Autora das “Memórias de Cleópatra” pesquisou em todas as fontes, aceitas ou não pela Igreja, para escrever o que considera a verdadeira história de Maria Madalena
Quem foi Maria Madalena? Uma prostituta
arrependida? Uma deusa da Antiguidade? A esposa de Jesus, com quem se
casou e teve filhos, no sul da França – como querem os teóricos da
conspiração que afirmam ter sido Jesus não o filho de Deus, mas um homem
comum, que sobreviveu ao martírio da cruz? Seria Maria Madalena – como
propagado no livro “O Código Da Vinci” – realmente o pivô do maior
segredo da Igreja Católica, guardado há séculos pelos sábios do Priorado
de Sião – entre eles Leonardo Da Vinci, que a teria retratado ao lado
de Jesus, na Santa Ceia?
“Maria Madalena” (Geração Editorial, 664 págs., R$ 47,00), romance de Margaret George – autora do bestseller mundial “As Memórias de Cleópatra” – está sendo relançado, depois de vender 15.000 exemplares, com nova capa e novo foco de interesse: afinal, a autora pretende contar, de forma romanceada, depois de pesquisar sete anos, “a verdadeira história de Jesus e Maria Madalena”, sobre a qual Dan Brown, o autor de “O Código Da Vinci”, despertou enorme curiosidade. O romance, alerta Margaret, é uma obra de ficção, mas todos os fatos históricos nele incluídos foram rigorosamente obtidos de documentos.
Antes de escrever seu romance – no qual, é claro, precisou criar novos personagens e novas tramas, estas sim, frutos da imaginação – Margaret George pesquisou todos os Evangelhos canônicos (aceitos pela Igreja Católica) e também os apócrifos (que a Igreja não aceita). Leu textos de apóstolos como Paulo. Leu todos os historiadores, principalmente romanos, do Século I, que se debruçaram sobre a época de Jesus, e muitos documentos que a Igreja Católica gostaria de esconder.
O resultado é fascinante: mesclando história, religião, mistério e grande arte, Margaret George escreveu um livro que prende o leitor da primeira à última página.
“Maria Madalena” (Geração Editorial, 664 págs., R$ 47,00), romance de Margaret George – autora do bestseller mundial “As Memórias de Cleópatra” – está sendo relançado, depois de vender 15.000 exemplares, com nova capa e novo foco de interesse: afinal, a autora pretende contar, de forma romanceada, depois de pesquisar sete anos, “a verdadeira história de Jesus e Maria Madalena”, sobre a qual Dan Brown, o autor de “O Código Da Vinci”, despertou enorme curiosidade. O romance, alerta Margaret, é uma obra de ficção, mas todos os fatos históricos nele incluídos foram rigorosamente obtidos de documentos.
Antes de escrever seu romance – no qual, é claro, precisou criar novos personagens e novas tramas, estas sim, frutos da imaginação – Margaret George pesquisou todos os Evangelhos canônicos (aceitos pela Igreja Católica) e também os apócrifos (que a Igreja não aceita). Leu textos de apóstolos como Paulo. Leu todos os historiadores, principalmente romanos, do Século I, que se debruçaram sobre a época de Jesus, e muitos documentos que a Igreja Católica gostaria de esconder.
O resultado é fascinante: mesclando história, religião, mistério e grande arte, Margaret George escreveu um livro que prende o leitor da primeira à última página.
Cenas de amor com Jesus Cristo
“Não é fácil escrever uma cena de amor
para Jesus”, anotou o The New York Times, sobre este novo romance da
americana Margaret George, que os brasileiros já conhecem por “As
Memórias de Cleópatra”, com mais de 100 mil exemplares vendidos em seus
três volumes que somam 1300 páginas.
Margaret conta a história da mais controvertida das personagens bíblicas – durante muito tempo imaginou-se que fosse prostituta – e não hesita em reconstituir seu relacionamento com Jesus.
Em certo momento, Madalena atira-se nos braços de Jesus e pergunta ardorosamente porque ele, afinal, não pode amá-la como ela o ama. Ele responde que ela poderia ser, sim, a mulher da vida dele – não tivesse Deus lhe reservado outro destino. Madalena, naquele momento, não se conforma: prefere que Jesus abandone seu projeto para entregar-se a ela.
