Forças Populares de Libertação foi um nome de uma organização guerrilheira brasileira. Ela iniciou suas ações em 1965.
Nos últimos meses de 1964, aumentara a ida de comunistas brasileiros para o Uruguai, ansiosos em estabelecer alianças com os grupos de asilados políticos os quais, já se dizia, estavam com os "dólares de Cuba". Foi por esse motivo que alguns grupos sindicais e militares, acrescidos de militantes de organizações comunistas, partiram para o tal país.
A primeira tentativa de unificação dos grupos existentes concretizou-se em janeiro de 1965, com a criação do "Pacto de Montevidéu", assinado por Leonel Brizola, Max da Costa Santos, José Guimarães Neiva Moreira, Darcy Ribeiro e Paulo Schilling, além de representantes da AP (Ação Popular), com Aldo Arantes, do PCB (Partido Comunista Brasileiro), com Hércules Correia dos Reis, do PORT (Partido Operário Revolucionário Trotskista) e com Cláudio Antônio Vasconcelos Cavalcanti do PC do B (Partido Comunista do Brasil).
Constituindo-se em uma frente revolucionária, definiram a insurreição como a forma de luta para a tomada do poder, sem deixar de contar com a participação de uma parcela da burguesia nacional prejudicada pelos interesses imperialistas. As massas participariam da luta através da constituição de comitês de empresas, de comitês rurais e de grupos de ação - os "Grupos dos 5".
Denominada de Frente Popular de Libertação (FPL), a expressão organizada do Pacto de Montevidéu afirmava que os "atos de guerra", definidos como "atos de sabotagem urbana" e "focos de guerrilha no campo", deveriam multiplicar-se por todo o território brasileiro, sem prejudicar a parcela da população não comprometida. Os inocentes deveriam ser ganhos pela insurreição e serem aproveitados como força de pressão e massa de manobra.
O Pacto previa, também, a formação de um Comando Nacional (CN) da FPL, através da evolução das estruturas de comando dos grupos de ação e dos comitês de empresas e dos rurais. Enquanto o CN não fosse constituído, um Comitê de Coordenação, sediado em Montevidéu e integrado pelos signatários do Pacto, decidiria sobre a participação da FPL em manifestações de caráter político.
A primeira tentativa de ação idealizada pela FPL ocorreu em fevereiro de 1965. Ao fazer um tratamento em Montevidéu, um ex-soldado do 13º Regimento de Cavalaria, conhecido por Ponciano e que trabalhava com explosivos numa firma de Jaguarão, foi recrutado por membros da FPL. Prometeram-lhe 1 milhão de cruzeiros para levar 20 caixas de dinamite para o Uruguai e uma gratificação extra se conseguisse explodir um bueiro na BR-2, em Capão Reiúno, próximo a Jaguarão, interditando a estrada.
Ponciano chegou a conseguir 32 bananas de dinamite. Entretanto, não conseguiu entregá-las, a explosão não destruíu o bueiro, a BR-2 não foi interditada e Ponciano, preso, confessou suas ligações com o grupo.
Começava com insucesso a insurreição da FPL.
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