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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Frente de libertação do açores

A Frente de Libertação dos Açores (FLA) foi um movimento que, no contexto da Revolução dos Cravos em Portugal, pleiteou a independência dos AçoresFrente de Libertação do Arquipélago da Madeira. com relação aquele país. Foi uma organização similar à

História

Foi criado em Londres a 8 de abril de 1975, tendo levado a cabo acções violentas naquele mesmo ano.
Destacou-se como líder da organização o antigo deputado da Acção Nacional Popular à Assembleia Nacional, José de Almeida.
Em sua gênese, o movimento apresentou carácter intimidatório, marcadamente hostil em relação aos indivíduos de outras sensibilidades políticas. Embora tenha tido forte apoio da burguesia da ilha de São Miguel - proprietários e latifundiários receosos de uma possível nacionalização das suas terras, à semelhança do que sucedia em Portugal Continental à época -, é difícil classificar a opção política da FLA, devido à própria indefinição política dos seus membros.
Sociologicamente esse grupo, em virtude da tradicional economia Micaelense, essencialmente agrária, tinha uma grande implantação local, com origem no sistema senhorial herdado do período do povoamento, e que à época ainda era preponderante.
José de Almeida tentou repetidas vezes negociar com o Departamento de Estado dos Estados Unidos da América as condições para uma presumida independência do arquipélago, tendo todavia aquele órgão rejeitado qualquer tentativa de contacto, por considerar a proposta irrealista.
Do ponto de vista económico, os "independentistas" propuseram como principais meios de subsistência do seu projetado Estado, a renda que deveria vir da base das Lajes, na Terceira, e o recurso à energia geotermal, para suprir as necessidades energéticas que adviriam de um isolamento inicial face a Portugal continental. Refira-se a este propósito a manifesta insuficiência dessas medidas, que não chegariam para assegurar a subsistência da população açoriana.
Apesar de todas as acções desenvolvidas no âmbito do plano de acção da FLA (a maior parte delas criminosas), não se conhece um seu responsável que tivesse sido condenado.
Presentemente, a FLA está desprovida de qualquer implantação local e persiste apenas como memória, sobretudo no imaginário daqueles que por ela foram responsáveis. Alguns dos seus ex-membros são hoje proeminentes figuras públicas do quotidiano açoriano, e um deles, João Bosco Mota Amaral, chegou inclusivamente a presidente da Assembleia da República.
Em 1975, vários dirigentes portugueses reuniram-se para deliberar o que fazer aos Açores e a Madeira. Uma parte defendia a imediata concessão da independência dos Açores e da Madeira. Outra parte, defendia a manutenção dos territórios insulares nas mãos portuguesas devido à Zona Económica Exclusiva. Ganhou a segunda facção.

Cronologia

1975
  • 8 de abril - criação da FLA em Londres.
  • 6 de junho – "manifestações quentes" do 6 de junho em Ponta DelgadaAntónio Borges Coutinho, conotado com o MDP/CDE, por falta de apoio do governador militar Altino Pinto de Magalhães. Foi ainda invadido o emissor regional. que culminam com a demissão do governador civil
  • 12 de agosto – a FLA assegura que vai recorrer à violência para conseguir os seus objectivos de independência para os Açores
  • 18 de agosto – aprovadas moções exigindo a transferência para fora dos Açores dos militantes do PCP e "seus satélites", incluindo um padre.
  • 19 de agosto – destruição das sedes do PCP em Ponta Delgada e as sedes do PCP MDP/CDE e do MES em Angra do Heroísmo.
  • Agosto - é criado o Exercito de Libertação dos Açores, braço armado da FLA. Numa reunião das FLA nas Canárias é decidido que o caminho para a independência pode ser abandonado se em Portugal se consolidar a linha do Grupo dos Nove.
  • 21 de outubro – É denunciado que a FLA actua impunemente nas ilhas Terceira e São Miguel, com apoio ou tolerância das autoridades civis e militares.
  • Outubro – são difundidos pela primeira vez pelo Radio Clube de angra, os princípios programaticos da FLA. É criado o "Esquadrão da Noite", organização unitária de auto defesa para lutar contra a FLA.

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