o pensamento. Criou a língua alemã, através da tradução da Bíblia": Dollinger, historiador católico liberal, diz: "Lutero deu aos alemães o que nenhum outro jamais dera a seu povo: a língua, a Bíblia, a hinologia..." É reconhecido c omo "pai da alfabetização". Dirigiu-se aos pais através de profusas publicações, encarecendo-lhe a escola e a educação dos filhos como necessidade inadiável, para a pátria e a igreja verem melhores dias. Um escritor moderno declarou: "A Lutero deve a Alemanha seu esplendido sistema educacional - em suas origens e concepções. Porque ele foi o primeiro a reclamar uma educação universal, uma educação do povo todo, sem consideração de classe". Deixou à posteridade, em sua fecundidade literária, dezenas de volumes contendo obras doutrinárias, apologéticas, exegéticas, homiléticas, pastorais e pedagógicas. Funck-Brentano, célebre historiador contemporâneo assim se expressa: "Qualquer que seja o julgamento formulado em torno da doutrina religiosa de Martinho Lutero, é preciso reconhecer nele uma das mais poderosas personalidades que o mundo conheceu. Sua energia, seu valor, sua poderosa ação - que decorriam em grande parte da intensidade de suas convicções - estão acima de todo elogio. Calculou-se que seriam precisos a um homem dez anos de vida para simples cópia das cartas, orações e inumeráveis escritos do reformador, e Lutero não só redigiu suas obras, mas pensou-as, deu-lhes estudo e reflexões, corrigiu-as, e isso entre ocupações múltiplas, quase sempre absorventes e das mais diversas, suas prédicas, sua atividade social e política, os cuidados e o tempo que consagrou aos antigos e à família" (Martim Lutero, pág. 22, Ed Veccki). Dezenas de testemunhos dessa natureza poder-se-ia acrescentar à sua pessoa. Os exemplos citados, porém, exemplificam o veredito sobre sua pesso e a obra deixada até os nossos dias atesta a sua grandiosidade.


ROSA DE LUTERO


Símbolos são figuras que expressam verdades e convicções. Uma Cruz, um Coração, uma Rosa Messiânica, um Fundo Azul e um Anel Dourado formam o BRASÃO DE LUTERO.O coração se apega a Cristo, centro da fé e da vida cristã. A fé se reflete em alegria, consolação, paz e esperança, aguardando a realização das promessas de felicidade sem fim, que ainda serão cumpridas.A ROSA DE LUTERO tornou-se um símbolo visual da REFORMA e do LUTERANISMO.