Marcelo Pereira Surcin
O ano era o de 1994, em um animado papo de negócios ocorrido na Gávea, no Rio de Janeiro, um dos interlocutores, conhecido como Luís Augusto Veloso, então presidente do Flamengo tenta dissuadir os dirigentes alvinegros de uma iminente contratação.
“Tem certeza de que quer levar o Marcelinho? É o mesmo preço do Marquinhos, que é o bom de bola. O Marcelinho vai dar dor de cabeça”
Os dirigentes paulistas não deram ouvidos ao cartola carioca e resolveram apostar no jogador. Pouco tempo depois descobriram que Veloso estava com a razão, Marcelinho deu muita dor de cabeça, ao Palmeiras, ao São Paulo, ao Santos, ao Grêmio, etc...
Nascido em 31 de Dezembro de 1971, filho de Adilson Surcin (O Coquinho, que chegou a atuar nas categorias de base do Fluminense) e Sueli Pereira Surcin, Marcelinho teve uma infância simples, vivida no bairro pobre de Sulacap, zona oeste do Rio de Janeiro. Ainda criança, ajudava a família recolhendo garrafas de refrigerantes na praia, vendendo picolés e também foi padeiro, mas largou a massa, para se tornar um ídolo das massas e se transformar num dos maiores craques do Corinthians.
No mundo da bola, Marcelinho, o pequeno Marcelinho que na infância tinha medo de virar um anão quando se tornasse adulto, começou no Madureira, e já aos 15 anos foi levado para o Flamengo, observado por Telê Santana, foi lançado no time profissional com a responsabilidade de substituir Zico, num clássico contra o Fluminense.
No Flamengo Marcelinho seria Campeão da Copa do Brasil em 1990 e Campeão Brasileiro em 1992, onde com a mesma facilidade que batia na bola, arrumava confusão, chegando inclusive às vias de fato com um diretor rubro-negro e também com o então técnico Carlinhos, em meio aos dissabores, a diretoria do Flamengo resolveu negociá-lo com o Corinthians.
“Quero marcar minha passagem aqui. Vim para o Corinthians para ser campeão”
Marcelinho só não imaginava que esta sua frase fosse tão verdadeira a ponto de se tornar o maior campeão nos quase 100 anos de Corinthians, nenhum atleta do alvinegro ganhou tanto quanto Marcelinho, foram 10 títulos desde sua chegada no início de 94 até sua última participação em meados de 2006.
Já na chegada o atleta mostrava preocupação com o marketing, rejeitou o complemento de “carioca” em seu nome, devido à presença de outro Marcelinho no elenco do Timão, que acabou se tornando “Marcelinho Paulista” para que o “Carioca” fosse apenas o Marcelinho, e assim demorou pouco para que ouvisse das arquibancadas seu nome cantado em prosa e verso pela Fiel:
A Estréia
O primeiro contato de Marcelinho com a torcida do Corinthians ocorreu no dia 19 de Janeiro de 1994, em jogo amistoso preparatório para o Campeonato Paulista diante do Comercial de Ribeirão Preto, o Timão venceu a partida pelo placar de 1x0 com gol de Tupãzinho. A estréia oficial, entretanto ocorreu quatro dias mais tarde, em jogo válido pelo Paulistão de 94 no mesmo Pacaembu, agora diante da Portuguesa, ocasião em que Marcelinho iniciou a virada Corintiana na vitória por 3x1, Tupãzinho e Marques completaram o placar, era o inicio de uma época brilhante na história do Corinthians: a “Era Marcelinho”.
O Primeiro Título
Embora Marcelinho fosse comemorar muitos títulos no Corinthians, o ano de 94 não chegou a empolgar tanto a Fiel, a terceira colocação no Paulistão daquele ano chegou a ser frustrante, mas o primeiro título veio com a conquista da Copa Bandeirantes, título que assegurou o Timão na Copa do Brasil do ano seguinte, onde Marcelinho teve participação decisiva.
O Timão estreou na Copa diante do Araçatuba, vitória de 3x0, dois gols de Marques e um de Marcelinho, o time perdeu apenas uma partida no torneio, diante do Novorizontino por 3x1 e obteve vitórias consistentes diante do São Paulo, 4x1 e 2x0 e contra o Santos, 6x3, a última partida foi também contra o Peixe e o placar ficou empatado em 1x1 com gol de “Gralak”. Marcelinho fizera 5 gols neste torneio.
Primeiro Paulistão do “Pé de Anjo”
Depois de perder seguidamente títulos importantes como o Paulistão de 93 e o Brasileiro de 94 para o Palmeiras o Corinthians estava com o maior rival entalado na garganta e o ano de 95 reservava muitas emoções ao torcedor corintiano e também a Marcelinho Carioca. O inicio do campeonato não foi fácil, derrota na estréia para o XV de Piracicaba por 2x1, duas goleadas aplicadas sobre Araçatuba e Ponte Preta pelo placar de 5x0 e uma seqüência de empates contra Ferroviária, Portuguesa, União São João, Novorizontino e Santos, até que Mário Sérgio deixasse o cargo de treinador e assumisse Eduardo Amorim, em clássico diante do São Paulo, vitória por 2x1, iniciava-se ali o caminho para a conquista do Estadual.
