hamamos
de «Padres da Igreja» (Patrística) aqueles grandes homens da Igreja,
aproximadamente do século II ao século VII, que foram no Oriente e no
Ocidente como que «Pais» da Igreja, no sentido de que foram eles que
firmaram os conceitos da nossa fé, enfrentaram muitas heresias e, de
certa forma foram responsáveis pelo que chamamos hoje de Tradição da
Igreja; sem dúvida, são a sua fonte mais rica. Certa vez disse o Cardeal
Henri de Lubac:
«Todas as vezes que, no Ocidente tem
florescido alguma renovação, tanto na ordem do pensamento como na ordem
da vida – ambas estão sempre ligadas uma à outra – tal renovação tem
surgido sob o signo dos Padres.»
Gostaria de apresentar aqui ao menos uma
relação, ainda que incompleta, desses gigantes da fé e da Igreja, que
souberam fixar para sempre o que Jesus nos deixou através dos Apóstolos.
Em seguida, vamos estudar um pouco daquilo
que eles disseram e escreveram, a fim de que possamos melhor conhecer a
Tradição. [...]
- S. Clemente de Roma (†102), Papa de Roma (88 - 97)
- Santo Inácio de Antioquia (†110)
- Aristides de Atenas (†130)
- São Policarpo de Esmira (†156)
- Pastor de Hermas (†160)
- Aristides de Atenas (†160)
- São Hipólito de Roma (160 - 235)
- São Justino (†165)
- Militão de Sardes (†177)
- Atenágoras (†180)
- São Teófilo de Antioquia (†181)
- Orígenes de Alexandria (184 - 254)
- Santo Ireneu (†202)
- Tertuliano de Cartago (†220)
- São Clemente de Alexandria (†215)
- Metódio de Olimpo (sec.III)
- São Cipriano de Cartago (210-258)
- Novaciano (†257)
- São Atanásio de Alexandria(295 -373)
- São Efrém - (306 - 373), diácono, Mesopotânia
- São Hilário de Poitiers - bispo (310 - 367)
- São Cirilo de Jerusalém, bispo (315 - 386)
- São Basílio Magno, bispo (330 - 369) - Cesaréia
- São Gregório Nazianzeno - (330 - 379), bispo
- São Ambrósio - (340 - 397), bispo, Treves - Itália
- Eusébio de Cesaréia (340)
- São Gregório de Nissa (340)
- Prudêncio (384 - 405)
- São Jerônimo ( 348 - 420), presbítero Strido, Itália
- São João Cassiano (360 - 407)
- São João Crisóstomo - (349 - 407), bispo
- São Agostinho - (354 - 430), bispo
- Santo Efrém (†373)
- Santo Epifânio (†403)
- São Cirilo de Alexandria - (370 - 442), bispo
- São Pedro Crisólogo - (380 - 451), bispo, Itália
- São Leão Magno (400 - 461), papa de Roma - Toscana, Itália
- São Paulino de Nola (†431) - Sedúlio (sec V)
- São Vicente de Lerins (†450)
- São Pedro Crisólogo (†450)
- São Bento de Núrcia (480 - 547)
- São Venâncio Fortunato (530-600)
- São Ildefonso de Toledo (617 - 667)
- São Máximo Confessor (580-662)
- São Gregório Magno (540 - 604), Papa de Roma
- São Ildefonso de Sevilha (†636)
- São Germano de Constantinopla - (610-733)
- São João Damasceno (675 - 749), bispo, Damasco
Neste capítulo vamos apresentar um pouco
daquilo que esses grandes Padres da Igreja escreveram; isto nos ajudará a
compreender melhor o que é a Sagrada Tradição da Igreja. Veremos de
onde vem a fonte de tudo aquilo que cremos e vivemos na Igreja [...]
