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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Iluminismo e espiritismo - as luzes do conhecimento

Iluminismo e Espiritismo

Sérgio Biagi Gregório
SUMARIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. Iluminismo: 4.1. Fundamento; 4.2. A Deusa Razão; 4.3. Felicidade e Progresso. 5. Contribuições ao Iluminismo: 5.1. França; 5.2. Alemanha; 5.3. O Desenvolvimento das Ciências. 6. O Aparecimento do Espiritismo: 6.1. Época Certa; 6.2. Allan Kardec; 6.3. Síntese do Conhecimento. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
O que se entende por iluminismo? Quando surgiu? No que se fundamenta? Há relação entre o iluminismo e o Espiritismo? Qual?
2. CONCEITO
O iluminismo, ou filosofia das luzes, é o movimento filosófico do século XIX, que se caracteriza pela confiança no progresso e na razão, pelo desafio à tradição e à autoridade e pelo incentivo à liberdade de pensamento.
3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O iluminismo não é uma ideia nova. Os compromissos por ele adotados já faziam parte da filosofia antiga: 1.º) extensão da critica a toda e qualquer crença e conhecimento; 2.º) realização de um conhecimento que, por estar aberto à crítica, pode ser fonte de uma contínua correção do mesmo; 3.º) uso desses conhecimentos para os fins práticos da vida. O iluminismo moderno, como assim se denominou, nada mais é do que a aplicação desses compromissos ao período que vai da Revolução inglesa de 1688 até à Revolução Francesa de 1789, em que floresceram as mais diversas ideias no campo da filosofia, da ciência e da religião. França e Alemanha foram os principais países a divulgarem essas ideias. (Temática Barsa)
4. ILUMINISMO
4.1. FUNDAMENTO
Do ponto de vista filosófico, o iluminismo visa à emancipação do ser humano e de toda a humanidade por meio das luzes da razão. A razão deve comandar toda a ação do indivíduo, principalmente com sua crítica à tradição e à autoridade. A chamada idade da razão tem por objetivo a sua própria autonomia, no sentido de vencer as trevas da superstição, da ignorância, do fanatismo e da intolerância tanto moral quanto religiosa. O sapere aude! (Tem coragem de usar teu intelecto) é a ideia-força, a palavra-chave.
4.2. A DEUSA RAZÃO
A Idade Média, dominada pela religião, tinha como base a fé na revelação. O período iluminista tem uma nova divindade, a razão, em que se critica tudo, sem qualquer espécie de preconceito. D’Alembert advoga que o iluminismo é discutir, analisar e mexer em tudo, "das ciências profanas aos fundamentos da revelação, da metafísica às matérias do gosto, da música até à moral, das disputas escolásticas dos teólogos aos objetos de comércio, dos direitos dos príncipes às leis arbitrárias das nações..."
4.3. FELICIDADE E PROGRESSO
O iluminismo postula uma religião natural – deísmo ou teísmo –, baseada no conhecimento racional da natureza. Do ponto de vista do conhecimento, interessa-se mais pela forma psicológica do que pela forma metafísica. Do ponto de vista ético, assume os pressupostos hedonistas e utilitaristas, em que a felicidade já não é mais utópica, mas encontra-se atrelada ao progresso material e moral da humanidade. Consequentemente, o seu carro chefe é a revolução industrial e o descobrimento de novas técnicas para transformar os bens naturais em bens úteis.
5. CONTRIBUIÇÕES AO ILUMINISMO
5.1. FRANÇA
O iluminismo francês está centrado em Voltaire, Montesquieu e Rousseau, entre outros. Apesar das diferenças de abordagem de cada pensador, há pelo menos dois pontos em comum: confiança na razão e repúdio à religião. Voltaire fundamenta a sua tese iluminista nos ideais da tolerância religiosa e da liberdade política. Montesquieu desenvolve o seu pensamento político a partir da constituição inglesa. Jean-Jacques Rousseau expõe o seu pensamento educacional, partindo do pressuposto de que é a criança que deve aprender e não o adulto que deve ensinar. Em sua concepção política, o homem deve se reconciliar com a sociedade e, para isso, necessita de um novo contrato social, baseado na igualdade democrática.