Antes dos jogos decisivos a Fiel teve um aperitivo da final, um clássico diante do Palmeiras, maior algoz naquele ano, e nesta partida, válida ainda pela primeira fase do Estadual, Marcelinho foi o destaque do jogo, que se realizou em 02 de Abril de 95 no estádio do Pacaembu. O Palmeiras abriu o placar com um gol de Roberto Carlos aos 41 minutos do primeiro tempo, e a partir daquele instante, durante o intervalo e até os 25 minutos da etapa complementar a Fiel se questionava, seria mais uma derrota diante do maior rival?
Uma voz dos céus..
Aos 25 minutos do segundo tempo o Arbitro Argentino Francisco Lamolina, marcou uma falta para o Corinthians, ainda na intermediária, enquanto tomava distancia e se concentrava para cobrar a falta, Marcelinho se preocupava com seu Pai na bancada do Pacaembu, discutindo com torcedores.
“Jesus me disse para bater de três dedos”
O Arbitro autorizou a cobrança, Marcelinho corre para a bola e bate com força...
”Que bonito é, as bandeiras tremulando, a torcida delirando, vendo a rede balançar” ♫
Veloso não viu por onde a bola passou, entrou no ângulo, um golaço, Corinthians 1x1 Palmeiras, Marcelinho atravessou o gramado, correndo em direção à Fiel, extravasou chutando a bandeirinha de escanteio, numa comemoração explosiva, contagiando a torcida nas arquibancadas.
A festa, porém estava apenas começando, pois o adversário estava engasgado e Marcelinho com fome de bola, aos 44 minutos do segundo tempo, uma bola foi alçada na área por Fabinho, desviada pela zaga e Tupãzinho fez um corta luz, deixando a bola livre para Marcelinho encher o pé...
”Que bonito é, gafieira salão nobre, seja rico, seja pobre, todo mundo a sambar” ♫
Um chute certeiro, com força, com vontade, sem chances de defesa! Corinthians 2x1 Palmeiras no apagar das luzes de um Pacaembu esfuziante, alegre e começando a se vingar do rival, neste jogo Marcelinho recebeu o apelido de “Pé de Anjo” desabafou, chorou e comemorou muito uma vitória sofrida, com garra, com a cara da Fiel Torcida que começava a entoar um grito que viraria sucesso nas arquibancadas:
Conquistando o Brasil
Antes
da apoteose no Campeonato Paulista, o Corinthians de Marcelinho conquistou o Brasil, ou melhor, a Copa do Brasil, torneio importante que além do título, conferiria uma vaga na Taça Libertadores da América no ano seguinte. O Timão passa com certa facilidade por Operário MT e Rio Branco do AC em seguida vence apertado o Paraná Clube por 2x1 e vence o Vasco duas vezes, uma delas goleando por 5x0 e então chega à decisão do título inédito contra o Grêmio de Felipão.
No primeiro jogo realizado em São Paulo a história da partida caminhava para um perigoso empate em 1x1, com gols de Viola aos 40 minutos do primeiro tempo e Luis Carlos Goiano empatando para os Gaúchos aos 20 da etapa complementar, até que o arbitro Antonio Pereira da Silva assinala uma falta para o Corinthians, e falta para o Corinthians é meio gol, porque a Fiel chama da arquibancada;
Seis minutos depois do empate do Grêmio, aos 26 da etapa complementar, Marcelinho coloca números finais na partida e decide a favor do Corinthians, em cobrança de falta, Corinthians 2x1 Grêmio e leva para Porto Alegre a vantagem do empate para ficar com o inédito título de Campeão do Brasil.
A partida decisiva da copa do Brasil de 1995 foi realizada em 21 de junho, uma quarta feira à noite, no estádio Olímpico em Porto Alegre. Um jogo difícil para o Timão, que segurou como pode o ímpeto dos gaúchos que só com uma vitória ficariam com o título, uma partida tensa onde a defesa do Timão atuou com extrema qualidade evitando a festa dos gremistas.
Depois de terminar o primeiro tempo empatado, resultado que já dava o título ao Corinthians o Grêmio voltou para pressionar, era tudo ou nada, e em um dos contra ataques do Timão. Marques partiu em velocidade pela esquerda, passou a bola para Viola que entrava pelo meio e dividiu com a zaga, a bola então foi desviada e sobrou para Marcelinho que chegava livre na grande área, o Pé de Anjo bateu firme na saída de Danrlei, Grêmio 0x1 Corinthians e o início de uma festa pelo Brasil inteiro, o timão conquistava na casa do adversário o inédito título de Campeão do Brasil!
Final do Paulistão, encontro marcado!
O clima de decisão tinha a rivalidade acentuada, devido às perdas dos títulos Brasileiro e Paulista dos anos anteriores diante do rival e a sede de vingança do Timão era imensa, duas partidas equilibradas, decididas nos detalhes. O primeiro jogo realizado em Ribeirão Preto ficou empatado em 1x1, o Timão saiu na frente com gol de Marcelinho, mas Nilson empatou para o Palmeiras já no fim da partida, deixando a decisão para o segundo jogo, com o resultado o Timão jogaria até por um empate na prorrogação.