São Clemente de Roma (†102), Papa (88-97),
foi o terceiro sucessor de São Pedro, nos tempos dos imperadores
romanos Domiciano e Trajano (92 a 102). No depoimento de Santo Ireneu
“ele viu os Apóstolos e com eles conversou, tendo ouvido diretamente a
sua pregação e ensinamento”. (Contra as heresias)
Santo Inácio de Antioquia (†110)
foi o terceiro bispo da importante comunidade de Antioquia, fundada por
São Pedro. Conheceu pessoalmente São Paulo e São João. Sob o imperador
Trajano, foi preso e conduzido a Roma onde morreu nos dentes dos leões
no Coliseu. A caminho de Roma escreveu Cartas às igreja de Éfeso,
Magnésia, Trales, Filadélfia, Esmirna e ao bispo S. Policarpo de
Esmirna. Na carta aos esmirnenses, aparece pela primeira vez a expressão
“Igreja Católica”.
Aristides de Atenas († 130) foi um dos primeiros apologistas cristãos; escreveu a sua Apologia ao imperador romano Adriano, falando da vida dos cristãos.
São Policarpo (†156) foi
bispo de Esmirna, e uma pessoa muito amada. Conforme escreve Santo
Irineu, que foi seu discípulo, Policarpo foi discípulo de São João
Evangelista. No ano 155 estava em Roma com o Papa Niceto tratando de
vários assuntos da Igreja, inclusive a data da Páscoa. Combateu os
hereges gnósticos. Foi condenado à fogueira; o relato do seu martírio,
feito por testemunhas oculares, é documento mais antigo deste gênero
(publicado neste livro).
Hermas (†160) era irmão do Papa São Pio I, sob cujo pontificado escreveu a sua obra Pastor. suas visões de estilo apocalíptico.
Didaquè (ou Doutrina dos Doze Apóstolos)
é como um antigo catecismo, redigido entre os anos 90 e 100, na Síria,
na Palestina ou em Antioquia. Traz no título o nome dos doze Apóstolos.
Os Padres da Igreja mencionaram-na muitas vezes. Em 1883 foi encontrado
um seu manuscrito grego.
São Justino (†165), mártir
nasceu em Naplusa, antiga Siquém, em Israel; achou nos Evangelhos “a
única filo proveitosa”, filósofo, fundou uma escola em Roma. Dedicou a
sua Apologias ao Imperador romano Antonino Pio, no ano 150, defendendo
os cristãos; foi martirizado em Roma.
Santo Hipólito de Roma (160-235)
discípulo de santo Irineu (140-202), foi célebre na Igreja de Roma,
onde Orígenes o ouviu pregar. Morreu mártir. Escreveu contra os hereges,
compôs textos litúrgicos, escreveu a Tradição Apostólica onde retrata
os costumes da Igreja no século III: ordenações, catecumenato, batismo e
confirmação, jejuns, ágapes, eucaristia, ofícios e horas de oração,
sepultamento, etc.
Melitão de Sardes (†177)
foi bispo de Sardes, na Lídia, um dos grandes luminares da Ásia Menor.
Escreveu a Apologia, dirigida ao imperador Marco Aurélio.
Atenágoras (†180) era
filósofo em Atenas, Grécia, autor da Súplica pelos Cristãos, apologia
oferecida em tom respeitoso ao imperador Marco Aurélio e seu filho
Cômodo; escreveu também o tratado sobre A Ressurreição dos mortos, foi
grande apologista.
São Teófilo de Antioquia (†após 181)
nasceu na Mesopotâmia, converteu-se ao cristianismo já adulto,
tornou-se bispo de Antioquia. Apologista, compôs três livros, a
Autólico.
Santo Ireneu (†202) nasceu
na Ásia Menor, foi discípulo de são Policarpo (discípulo de são João),
foi bispo de Lião, na Gália (hoje França). Combateu eficazmente o
gnosticismo em sua obra Adversus Haereses (Refutação da Falsa Gnose) e a
Demonstração da Preparação Apostólica. Segundo são Gregório de Tours
(†594), são Irineu morreu mártir. É considerado o “príncipe dos teólogos
cristãos”. Salienta nos seus escritos a importância da Tradição oral da
Igreja, o primado da Igreja de Roma (fundada por Pedro e Paulo).