Sim, a Madalena de Margaret George é emocional, impetuosa, pecadora e bondosa. Jesus gostava dela. Nasceu em família abastada e, apaixonada por Jesus, deu-lhe apoio material para seu apostolado e evolveu-se de tal forma na construção do Cristianismo que acabou abandonando a família e caindo no mundo para divulgar as idéias da nova religião.
Como fizera com Mary Stuart, Henrique VIII, Cleópatra, Julio César e Marco Antonio, Margaret revela de novo grande competência para recriar grandes personagens, ao mesmo tempo em que reconstitui o ambiente em que viveram. Da culinária à filosofia, do vestuário à geografia, tudo parece perfeito. Margaret não apenas pesquisou a Bíblia, os Evangelhos, os livros históricos e todos os documentos possíveis: ela também visitou os locais por onde Madalena, Jesus e seus seguidores andaram.
Margaret conta a história da mais controvertida das personagens bíblicas – durante muito tempo imaginou-se que fosse prostituta – e não hesita em reconstituir seu relacionamento com Jesus.
Em certo momento, Madalena atira-se nos braços de Jesus e pergunta ardorosamente porque ele, afinal, não pode amá-la como ela o ama. Ele responde que ela poderia ser, sim, a mulher da vida dele – não tivesse Deus lhe reservado outro destino. Madalena, naquele momento, não se conforma: prefere que Jesus abandone seu projeto para entregar-se a ela.
Sim, a Madalena de Margaret George é emocional, impetuosa, pecadora e bondosa. Jesus gostava dela. Nasceu em família abastada e, apaixonada por Jesus, deu-lhe apoio material para seu apostolado e evolveu-se de tal forma na construção do Cristianismo que acabou abandonando a família e caindo no mundo para divulgar as idéias da nova religião.
Como fizera com Mary Stuart, Henrique VIII, Cleópatra, Julio César e Marco Antonio, Margaret revela de novo grande competência para recriar grandes personagens, ao mesmo tempo em que reconstitui o ambiente em que viveram. Da culinária à filosofia, do vestuário à geografia, tudo parece perfeito. Margaret não apenas pesquisou a Bíblia, os Evangelhos, os livros históricos e todos os documentos possíveis: ela também visitou os locais por onde Madalena, Jesus e seus seguidores andaram.
A Deusa
Os livros gnósticos (que a Igreja
Católica não aceita) revelaram que Maria Madalena, além de ser a
discípula (ou apóstola) preferida de Jesus, possuía dons espirituais que
Jesus respeitava e a tornaram especial e muito próxima a ele. Margaret
George, no entanto, acha desnecessário, pela falta de evidências
objetivas, afirmar-se com ênfase que ela e Jesus poderiam ter se casado.
Em nenhuma escritura, em nenhum documento se afirma que Jesus era casado. Sabe-se que era filho de José e Maria e que tinha irmãos”, diz Margaret George".
– Já o rótulo de prostituta, isso é coisa que não existia até o século VI, quando sua memória começou a ser, digamos, desconstruída por uma Igreja que não queria saber de mulheres. A imagem de Madalena só foi reconstruída pelo Vaticano em 1969.
Margaret George considera, porém, que “uma figura feminina divina é uma interessante perspectiva, porque, apesar do barulho causado pelos profetas bíblicos contra os rituais de "Astarte e a Rainha do Paraíso", o povo espera por uma Deusa e sente falta de uma metade feminina na cristandade”.
– A Deusa é uma personagem muito poderosa que se recusa a ser esquecida. Em meu livro eu quero, sim, relacionar Maria Madalena como o símbolo da Deusa que se encontrou e que foi esquecida. Maria por ela mesma é algumas vezes vista como uma versão cristã de deusa, o lado terreno representando sexualidade e prazer, enquanto a Virgem Maria representa o Etéreo. Na Antigüidade, a igreja tinha tido muitos problemas para lidar com a sexualidade, então qualquer figura feminina associada com isto tinha quer ser prostituta”.
Mas por quê a insistência em se imaginar Jesus e Madalena casados, mesmo sem documentos que o comprovem?