O segundo jogo da decisão Paulista ocorreu também na cidade de Ribeirão Preto devido Pacaembu e Morumbi estarem interditados, o jogo foi realizado em 06 de Agosto de 95 e teve arbitragem do Francês Remi Harrel. O primeiro tempo terminaria empatado, um jogo nervoso, equilibrado que teve o placar alterado apenas na segunda etapa com o Palmeiras abrindo o placar, novamente com um gol de Nilson aos 11 minutos, outra vez a tensão no campo e na arquibancada, seria mais uma vez o Timão vice do Palmeiras?
Aos 15 minutos, porém o Arbitro marca uma falta na entrada da área para o Corinthians e a Fiel se ouriça na arquibancada:
O camisa 7 do Timão, que usava chuteira número 36 ajeita a bola, no meio da multidão ele se isola, como se não estivesse dentro de campo e conversa com a bola, o conteúdo do papo ninguém sabe, talvez fosse uma conversa como Vinícius de Morais retratou na canção;
”Só sei que sou louco por ela. E pra mim ela é linda demais...
E além do mais. Ela é carioca, ela é carioca.” ♫
O afago na bola, a concentração na batida, a tensão na arquibancada de ambos os lados, uns colocando ela pra dentro, outros tentando fazer com que ela não entre, um centésimo de segundo separa o silêncio sepulcral da explosão e êxtase, Marcelinho corre para a bola e bate...
”Bate que vá batendo, a cadência boa que o samba tem, bate que repicando, Pandeiro vai, tamborim também ” ♫
Caprichosamente a bola procura o canto onde Veloso havia orientado Muller a ficar para tentar impedir o gol, caprichosamente, como havia mandado seu namorado “Carioca” instantes antes numa conversa ao pé do ouvido, ela entra no ângulo, suave percorre as redes de Veloso, explosão e êxtase nas arquibancadas, uma emoção que só o futebol pode causar, Corinthians 1x1 Palmeiras.
Marcelinho sai comemorando, girando os braços no ar acompanhando as batidas cardíacas da Fiel que pula, canta e ri nas arquibancadas, Marcelinho, o moleque Marcelinho, o que conversa com a bola, que faz ela obedecer seus pensamentos, pula e canta Marcelinho, tira essa angustia do peito da Fiel que solta a voz no Estádio Santa Cruz;
A partida termina empatada no tempo normal em 1x1 e então a tensão continua durante a prorrogação, agora se não tomar gol o Timão dá a volta olímpica e também o troco no rival, que estava engasgado, jogo disputado, equilibrado, até aos 12 minutos do segundo tempo da prorrogação, quando Célio Silva cobra uma falta no meio de campo com força, ela bate em Viola na entrada da área e sobra para Tupãzinho que rola para Elivélton, a bola rola mansa, pedindo, “me chuta, me chuta” e Elivélton soltou uma bomba...
”Que bonito é, pela noite enluarada, numa trova apaixonada, um cantor desabafar” ♫
Um verdadeiro “pombo sem asa” uma “paulacetada” mistura de paulada com cacetada, impossível de defender, um chute certeiro, preciso, no ângulo, com a força e a vontade de quem quer ser Campeão!
Não havia tempo para mais nada, apenas para a festa da Fiel pelas ruas, praças e avenidas de Ribeirão Preto, São Paulo, o Brasil e o Mundo se tornava Alvinegro naquele inicio de noite! Corinthians Campeão Paulista de 1995
1996 - Um Ano de Ressaca
Devido à conquista da inédita Copa do Brasil em 1995 o Timão teve um ano com vários compromissos, mas de poucas conquistas. Participou do Paulistão, Copa do Brasil, Libertadores e Brasileirão, mas não obteve êxito em nenhuma das competições, restou então a Marcelinho e ao Corinthians comemorar o inédito título do Torneio Ramon de Carranza realizado na Espanha.
Três craques em campo!
O ano começou com festa, o Timão havia contratado Edmundo para a disputa da Taça Libertadores da América e no jogo de estréia do “Animal” um amistoso contra o Coritiba, em 25 de Janeiro, aniversário de São Paulo foi feito também uma homenagem a outro ídolo do Corinthians, Luizinho, o “Pequeno Polegar” que aos 65 anos de idade atuou durante 15 minutos e passou a camisa número 8 para Edmundo, o novo contratado, mas foi Marcelinho que balançou as redes fazendo o primeiro gol na vitória de 2x1 sobre o Coxa.
Encantando o Rei Pelé
Em menos de um mês após a festa para Edmundo e Luizinho, Marcelinho encantou outro ídolo da bola, desta vez o Pelé, em um jogo válido pelo Campeonato Paulista de 96 contra o Santos na Vila Belmiro.