Santo Hilário de Poitiers (316-367),
doutor da Igreja, foi bispo de Poitiers, combateu o arianismo, foi
exilado pelo imperador Constâncio, escreveu a obra Sobre a Santíssima
Trindade.
São Clemente de Alexandria (†215)
Seu nome é Tito Flávio Clemente, nasceu em Atenas por volta de 150.
Viajou pela Itália, Síria, Palestina e fixou-se em Alexandria. Durante a
perseguição de Setímio Severo (203), deixou o Egito, indo para a Ásia
Menor, onde morreu em 215. Seu grande trabalho foi tentar a aliança do
pensamento grego com a fé cristã. Dizia: “Como a lei formou os hebreus, a
filo formou os gregos para Cristo”.
Orígenes (184-254) Nasceu
em Alexandria, Egito; seu pai Leônidas morreu martirizado em 202. Também
desejava o martírio; escreveu ao pai na prisão: “não vás mudar de idéia
por causa de nós”. Em 203 foi colocado à frente da escola catequética
de Alexandria pelo bispo Demétrio. Em 212 esteve em Roma, Grécia e
Palestina. A mãe do imperador Alexandre Severo, Júlia Mammae, chamou-o a
Antioquia para ouvir suas lições. Morreu em Cesaréia durante a
perseguição do imperador Décio.
Tertuliano de Cartago (†220),
norte da África, culto, era advogado em Roma quando em 195 se converteu
ao Cristianismo, passando a servir a Igreja de Cartago como catequista.
Combateu as heresias do gnosticismo, mas se desentendeu com a Igreja
Católica. É autor das frases: “Vede como se amam” e “ O sangue dos
mártires era semente de novos cristãos”.
São Cipriano (†258) Cecílio
Cipriano nasceu em Cartago, foi bispo e primaz da África Latina. Era
casado. Foi perseguido no tempo do imperador Décio, em 250, morreu
mártir em 258. Escreveu a bela obra Sobre a unidade da Igreja Católica.
Na obra De Lapsis, sobre os que apostataram na perseguição, narra ao
vivo o drama sofrido pelos cristãos, a força de uns, o fracasso de
outros. Escreveu ainda a obra Sobre a Oração do Senhor, sobre o Pai
Nosso.
Eusébio de Cesaréia (260-339)
bispo, foi o primeiro historiador da Igreja. Nasceu na Palestina, em
Cesaréia, discípulo aí de Orígenes. Escreveu a sua Crônica e a História
Eclesiástica, além de A Preparação e a Demonstração Evangélicas. Foi
perseguido por Dioclesiano, imperador romano.
Santo Atanásio (295-373),
doutor da Igreja, nasceu em Alexandria, jovem ainda foi viver o
monaquismo nos desertos do Egito,onde conheceu o grande Santo
Antão(†376), o “pai dos monges”. Tornou-se diácono da Igreja de
Alexandria, e junto com o seu Bispo Alexandre, se destacou no Concílio
de Nicéia (325) no combate ao arianismo. Tornou-se bispo de Alexandria
em 357 e continuou a sua luta árdua contra o arianismo (Ário negava a
divindade de Jesus), o que lhe valeu sete anos de exílio. São Gregório
Nazianzeno disse dele: “O que foi a cabeleira para Sansão, foi Atanásio
para a Igreja.”
Santo Hilário de Poitiers (316-367),
doutor da Igreja, nasceu em Poitiers, na Gália (França); em 350 clero e
povo o elegiam bispo, apesar de ser casado. Organizou a luta dos bispos
gauleses contra o arianismo. Foi exilado pelo imperador Constâncio, na
Ásia Menor, voltando para a Gália em 360, fazendo valer as decisões do
Concílio de Nicéia. É chamado o “Atanásio do Ocidente”.Escreveu as obras
Sobre a Fé, Sobre a Santíssima Trindade.