5.2. ALEMANHA
Immanuel Kant (1724-1804) é o representante máximo do iluminismo alemão. Para ele, o conhecimento provém, ao mesmo tempo, da razão e da experiência. Segundo o seu pensamento, o que chamamos de realidade é a realidade como é conhecida, já determinada no próprio processo de conhecimento. A realidade tal qual é em si mesma (à margem de nosso conhecimento sobre ela) ainda que sem dúvida exista, é inacessível ao ser humano. O iluminismo kantiano é a saída dos homens do estado de minoridade devido a eles mesmos. A minoridade é a incapacidade de utilizar o próprio intelecto sem a orientação de outro. Não é sem razão que o sapere aude! tornou o lema do iluminismo.
5.3. O DESENVOLVIMENTO DAS CIÊNCIAS
A razão suspeitava de tudo. Para a comprovação dos fatos, precisava de provas, de fórmulas matemáticas. Daí, o aparecimento das diversas ciências, cujo conhecimento, que se tornava específico, ia cada vez mais se desmembrando do tronco comum da filosofia. O método teórico-experimental, em todos os campos do saber, prepara a revolução industrial. É de se notar que a revolução científica que nasce com o renascimento foi uma revolução do saber; a que nasce com a revolução industrial, é uma revolução da energia.
6. O APARECIMENTO DO ESPIRITISMO
6.1. ÉPOCA CERTA
De acordo com os pressupostos espíritas, o Espiritismo surgiu na época certa, quando a ciência já estava desenvolvida e o método teórico-experimental era aplicado em tudo o que se pensava saber. Allan Kardec diz: "Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciências positivas, aplicando o método experimental. Fatos novos se apresentam, que não podem ser explicados pelas leis conhecidas; ele os observa, compara, analisa e, remontando dos efeitos às causas, chega à lei que os rege; depois, deduz-lhes as conseqüências e busca as aplicações úteis..." (Kardec, 1975, item 14, p.20)
6.2. ALLAN KARDEC
Allan kardec era um cientista e, como tal, tinha muito apreço pela relação causa-efeito. Não resta dúvida que recebera influência do iluminismo, principalmente do cartesianismo. Vivia na França e tinha contato com todos esses conhecimentos científicos e filosóficos. O verdadeiro cientista analisa os fatos, formula suas hipóteses e tira as suas conclusões. Nada concebe preconceituosamente. Observe a sua posição em relação aos fenômenos das mesas girantes. Enquanto o seu amigo falava que as mesas se moviam, ele aceitava tranquilamente. Foi só o seu amigo Fortier relatar que, além de se mover as mesas também falam, ele desconfiou e foi procurar a causa da fala, que depois descobriu estar no Espírito comunicante.
6.3. SÍNTESE DO CONHECIMENTO
O Espiritismo prende-se a todos os ramos da Filosofia, da Metafísica, da Psicologia e da Moral. É a síntese de todo o processo de conhecimento, desde a filosofia de Sócrates e Platão, considerados os seus precursores. É a mais completa Doutrina de consolo até hoje aparecida na face da terra. Em seu conteúdo doutrinal, toca em todos os pontos centrais de qualquer filosofia ou religião, como é o caso de Deus, do Espírito, da matéria, da sobrevivência da alma após a morte e da comunicação com os Espíritos. É ao mesmo tempo ciência de observação e doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como ciência filosófica, compreende todas as consequências que daí dimanam.
7. CONCLUSÃO
Tenhamos em mente a perfeita interligação do conhecimento. O Espiritismo ensina-nos que, além da razão humana, há uma razão divina, que coordena todos os nossos passos, tanto no plano dos encarnados quanto no dos desencarnados.
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975.
TEMÁTICA BARSA. Rio de Janeiro, Barsa Planeta, 2005. (Filosofia)

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