A partida estava empatada em 1x1 aos 21 minutos da etapa final quando Tupãzinho domina a bola na entrada da grande área e passa para Marcelinho, o camisa 7 do Timão toca na bola de forma a dar um chapéu no zagueiro Santista e sem deixar a bola cair, bate de primeira no canto do goleiro Edinho, filho de Pelé, para fazer o segundo gol do Timão na partida e garantir o reconhecimento do Rei com uma placa em sua homenagem.
Conquista Internacional
Não foi naquele ano que o Timão conseguiu a conquista da tão ambicionada Taça Libertadores da América, eliminado pelo Grêmio restou ao Timão comemorar a conquista inédita do Torneio Ramon de Carranza realizado na Espanha, na estréia o Timão venceu o Cádiz da Espanha por 2x0 com gols de Alcindo e Alex Rossi, esta vitória colocou o Timão na decisão do torneio contra o Real Betis também da Espanha e novamente vitória alvi negra pelo placar de 2x0, com dois gols de Marcelinho.
O ano de 96 pode ser considerado o pior ano de Marcelinho no Corinthians, além da escassez de títulos o Pé de Anjo sofreu um cirurgia no púbis o que o tirou de várias partidas, o prejudicou na convocação para a Seleção Brasileira, cumprindo assim uma sina de craques do Timão que não obtiveram muito sucesso com a camisa amarela, além disso, Marcelinho acabou suspenso por 8 jogos do Brasileirão devido uma confusão envolvendo o arbitro Pedro Roberto Pulini, que Marcelinho havia agredido nas partes baixas, em um amistoso do Timão contra a seleção de Serra Negra.
Outra vez Campeão Paulista
Se o ano de 96 não fora muito promissor, o de 97 reservava a Marcelinho e ao Corinthians nova redenção no Estadual, seria o último título de Marcelinho pelo Corinthians nesta sua primeira passagem com a camisa do Timão. Reforçado de estrelas como Túlio, Antonio Carlos e o lateral André Luiz devido uma parceria com o Banco Excel o time decolou com partidas empolgantes chegando aplicar goleadas de 6x2 sobre o São José, 8x2 sobre o Guarani e como em 95 uma apresentação de gala diante do maior rival, sob o comando do maestro Marcelinho Carioca e em noite inspirada do “Pantera Negra” Donizete o Timão aplicou uma sonora goleada de 5x2 sobre o Palmeiras, Marcelinho marcou o primeiro gol da partida de pênalti, o 99º dele com a camisa do Corinthians.
A fase decisiva do Campeonato Paulista de 1997 foi decidida entre os quatro grandes de São Paulo em turno único.
O Timão venceu o primeiro confronto diante do Santos, num jogo eletrizante de 7 gols, Marcelinho aprontando de tudo, abrindo o placar para o Corinthians, que depois foi completado por Mirandinha, Souza e Gilmar, fazendo Corinthians 4x3 Santos, Marcelinho também foi expulso de campo, ficando fora da partida seguinte diante do Palmeiras, onde o Timão voltou a vencer o rival pelo placar de 2x0, condicionando ao time de Parque São Jorge jogar por um empate simples diante do São Paulo na última partida.
Empate que de fato acabou acontecendo, André Luís marcou para o Timão nos instantes finais do primeiro tempo e Fábio Aurélio empatou logo no início da etapa complementar, mas ficou nisso, São Paulo 1x1 Corinthians, e o Timão se consagrando mais uma vez, Campeão Paulista!
A volta do craque
Após
o término do Campeonato Paulista de 1997 o Corinthians negociou Marcelinho com o Valencia da Espanha, uma transação que envolveu mais de 7 Milhões de dólares, entretanto Marcelinho não se adaptou ao futebol Espanhol. Jogou apenas duas partidas inteiras pelo Valencia e resolveu voltar ao Brasil, para facilitar, abriu inclusive mão de 15% a que tinha direito e assim, patrocinado pela Federação Paulista de Futebol, participou a promoção “Eu vou jogar o Paulistão 98” onde as torcidas dos quatro grandes de São Paulo ligavam para pedir a contratação do Pé de Anjo.
Durante o período da promoção, as ligações do Disk Marcelinho apuraram 62,5% de ligações de Corintianos, 20,3% de São Paulinos, 9,5% para Santistas e apenas 7,7% de Palmeirenses, os torcedores do time do Palestra curiosamente foram os últimos no intento de ter o craque em seu plantel, justamente o adversário que Marcelinho mais gostava de vencer. Assim pouco mais de seis meses, o Pé de Anjo estava de volta ao Parque São Jorge, para dar continuidade em sua brilhante carreira e se consagrar ainda mais como ídolo da Fiel Torcida.
“A camisa do Corinthians, já se tornou minha segunda pele.
Nem que eu queira, ela nunca vai sair de mim!”
Uma época de Ouro no Timão
O Campeonato Brasileiro de 98 foi disputado com o sistema de pontos corridos na primeira fase em turno único, classificando os 8 primeiros colocados para as quartas de final, o Timão somou 46 pontos ao longo da fase de classificação, terminando em primeiro lugar, desta forma poderia empatar todos os jogos até a final que seria Campeão.