Santo Efrém, o Sírio (†373) doutor da Igreja
é considerado o maior poeta sírio, chamado de “a cítara do Espírito
Santo”. Nasceu em Nísibe, de pais cristãos, por volta de 306, deve ter
participado do Concílio de Nicéia (325), segundo a tradição, com o seu
bispo Tiago. Foi ordenado diácono em 338 e assim ficou até o fim da
vida. Escreveu tratados contra os gnósticos, os arianos e contra o
imperador Juliano, o apóstata. Escreveu belos hinos e louvores a Maria.
São Cirilo de Jerusalém (†386),
doutor da Igreja, Bispo de Jerusalém, guardião da fé professada pela
Igreja no Concílio de Nicéia (325). Autor das Catequeses Mistagógicas,
esteve no segundo Concílio Ecumênico, em Constantinopla, em 381.
São Dâmaso (304-384), Papa
da Igreja, instruído, de origem espanhola, sucedeu o Papa Libério que o
ordenou diácono; obteve do Imperador Graciano o reconhecimento
jurisdicional do bispo de Roma. Mandou que S. Jerônimo fizesse uma
revisão da versão latina da Bíblia, a Vulgata. Descobriu e ornamentou os
túmulos dos mártires nas catacumbas, para a visita dos peregrinos.
São Basílio Magno (329-379),
Bispo e doutor da Igreja, nasceu na Capadócia; seus irmãos Gregório de
Nissa e Pedro, são santos. Foi íntimo amigo de S. Gregório Nazianzeno;
fez-se monge. Em 370 tornou-se bispo de Cesaréia na Palestina, e
metropolita da província da Capadócia. Combateu o arianismo e o
apolinarismo (Apolinário negava que Jesus tinha uma alma humana).
Destacou-se no estudo a Santíssima Trindade (Três Pessoas e uma
Essência).
São Gregório Nazianzeno (329-390),
doutor da Igreja – nasceu em Nazianzo, na Capadócia, era filho do bispo
local, que o ordenou padre; foi um dos maiores oradores cristãos. Foi
grande amigo de São Basílio, que o sagrou bispo. Lutou contra o
arianismo. Sua doutrina sobre a Santíssima Trindade o fez ser chamado de
“teólogo”, que o Concílio de Calcedônia confirmou em 481.
São Gregório de Nissa (†394)
foi bispo de Nissa, e depois de Sebaste, irmão de São Basílio e amigo
de São Gregório Nazianzeno. Os três santos brilharam na Capadócia. Foi
poeta e místico; teve grande influência no primeiro Concílio de
Constantinopla (381) que definiu o dogma da SS. Trindade. Combateu o
apolinarismo, macedonismo (Macedônio negava a divindade do Espírito
Santo) e arianismo.
São João Crisóstomo (354-407) ( = boca de ouro),
doutor da Igreja, é o mais conhecido dos Padres da Igreja grega. Nasceu
em Antioquia. Tornou-se patriarca de Constantinopla, foi grande
pregador. Foi exilado na Armênia por causa da defesa da fé sã. Foi
proclamado pelo papa S. Pio X, padroeiro dos pregadores.
São Cirilo de Alexandria (†444)
Bispo e doutor da Igreja, sobrinho do patriarca de Alexandria, Teófilo,
o substituiu na Sé episcopal em 412. Combateu vivamente o Nestorianismo
(Nestório negava que em Jesus havia uma só Pessoa e duas naturezas),
com o apoio do papa Celestino. Participou do Concílio de Éfeso (431),
que condenou as teses de Nestório. É considerado um dos maiores Padres
da língua grega, e chamado o “Doutor mariano”.
São João Cassiano (360-465)
recebeu formação religiosa em Belém e viveu no Egito. Foi ordenado
diácono por S. João Crisóstomo, em Constantinopla, e padre pelo papa
Inocêncio, em Roma. Em 415 fundou dois mosteiros em Marselha, um para
cada sexo. São Bento recomendou seus escritos.
São Paulino de Nola (†431)
nasceu na Gália (França), exerceu importantes cargos civis até ser
batizado. Vendeu seus bens, distribuindo o dinheiro aos pobres, e com
sua esposa Terásia passou a viver vida eremítica. Foi ordenado padre em
394, em 409 bispo de Nola.
