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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

MR-8

Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR8) é uma organização política de ideologia socialista que participou da luta armada contra a ditadura militar brasileira e tinha como objetivo a instalação de um Estado socialista no Brasil. Surgida em 1964 no meio universitário da cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, com o nome de Dissidência do Rio de Janeiro (DI-RJ)[1] foi depois rebatizada em memória à data da morte de Ernesto "Che" Guevara, na Bolívia, em 8 de outubro de 1967.



HistóriaResultado de uma cisão de universitários com o Partido Comunista Brasileiro, a DI-RJ (a partir de 1967, MR-8) atuou em várias ações do movimento estudantil e do início da luta armada, em 1968. Desarticulada pela repressão do regime militar no início de 1969, seus sobreviventes ainda em liberdade juntaram-se aos integrantes da Dissidência Comunista da Guanabara (DI-GB), atuante desde 1966 nas manifestações políticas sob a liderança de Vladimir Palmeira, e juntas, reconstituíram um "novo" MR-8.[1] A organização, então já atuando como um grupo de guerrilha urbana, tornou-se nacional e internacionalmente conhecida com seu papel preponderante no sequestro do embaixador norte-americano no Brasil, Charles Burke Elbrick, em setembro de 1969, realizado em conjunto com a Aliança Libertadora Nacional (ALN), de São Paulo. A ação foi realizada, em princípio, para libertar seu líder, Vladimir Palmeira, preso desde o ano anterior, e fazer propaganda política, chamando a atenção internacional para o estado de exceção que ocorria no Brasil.[1]







Foi para fins deste sequestro que a organização rebatizou-se como MR-8, de maneira a desmoralizar e confundir o regime militar, que meses antes havia anunciado publicamente a destruição do grupo (no caso, era a Dissidência de Niterói. Oito de Outubro era o nome de um jornal publicado por esta organização).[1]






No rastro do sequestro do embaixador, os integrantes do grupo foram duramente perseguidos e reprimidos, resultando na morte e prisão de muitos militantes, que levou à quase extinção da organização. Mesmo assim, nos anos seguintes, as operações armadas do MR-8, com roubos, assaltos a bancos e supermercados, prosseguiram no Rio. No MR-8 militava Iara Iavelberg, então companheira do ex-capitão Carlos Lamarca e em 1971, com a quase completa desmantelação da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), da qual ele era um dos dirigentes, o MR-8 passou a contar com a militância do líder guerrilheiro. Em setembro daquele ano, porém,, Lamarca foi morto, no interior da Bahia,[2], seguindo-se à morte de Iara em Salvador, pouco menos de um mês antes.[3]






A maioria dos militantes se retirou para o Chile em 1972, sendo o grupo reestruturado posteriormente com outras orientações.[1] A preferência por ações armadas deu lugar à atuação política, e o MR8 foi abrigado no MDB, tendo Orestes Quercia como principal liderança. O grupo passa a editar o periódico Hora do Povo.[4]






Além de Carlos Lamarca e Iara Iavelberg, militaram no MR-8 Fernando Gabeira, Franklin Martins, Cid Benjamin, Cláudio Torres da Silva, Vera Silvia Magalhães, (todos participantes do sequestro de Elbrick), César Benjamin, Stuart Angel Jones, Daniel Aarão Reis Filho, Miguel Ferreira da Costa, João Lopes de melo Sobrinho(O pavão)João Lopes Salgado, Reinaldo Silveira Pimenta, Félix Escobar Sobrinho, Marilene Villas-Boas Pinto, Lucas Gregorio, Márcia Ferreira da Costa, Franklin de Matos, entre outros, vários deles mortos durante a luta contra a ditadura e alguns ainda vivos.






O MR8 continua atuando até os dias de hoje, junto a diversas organizações políticas, como corrente no PMDB, sindicais (inicialmente na CGT, atualmente na CGTB; e estudantis, tendo seus militantes participado de diversas diretorias da UNE. O seu braço juvenil é a Juventude Revolucionária Oito de Outubro (JR-8). Atualmente, organiza-se como o Partido Patria Livre.
IdeologiaO projeto político do MR8 tinha semelhança com as idéias da ALN e do PCBR. Diferenciava-se por, ao contrário da ALN, defender a necessidade da construção de um novo partido marxista e, numa crítica ao programa do PCB, indicar que o chamado "caráter da revolução" no Brasil deveria ser visto como "socialista", e não "democrático-burguês" ou de "libertação nacional". Os objetivos eram chamar a atenção dos meios de comunicação e provocar a libertação de militantes presos.

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