O Timão marcou 57 gols na competição, destes 19 foram de Marcelinho, com toda a sua irreverência, em cobranças de faltas venenosas e até mesmo em uma cobrança displicente de pênalti como na vitória contra o Sport por 2x0, naquele Campeonato não faltou oportunidades para a Fiel cantar nas Arquibancadas;
O adversário nas quartas de final foi o Grêmio e a decisão foi em sistema de play offs, disputados em melhor de três partidas, o primeiro jogo foi em Porto Alegre, no dia 15 de novembro de 98, o placar foi de 1x0 para o Corinthians, gol marcado por Rincón aos 32 minutos da etapa final, este resultado possibilitaria o Timão eliminar o Grêmio na segunda partida, em caso de vitória.
O Tricolor Gaúcho surpreendeu em pleno Pacaembu e venceu o segundo jogo por 2x0, forçando então a realização da terceira partida, que o Corinthians venceria pelo placar de 1x0, gol marcado por Edílson aos 36 minutos da etapa inicial, o adversário nas semifinais seria o Santos.
O primeiro jogo das semifinais foi na Vila Belmiro, o Santos levou a melhor e venceu por 2x1, desta forma o Timão teria de vencer o segundo jogo para forçar a terceira partida, no Pacaembu Marcelinho, de pênalti aos 27 do primeiro tempo e Edilson aos 15 do segundo fizeram Corinthians 2x0 Santos, provocando a terceira e decisiva partida para ver quem decidiria o título diante do Cruzeiro. Em jogo tenso e nervoso, o Santos abriu o placar com Viola aos 42 minutos da etapa inicial e coube ao “Capetinha” Edilson em linda jogada empatar a partida aos 11 do segundo tempo, resultado suficiente para colocar o Timão nas finais.
O Rei dos Play Offs
Tal qual nas fases anteriores, o Corinthians chegou à decisão do Campeonato Brasileiro de 98 com a vantagem de jogar as partidas decisivas em casa e com a vantagem do empate, o adversário desta vez era o Cruzeiro de Minas Gerais.
O primeiro jogo no Mineirão foi eletrizante o Cruzeiro sabia que precisava fazer um bom resultado em casa para poder surpreender o Corinthians na partida de volta e até iniciou bem seu projeto, Müller aos 43 do primeiro tempo e Valdo a um minuto da etapa complementar colocaram dois gols de vantagem, mas o Corinthians não se abateu, a dupla Marcelinho e Dinei descontaram para o Timão e o placar de 2x2 ficou de bom tamanho para o Cruzeiro, pois o arbitro Carlos Eugênio Simon ignorou um pênalti claro sobre Edílson quando o jogo ainda estava 0x0.
O segundo jogo da decisão ocorreu no domingo, dia 20 de Dezembro de 1998, Marcelinho abriu o placar para o Timão aos 13 minutos do segundo tempo e Marcelo Ramos empatou aos 24, resultado que provocaria o terceiro e decisivo jogo, entretanto vale o registro de que o Corinthians fora prejudicado nesta partida mais uma vez, pois Rincón teve um gol legitimo anulado pelo árbitro Luciano Almeida, a decisão ficaria então para o terceiro e último confronto.
Ao Cruzeiro somente a vitória interessava, após dois empates nos jogos anteriores, um terceiro empate daria o título ao Timão, porém o ataque mineiro não estava inspirado, não conseguia sobrepor a defesa alvinegra bem postada. Aos poucos o Timão foi tomando conta do jogo e aos 25 minutos da etapa final, em um lançamento açucarado de Dinei, Edilson saiu na cara de Dida, driblou o goleiro e fez o Morumbi explodir em festa, Corinthians 1x0 Cruzeiro.
O Morumbi já cantava em prosa e verso o título Brasileiro, porém a festa ainda não estava completa, faltava um gol para a alegria ser contagiante, o gol de Marcelinho, o 19º daquele Campeonato e o gol saiu após nova jogada do iluminado Dinei, aos 35 minutos do segundo tempo, avançou pela direita, driblou o adversário e cruzou na área, a bola caprichosamente foi encontrar a cabeça de Marcelinho, que caiu de peixinho...
Que bonito é, as bandeiras tremulando, a torcida delirando, vendo a rede balançar” ♫
Um gol para celebrar a conquista do Campeonato, para consagrar Marcelinho diante da Fiel Torcida, um gol com a parceria de Dinei que jogou muito aquele Campeonato Brasileiro, Corinthians 2x0 Cruzeiro solta o grito de Campeão Fiel, não, o grito de Bi Campeão Brasileiro.
1999 – Timão Soberano no Cenário Nacional
O
ano de 1999 poderia ter sido o ano da tríplice coroa mais desejada por um clube de futebol, o Timão com um time extremamente técnico e com uma raça que sempre foi tradicional em sua história conquistaria mais uma vez o título estadual e também o Campeonato Brasileiro, ficou pelo caminho apenas a tão sonhada Libertadores, com gosto amargo de eliminação diante do maior rival nas quartas de final, em cobranças de penalidades.