– Acredito que isso acontece em virtude do magnetismo pessoal de Jesus. Um crítico uma vez disse que a grande tentação de Cristo poderia ter sido as portas que o seu próprio charme abriria para ele. Todo o mundo o queria para jantar. Era pouco comum, para aquela época, um relacionamento tão próximo entre um homem e uma mulher, o relacionamento que havia entre Jesus e Madalena. Eles se relacionavam como iguais. Seria surpreendente se alguém tão humana e sozinha quanto Maria Madalena não se sentisse atraída por Jesus e não desejasse tê-lo sempre ao seu lado, como marido.
Permanece, portanto, o enigma. Margaret George não diz, mas, da mesma forma como não há documentos que afirmem ter sido Maria Madalena e Jesus casados, ou companheiros, também não existem documentos que assegurem o contrário. O próprio romance acaba deixando um mistério no ar: se casados não foram, algo poderia, sim, ter acontecido entre eles.
“Maria Madalena”, o romance, que em breve vai ser transformado em filme, a despeito disso, conta de forma clara e emocionante história de uma mulher em seu mais profundo desespero, na sua jornada pela fé e no contexto de sua época. Nesse sentido, explora temas de dedicação e libertação, a tensão entre o amor romântico e o amor de Deus e a necessidade do sofrimento e da perseguição como testes para a fé. Ela se divide entre sua crença na mensagem de Jesus e seu amor pela família, seu amor por Jesus como um homem e seu amor por ele como Deus. Esposa ou companheira de Jesus, prostituta, apóstola, Deusa, não importa: Maria Madalena foi uma das grandes mulheres do seu tempo.
Em nenhuma escritura, em nenhum documento se afirma que Jesus era casado. Sabe-se que era filho de José e Maria e que tinha irmãos”, diz Margaret George".
– Já o rótulo de prostituta, isso é coisa que não existia até o século VI, quando sua memória começou a ser, digamos, desconstruída por uma Igreja que não queria saber de mulheres. A imagem de Madalena só foi reconstruída pelo Vaticano em 1969.
Margaret George considera, porém, que “uma figura feminina divina é uma interessante perspectiva, porque, apesar do barulho causado pelos profetas bíblicos contra os rituais de "Astarte e a Rainha do Paraíso", o povo espera por uma Deusa e sente falta de uma metade feminina na cristandade”.
– A Deusa é uma personagem muito poderosa que se recusa a ser esquecida. Em meu livro eu quero, sim, relacionar Maria Madalena como o símbolo da Deusa que se encontrou e que foi esquecida. Maria por ela mesma é algumas vezes vista como uma versão cristã de deusa, o lado terreno representando sexualidade e prazer, enquanto a Virgem Maria representa o Etéreo. Na Antigüidade, a igreja tinha tido muitos problemas para lidar com a sexualidade, então qualquer figura feminina associada com isto tinha quer ser prostituta”.
Mas por quê a insistência em se imaginar Jesus e Madalena casados, mesmo sem documentos que o comprovem?
– Acredito que isso acontece em virtude do magnetismo pessoal de Jesus. Um crítico uma vez disse que a grande tentação de Cristo poderia ter sido as portas que o seu próprio charme abriria para ele. Todo o mundo o queria para jantar. Era pouco comum, para aquela época, um relacionamento tão próximo entre um homem e uma mulher, o relacionamento que havia entre Jesus e Madalena. Eles se relacionavam como iguais. Seria surpreendente se alguém tão humana e sozinha quanto Maria Madalena não se sentisse atraída por Jesus e não desejasse tê-lo sempre ao seu lado, como marido.
Permanece, portanto, o enigma. Margaret George não diz, mas, da mesma forma como não há documentos que afirmem ter sido Maria Madalena e Jesus casados, ou companheiros, também não existem documentos que assegurem o contrário. O próprio romance acaba deixando um mistério no ar: se casados não foram, algo poderia, sim, ter acontecido entre eles.
“Maria Madalena”, o romance, que em breve vai ser transformado em filme, a despeito disso, conta de forma clara e emocionante história de uma mulher em seu mais profundo desespero, na sua jornada pela fé e no contexto de sua época. Nesse sentido, explora temas de dedicação e libertação, a tensão entre o amor romântico e o amor de Deus e a necessidade do sofrimento e da perseguição como testes para a fé. Ela se divide entre sua crença na mensagem de Jesus e seu amor pela família, seu amor por Jesus como um homem e seu amor por ele como Deus. Esposa ou companheira de Jesus, prostituta, apóstola, Deusa, não importa: Maria Madalena foi uma das grandes mulheres do seu tempo.
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