São Pedro Crisólogo (†450) (= palavra de ouro)
bispo e doutor da Igreja – foi bispo de Ravena, Itália. Quando
Êutiques, patriarca de Constantinopla pediu o seu apoio para a sua
heresia (monofisismo - uma só natureza em Cristo), respondeu: “Não
podemos discutir coisas da fé, sem o consentimento do Bispo de Roma”.
Temos 170 de suas cartas e escritos sobre o Símbolo e o Pai – Nosso.
Santo Ambrósio (†397),
doutor da Igreja, nasceu em Tréveris, de nobre família romana. Com 31
anos governava em Milão as províncias de Emília e Ligúria. Ainda
catecúmeno, foi eleito bispo de Milão, pelo povo, tendo, então recebido o
batismo, a ordem e o episcopado. Foi conselheiro de vários imperadores e
batizou santo Agostinho, cujas pregações ouvia. Deixou obras admiráveis
sobre a fé católica.
São Jerônimo (347-420),
“Doutor Bíblico” – nasceu na Dalmácia e educou-se em Roma; é o mais
erudito dos Padres da Igreja latina; sabia o grego, latim e hebraico.
Viveu alguns anos na Palestina como eremita. Em 379 foi ordenado
sacerdote pelo bispo Paulino de Antioquia; foi ouvinte de São Gregório
Nazianzeno e amigo de São Gregório de Nissa. De 382 a 385 foi secretário
do Papa S. Dâmaso, por cuja ordem fez a revisão da versão latina da
Bíblia (Vulgata), em Belém, por 34 anos. Pregava o ideal de santidade
entre as mulheres da nobreza romana (Marcela, Paula e Eustochium) e
combatia os maus costumes do clero. Na figura de São Jerônimo
destacam-se a austeridade, o temperamento forte, o amor a Igreja [...].
Santo Epifânio (†403),
Nasceu na Palestina, muito culto, foi superior de uma comunidade
monástica em Eleuterópolis (Judéia) e depois, bispo de Salamina, na ilha
de Chipre. Batalhou muito contra as heresias, especialmente o
origenismo.
Santo Agostinho (354-430),
Bispo e Doutor da Igreja - Nasceu em Tagaste, Tunísia, filho de Patrício
e S. Mônica. Grande teólogo, filósofo, moralista e apologista. Aprendeu
a retórica em Cartago, onde ensinou gramática até os 29 anos de idade,
partindo para Roma e Milão onde foi professor de Retórica na corte do
Imperador. Alí se converteu ao cristianismo pelas orações e lágrimas, de
sua mãe Mônica e pelas pregações de S. Ambrósio, bispo de Milão. Foi
batizado por esse bispo em 387. Voltou para a África em veste de
penitência onde foi ordenado sacerdote e depois bispo de Hipona aos 42
anos de idade. Foi um dos homens mais importantes para a Igreja.
Combateu com grande capacidade as heresias do seu tempo, principalmente o
Maniqueísmo, o Donatismo e o Pelagianismo, que desprezava a graça de
Deus. Santo Agostinho escreveu muitas obras e exerceu decisiva
influência sobre o desenvolvimento cultural do mundo ocidental. É
chamado de “Doutor da Graça”. São Leão Magno (400-461) -
Papa e Doutor da Igreja - nasceu em Toscana, foi educado em Roma. Foi
conselheiro sucessivamente dos papas Celestino I (422-432) e Xisto III
(432-440) e foi muito respeitado como teólogo e diplomata. Participou de
grandes problemas da Igreja do seu tempo e pôde travar contato pessoal e
por cartas com Santo Agostinho, São Cirilo de Alexandria e São João
Cassiano, que o descrevia como “ornamento da Igreja e do divino
ministério”. Deixou 96 Sermões e 173 Cartas que chegaram até nós.