Após a eliminação na Libertadores, o Timão partiu para a conquista do estadual atropelando todo mundo, primeiro uma sonora goleada sobre o Santos, 5x1 com direito a 3 gols de Marcelinho, em seguida o Timão não tomou conhecimento do São Paulo, nova goleada, 4x0, mais dois gols do Pé de Anjo e por fim, um mês e um dia após o confronto com o Palmeiras no torneio sul-americano, o Corinthians daria o troco, novamente com destaque para atuação do Pé de Anjo da Fiel. Em 13 de Junho de 1999 Corinthians e Palmeiras estavam novamente frente a frente para uma decisão do Paulistão, desta vez, porém, sem nenhuma chance de reação aos palestrinos, um sonoro 3x0 que praticamente deu o título ao Timão, Edílson, Marcelinho e Dinei fizeram a festa da Fiel.
A partida de volta da decisão foi marcada pelo teor da rivalidade que envolve Corinthians e Palmeiras ao longo dos anos, apesar de praticamente conquistar o título no primeiro jogo, o Timão não estava satisfeito, desejava mais do adversário e assim a épica conquista do Paulista de 99 a partida não terminou, como em outras ocasiões ao longo da história deste clássico.
Podendo perder por até 2 gols de diferença, o Timão abriu o placar no Morumbi, com um golaço de Marcelinho, em seguida o Palmeiras virou o placar com dois gols de Evair, e somente aos 28 minutos da etapa final, Edilson marcaria o segundo gol do Corinthians, em jogada de Ricardinho, com a mão na taça e o jogo praticamente definido, Edílson resolveu provocar o adversário e fez embaixadinhas com a bola na lateral do campo, Júnior do Palmeiras não gostou e agrediu o “Capetinha” a partir daí a confusão foi generalizada e aos 30 minutos de jogo o Arbitro Paulo César de Oliveira encerraria a partida, ao Palmeiras restou o protesto, ao Corinthians a volta olímpica, festa que não terminou no Morumbi, e invadiu a noite na Avenida Paulista, Corinthians mais uma vez Campeão Paulista!
Depois da conquista irrepreensível no Campeonato Paulista o Corinthians partiu para o Tri Campeonato Brasileiro, a exemplo de 98 liderou a competição de ponta a ponta e novamente poderia decidir dentro de casa, jogando pelo empate até as finais do Campeonato, mas o Timão fez muito mais que isso.
O adversário nas quartas de final no play off foi o Guarani, 0x0 no primeiro jogo, 2x0 para o timão no segundo, com gols de Marcelinho e Ricardinho e 1x1 no terceiro e decisivo jogo, com gol de Luizão, assim o Timão chegava às semifinais do Brasileirão para disputar um dos maiores jogos da história do Majestoso, claro o adversário era o São Paulo de Raí, o carrasco do Paulistão de 98.
O primeiro jogo foi eletrizante e as duas equipes proporcionaram muitas emoções na arquibancada, o Corinthians abriu o placar com um gol do zagueiro Nenê depois de confusão dentro da área, o São Paulo empatou com um golaço de fora da área de Raí e Ricardinho nem deixou a torcida Tricolor comemorar o empate e colocou o Timão na frente novamente, ainda no primeiro tempo o São Paulo chegaria ao empate através de Edmilson aproveitando excelente cruzamento na área, mas logo no inicio da etapa final, Kleber lança Edilson avança em velocidade e é derrubado dentro da área, o árbitro marca a penalidade e a Fiel chama pelo ídolo...
Marcelinho ajeita a bola na marca da cal, olha para Rogério Ceni, parte para a bola e bate...
”Bate que vá batendo, a cadência boa que o samba tem, bate que repicando, Pandeiro vai, tamborim também” ♫
Bola de um lado, goleiro do outro, Corinthians 3x2 São Paulo, o Timão novamente na frente no placar, mas as emoções estavam apenas começando.
Aos 16 minutos da etapa final o árbitro equivocadamente assinala um pênalti do zagueiro Nenê, alegando que ele cortara uma bola com a mão dentro da área, o que de fato não aconteceu. De um lado Dida, do outro Raí e desta vez deu Dida, o arqueiro do Timão defendeu a cobrança. Aos 45 minutos do segundo tempo, quando a Fiel já comemorava a vitória, o São Paulo teve outro pênalti a seu favor, novamente Dida de um lado, novamente Raí do outro, novamente Dida pegou, e o Timão que jogava pelo empate, vence a primeira partida por 3x2.
No segundo jogo, uma vitória do Corinthians eliminaria o terceiro jogo da semifinal e foi isso que aconteceu, com gols de Ricardinho e Edilson para o Timão e Vagner para o São Paulo o Timão venceu por 2x1 e se classificou para as finais do Campeonato Brasileiro.
A decisão do Brasileirão de 99 foi contra o Atlético Mineiro, no primeiro jogo uma derrota por 3x2, no segundo jogo, o Timão deu o troco e venceu por 2x0 com dois gols de Luizão, a decisão então ficou para a terceira partida, e o placar não saiu do 0x0, aos 29 minutos Marcelinho colocou uma bola na trave de Veloso, antigo freguês desde a época de Palmeiras, Marcelinho não fez gols na decisão, mas fez 15 dos 61 do Timão naquela conquista do Tri Campeonato.
