Prometeu,
deus cujo nome em grego significa "aquele que vê o futuro", doou aos
homens o fogo e as técnicas para acendê-lo e mantê-lo. Zeus, o soberano
dos deuses, se enfureceu com esse ato, porque o segredo do fogo deveria
ser mantido entre os deuses. Por isso, ordenou a Hefesto [1], que
criasse uma mulher que fosse perfeita, e que a apresentasse à assembléia
dos deuses. Atena, a deusa da sabedoria e da guerra, vestiu essa mulher
com uma roupa branquíssima e adornou-lhe a cabeça com uma guirlanda de
flores, montada sobre uma coroa de ouro. Hefesto a conduziu
pessoalmente aos deuses, e todos ficaram admirados; cada um lhe deu um
dom particular:
Atena lhe ensinou as artes que convêm ao seu sexo, como a arte de tecer;
Afrodite lhe deu o encanto, que despertaria o desejo dos homens;
As Cárites, deusas da beleza, e a deusa da persuasão ornaram seu pescoço com colares de ouro;
Hermes,
o mensageiro dos deuses, lhe concedeu a capacidade de falar, juntamente
com a arte de seduzir os corações por meio de discursos insinuantes.
Depois que todos os deuses lhe deram seus presentes, ela recebeu o nome de Pandora, que em grego quer dizer "todos os dons".
Finalmente,
Zeus lhe entregou uma caixa bem fechada, e ordenou que ela a levasse
como presente a Prometeu. Entretanto, ele não quis receber nem Pandora,
nem a caixa, e recomendou a seu irmão, Epimeteu, que também não
aceitasse nada vindo de Zeus. Epimeteu, cujo nome significa "aquele que
reflete tarde demais", ficou encantado com a beleza de Pandora e a tomou
como esposa.
A
caixa de Pandora foi então aberta e de lá escaparam a Senilidade, a
Insanidade, a Doença, a Inveja, a Paixão, o Vício, a Praga, a Fome
e todos os outros males, que se espalharam pelo mundo e tomaram
miserável a existência dos homens a partir de então. Epimeteu tentou
fechá-la, mas só restou dentro a Esperança, uma criatura alada que
estava preste a voar, mas que ficou aprisionada na caixa [...] e é
graças a ela que os homens conseguem enfrentar todos os males e não
desistem de viver.
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