Participou ativamente na elaboração dogmática sobre o grave problema
tratado no Concílio de Calcedônia, a condenação da heresia chamada
monofisismo. Leão foi o primeiro Papa que recebeu o título de Magno
(grande). Em sua atuação no plano político, a História registrou e
imortalizou duas intervenções de São Leão, respectivamente junto a
Átila, rei dos Hunos, em 452, e junto a Genserico, em 455, bárbaros que
queriam destruir Roma.
São Vicente de Lérins (†450)
Depois de muitos anos de vida mundana se refugiou no mosteiro de
Lérins. Escreveu o seu Commonitorium, “ para descobrir as fraudes e
evitar as armadilhas dos hereges”.
São Bento de Núrcia (480-547)
nasceu em Núrcia, na Úmbria, Itália; estudou Direito em Roma, quando
se consagrou a Deus. Tornou-se superior de várias comunidades
monásticas; tendo fundado no monte Cassino a célebre Abadia local. A sua
Regra dos Mosteiros tornou-se a principal regra de vida dos mosteiros
do ocidente, elogiada pelo papa S. Gregório Magno, usada até hoje. O
lema dos seus mosteiros era “ora et labora”. O Papa Pio XII o chamou de
Pai da Europa e Paulo VI proclamou-o Patrono da Europa, em 24/10/1964.
São Venâncio Fortunato (530-600)
nasceu em Vêneto na Itália, foi para Poitiers (França). Autor de
célebres hinos dedicados à Paixão de Cristo e à Virgem Maria, até hoje
usados na Igreja.
São Gregório Magno (540-604),
Papa e doutor da Igreja - Nasceu em Roma, de família nobre. Ainda muito
jovem foi primeiro ministro do governo de Roma. Grande admirador de S.
Bento, resolveu transformar suas muitas posses em mosteiros. O papa
Pelágio o enviou como núncio apostólico em Constantinopla até o ano 585.
Foi feito papa em 590. Foi um dos maiores papas que a Igreja já teve.
Bossuet considerava-o “modelo perfeito de como se governa a Igreja”.
Promoveu na liturgia o canto “gregoriano”. Profunda influência exerceram
os seus escritos: Vida de São Bento e Regra Pastoral, usado ainda hoje.
São Máximo, o confessor (580 - 662)
nasceu em Constantinopla, foi secretário do imperador Heráclio, depois
foi para o mosteiro de Crisópolis. Lutou contra o monofisismo e
monotelismo, sendo preso, exilado e martirizado por isso. Obteve a
condenação do monotelismo no Concílio de Latrão, em 649.
Santo Ildefonso de Sevilha (†636)
doutor da Igreja. Considerado o último Padre do ocidente. Bispo de
Sevilha, Espanha desde 601. Em 636 dirigiu o IV Sínodo de Toledo.
Exerceu notável influência na Idade Média com os seus escritos
exegéticos, dogmáticos, ascéticos e litúrgicos.
São Germano de Constantinopla - (610-733)
Bispo - Patriarca de Constantinopla (715-30), nasceu em Constantinopla
ao final do reinado do imperador Heracleo (610-41); morreu em 733 ou
740. Filho de Justiniano, um patriciano, Germano dedicou seus serviços à
Igreja e começou como clérigo na catedral de Metrópolis. Logo depois da
morte de seu pai que havia ocupado vários altos cargos de oficial,
pelas mãos do sobrinho de Herácleo, Germano se consagrou bispo de
Chipre, o ano exato, porém, de sua elevação é desconhecido.
São João Damasceno (675-749)
Bispo e Doutor da Igreja - É considerado o último dos representantes
dos Padres gregos. É grande a sua obra literária: poesia, liturgia, filo
e apologética. Filho de um alto funcionário do califa de Damasco, foi
companheiro do príncipe Yazid que, mais tarde o promoveu ao mesmo
encargo do pai, ministro das finanças. A um determinado tempo deixou a
corte do califa e retirou-se para o mosteiro de São Sabas, perto de
Jerusalém. Tornou-se o pregador titular da basílica do Santo Sepulcro.
Enfrentou com muita coragem a heresia dos iconoclastas que condenavam o
culto das imagens. Ficaram famosos os seus Três Discursos a Favor das
Imagens Sagradas.
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