Campeão do Mundo
Representante do país sede no primeiro Mundial de Clubes da FIFA, o Timão passou de convidado a Campeão do Mundo, vencendo o Raja Casablanca do Marrocos por 2x0, empatando com o poderoso Real Madrid em 2x2 e vencendo o Al Nasser da Arábia Saudita, assim o Timão conquistou o direito de decidir a final do Mundial.
Num jogo contra o Vasco, no Maracanã, após empate em 0x0 no tempo normal e também na prorrogação, a decisão foi em cobranças de penalidades, o Timão marcou nas quatro primeiras cobranças e se Marcelinho fizesse encerraria a série, entretanto o Pé de Anjo desperdiçou a cobrança, mas em seguida Edmundo também perdeu e o Sport Club Corinthians Paulista passou a ser Brasileiro e Mundial, Marcelinho participava de mais um importante conquista no Timão.
Uma página negra na história
Marcelinho foi um jogador que passou por tudo dentro do Corinthians, chegou com a fama de encrenqueiro, prometeu escrever seu nome na história do clube e conseguiu cumprir a promessa, se tornou multi campeão no Parque São Jorge, como outros ídolos alvinegros também não conseguiu destaque na Seleção Brasileira e também teve momentos de dissabores com a Fiel Torcida. A participação na Libertadores de 2000 talvez tenha sido o pior momento de Marcelinho no Corinthians e a partida que decidiu a vaga na Libertadores daquele ano, certamente foi uma das partidas mais tristes da história do alvinegro. Novamente o Palmeiras pela frente, novamente o Corinthians era favorito, novamente o Timão foi eliminado, após vencer o primeiro jogo por 4x3 e perder o segundo por 3x2 a decisão foi para as penalidades, Palmeiras e Corinthians acertaram todas as cobranças, até que na última batida, de uma lado havia Marcos e do outro Marcelinho.
Marcelinho olhou firme para a meta, correu para a bola e bateu...
“Serei Corinthians mesmo que a bola não entre, mesmo que o Pacaembu se cale, mesmo que a vitória esteja longe. Serei Corinthians seja longa a jornada, seja dura a caminhada. Corinthians no peito e na alma, no grito e nas palmas, na vitória ou na derrota eu canto forte, CORINTHIANS eu serei até a morte!”
Último Título Com a Camisa do Timão
O
Corinthians terminou em terceiro lugar a fase de classificação do Campeonato Paulista de 2001, desta forma se classificou para as finais do Campeonato e o adversário seria o Santos, o primeiro jogo um empate em 1x1 com gols de David para o Santos e Ewerthon para o Corinthians, a decisão então ficava para o segundo jogo, ao Santos o empate serviria, ao Timão somente a vitória interessava.
O segundo jogo desta semi final foi eletrizante, de tirar o fôlego, aconteceu de tudo em campo, teve gols, teve pênaltis, teve desperdício de pênaltis, teve pressão, teve muita emoção. O Santos não era campeão desde 1984, há 17 anos, quando venceu o Timão na final e o Corinthians queria cumprir à risca a tradição de ser Campeão ano sim, ano não do estadual desde 1995.
Logo no inicio do jogo Robert foi derrubado na área, pênalti para o Santos, Geninho queria Rincón na cobrança, mas Dodô na briga pela artilharia pediu para bater e mandou a bola na trave. Logo em seguida Ewerthon foi derrubado na área Santista, pênalti para o Corinthians, que Marcelinho também mandou na trave...
O Santos tirou primeiro o zero do placar, após cruzamento de Russo, Renato fez de cabeça, Santos 1x0 Corinthians aos 33 minutos, dois minutos mais tarde o Timão mostrou sua força, Marcelinho recebeu uma bola na entrada da grande área e bateu no canto, a trave que havia frustrado o Pé de Anjo na cobrança da penalidade, desta vez ajudou, e a bola foi morrer no fundo das redes de Fábio Costa, Santos 1x1 Corinthians e a Fiel volta a cantar na arquibancada:
Este resultado ainda não dava a classificação ao Corinthians, que precisava vencer a partida para disputar a final do Campeonato Paulista de 2001. No segundo tempo o Timão voltou decidido a marcar, foi um verdadeiro bombardeio na meta Santista, sem nenhum resultado, ora com conclusões para fora, ora com Fábio Costa fazendo grandes defesas ou a zaga Santista afastando o perigo, assim o jogo ganha seus minutos finais, a partida já estava nos acréscimos do arbitro, o Santos via bem próximo a classificação para a decisão.
Mas o destino escreveria outro final para esta história nos segundos finais, premiando um time que jamais desistiu do resultado, em jogada de velocidade de Gil na linha de fundo o atacante cruza para área, Marcelinho faz um lindo corta luz e a bola sobra para Ricardinho na entrada da grande área, que bate de chapa, o relógio marca 47 minutos e 50 segundos de jogo...
”Que bonito é, gafieira salão nobre, seja rico, seja pobre, todo mundo a sambar” ♫
Nem todo mundo, os jogadores do Corinthians sambavam, a Fiel delirava, os jogadores Santistas, choravam e a torcida peixeira não acreditava que a classificação escapara pelo vão dos dedos a dez segundos do fim da partida, é não havia tempo para mais nada Santos 1x2 Corinthians e o Timão decidiria o título contra o Botafogo de Ribeirão Preto.
O primeiro jogo foi em Ribeirão Preto e o Corinthians não tomou conhecimento do adversário, a decisão parecia ter sido mesmo na semifinal diante do Santos, mas como o jogo era contra o Botafogo, o Timão resolveu não dar chance para o azar, o primeiro tempo terminou empatado em 0x0 e na etapa complementar após algumas chances desperdiçadas e alguns sustos, aos 14 minutos foi assinalada uma falta para o Corinthians na entrada da área...
”Eu vejo na cor dos seus olhos, as noites do Rio ao luar, vejo a mesma luz, vejo o mesmo céu vejo o mesmo mar” ♫
Ninguém sabe o conteúdo da conversa entre Marcelinho e bola, apenas o vêem acariciar, ajeitar com carinho e conversar com ela, em seguida ele espera a autorização do arbitro, então corre para a bola e chuta...
”Que bonito é, as bandeiras tremulando, a torcida delirando, vendo a rede balançar” ♫
A bola brincou nas traves e na rede do Botafogo, mais uma cobrança perfeita entre tantas outras que Marcelinho converteu para o Timão, caminho aberto para mais uma conquista, Corinthians 1x0. Aos 28 minutos nova jogada no ataque do Timão, Ewerthon passa a bola para o Pé de Anjo dentro da área, com carinho ele bate com precisão fora do alcance do goleiro, Botafogo 0x2 Corinthians.
Dois minutos mais tarde Ricardinho cruza na área e João Carlos dá números finais à partida, Botafogo 0x3 Corinthians e o Timão coloca as duas mãos na taça.
200º gol e uma nova despedida
Ainda
no ano de 2001 o Corinthians e Marcelinho teria a chance de repetir o feito de 95 quando o Timão conquistou o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil, mas desta vez a história foi diferente, a Copa do Brasil marcou o 200º gol de Marcelinho com a camisa do Corinthians em jogo contra o Flamengo do Piauí, que o Timão venceu por 8x1 e também marcou a despedida do craque com a camisa do Corinthians.
O Timão avançou na competição e chegou à decisão diante do Grêmio, mesmo adversário de 95, no jogo de ida em Porto Alegre um excelente resultado para o Timão, 2x2 com gols de Müller e Marcelinho, a decisão então ocorreria em são Paulo e o Timão poderia empatar o jogo em 0x0 ou 1x1 para se tornar campeão, mas o Grêmio mostrou sua força e surpreendeu o Corinthians em pleno Morumbi vencendo por 3x1 e tirando o sonho do bi Campeonato da Copa do Brasil.
Na véspera deste jogo houve uma suspeita de que mulheres teriam sido levadas para a concentração do Corinthians no hotel, Luxemburgo técnico do Corinthians chegou acordar os jogadores e houve uma briga interna envolvendo Marcelinho que deixou o clube logo em seguida.
A Fiel Nunca Esqueceu Marcelinho
Mesmo deixando o Corinthians após um insucesso, mesmo tendo desperdiçado penalidades em partidas importantes, mesmo sendo considerado um jogador desagregador, a Fiel jamais esqueceu Marcelinho e tudo que o craque fez pelo Corinthians.
Em 2005 em partida válida pelo Campeonato Brasileiro daquele ano contra o Brasiliense onde Marcelinho jogava, a Fiel Torcida ovacionou o craque ao final da Partida, emocionando o craque correu e se dependurou no alambrado para ouvir a música preferida da Fiel quando ele estava em campo defendendo as cores do Timão:
Curiosidades
Marcelinho ainda voltaria a vestir a camisa do Corinthians pela terceira e última vez, desta feita em 2006, numa rápida passagem, participou de apenas 5 jogos e em seguida rescindiu seu contrato.
Em 2007 chegou a encerrar a carreira e foi trabalhar na Rede Bandeirantes de Televisão como comentarista, mas a saudade dos gramados não o deixou seguir na nova carreira e no mesmo ano anunciou sua volta ao futebol, desta vez defendendo as cores do Santo André, clube que atua até hoje.
Marcelinho sempre comemorou seus gols fazendo coreografias apontando os dedos para o alto agradecendo a Deus, evangélico declarado, chegou a participar de um Grupo de Pagode Gospel, o “Divina Inspiração” Marcelinho tocava rebolo, repique e cantava em duas faixas do CD que chegou a vender mais de 100 mil cópias.
“Ninguém foi mais vencedor que Marcelinho nestes quase 100 anos de Corinthians”
Celso Dario Unzelte – Jornalista e Historiador.
Marcelinho conquistou 10 títulos pelos Corinthians, fez 206 gols se tornando o quinto maior artilheiro do clube, participou de 432 partidas e é o décimo terceiro na escala dos atletas que mais defenderam o alvinegro.
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