Verdade liberta

Minha foto
"Um Poeta sonhador Um amante do Amor Um negro questionador Um eterno lutador" "Poesia é arte de viver Ser poeta é também crer Na verdade na história Na ilusão Sem demora"

terça-feira, 21 de junho de 2011

Poemas - parnaso de além tumulo.

 Parnaso de além-túmulo, primeiro livro psicografado por Chico Xavier, aqui vai alguns poemas desta béla obra ditada por seres que passaram para o mundo maior e nos trazem bélas mensagens,mensagens de luz do mundo espiritual para acalentar nossos espirtos e fortalecer nossas almas!!!!


Confissão
Também eu, mísero espectro das dores
No escafandro das células cativas,
Não encontrei a luz das forças vivas,
Apesar de ingentíssimos labores.
Bem distante, das causas positivas,
Na visão dos micróbios destruidores
Senti somente angústias e estertores,
No turbilhão das sombras negativas.
Foi preciso “morrer” no campo inglório,
Para encontrar esse laboratório
De beleza, verdade e transformismo!
A Ciência sincera é grande e augusta,
Mas só a Fé, na estrada eterna e justa,
Tem a chave do Céu, vencendo o abismo!...

Civilização em ruínas
Todo o mundo moderno horrendo, em ruínas,
Deixa agora escapar o horrendo fruto
De miséria e de dor, de pranto e luto,
Feito de sânie e de cadaverinas.
Em vão, sobre o Calvário áspero e bruto,
Sangrou Jesus em lágrimas divinas,
Sob as ofensas torpes e tigrinas
A tentarem-lhe o espírito incorruto.
Saturada de treva, angústia e pena,
A Civilização que se condena
Suicida-se num báratro profundo...
Porque na luz dos círculos da Terra,
Nos turbilhões fatídicos da guerra,
Ainda é Caim que impera sobre o mundo.

A um observador materialista
Busca o talão dos velhos calendários.
Desde o instante infeliz de Adão e Eva,
Encontrarás teus gritos solitários,
Enfrentando o pavor da mesma treva.
Sempre a dúvida estranha que se ceva
De terríveis problemas multifários,
O mistério da célula primeva,
Os impulsos dos sonhos embrionários.
Pára, amigo... Não sigas na consulta:
O detalhe anatômico te insulta,
A molécula morta desafia.
Se não tens coração que aceite a crença,
Espera a mão da morte excelsa, e pensa,
Que a carne volve ao pó, exangue e fria.

Ante o Calvário
Da terra do Calvário ardente e adusta,
Entre prantos pungentes, o Cordeiro
Da Verdade e da Luz do mundo inteiro
Vive o martírio de sua alma augusta.
Sobre a cruz infamérrima se ajusta
A crueldade do espírito rasteiro
Do homem, que é sempre o tigre carniceiro,
Enquanto grita a turba ignara e injusta.
Depois de vinte séculos ingratos,
Multiplicando Herodes e Pilatos,
Correm de novo as lágrimas divinas;
Pois, embora o Direito, o Livro e a Toga,
A Humanidade triste inda se afoga
No sangue escuro das carnificinas.

Mágoa
Muitas vezes sonhei na Terra ingrata
O paraíso doce da ventura,
Vendo somente o espinho da amargura
Que as nossas tristes lágrimas desata;
Somente a dor intérmina que mata
Francisco Cândido Xavier - Parnaso de Além-Túmulo 108
A alegria mais lúcida e mais pura,
O veneno da acerba desventura
Que fere em nós a aspiração mais grata.
Se apenas vi, porém, a mágoa intensa
Que rouba a luz, o amor, a paz e a crença,
É que a dor da minhalma em tudo eu via.
E aumentava minha íntima tristeza
Vendo em tudo, na própria Natureza,
A mesma dor que eu tanto padecia.

Em paz
Tanto roguei a paz consoladora,
Durante os meus amargos sofrimentos,
Elevando a Jesus meus pensamentos,
Que recebi a paz confortadora!
Sentindo-me feliz, ditosa agora,
Nessas paragens de deslumbramentos,
Onde terminam todos os tormentos
Que inundam de amargor a alma que chora.
Jesus! doce Jesus meigo e bondoso,
Quanto agradeço a paz que concedestes
Ao meu viver tristonho e doloroso!
E desse lindo oásis encantado,
Canto de luz dos páramos celestes,
Bendigo o vosso amor ilimitado!

Mãe
Ó minha santa mãe! era bem certo
Que entre as preces maternas estendias
As tuas mãos sobre os meus tristes dias,
Quando na Terra – que era o meu deserto.
Nos instantes de dor, bem que eu sentia
As tuas asas de Anjo da Ternura,
Pairando sobre a minha desventura
Feita de prantos e melancolia.
Francisco Cândido Xavier - Parnaso de Além-Túmulo 111
Flor ressequida eu era, e tu o orvalho
Que me nutria, pobre e empalecida;
Era a tua alma a luz da minha vida,
Meu tesouro, meu dúlcido agasalho!...
Ai de mim sem a tua alma bondosa,
Que me dava a promessa da esperança,
Raio de luz, de amor e de bonança,
Na escuridão da vida dolorosa.
E que felicidade doce e pura,
A que senti após a treva e a morte,
Findo o terror da minha negra sorte,
Quando vi teu sorriso de ventura!
Então, senti que as Mães são mensageiras
De Maria, Mãe de anjos e de flores,
E Mãe das nossas Mães cheias de amores,
Nossas meigas e eternas companheiras!...

Miragens celestes
1
Sublimes atmosferas,
Luminosas, rarefeitas,
Sem as medidas estreitas
Das horas que marcam eras.
E as almas puras, eleitas,
Quais flores das primaveras,
Buscando vão as esferas
Das alegrias perfeitas.
Vão todas, espaço em fora,
Como lírios cor da aurora,
Modeladas pela dor.
E onde passam sorridentes
Abrem-se rosas virentes,
Rosas de paz e de amor.
2
Uma campina de flores
Francisco Cândido Xavier - Parnaso de Além-Túmulo 119
Em pleno espaço infinito,
Onde desperta um precito
De um pesadelo de dores.
Envergara o sambenito
Dos pedintes sofredores,
Vivera entre os amargores
De um sofrimento bendito.
E nessa etérea campina
Recebe a esmola divina,
Nesse batismo de luz;
Recebendo entre outros gozos,
Dos lábios de anjos formosos,
O ósculo de Jesus.

Rimas de Outro Mundo
1
Cheguei feliz ao meu porto,
Estou mais moço e mais forte,
Encontrei paz e conforto
Na vida, depois da morte.
Eis as rimas de outro norte,
Que escreve o poeta morto.
2
Com a ignorância proterva,
Que a morte é o fim, o homem pensa,
Julgando no talo de erva
A paisagem linda e imensa.
Ah! feliz o que conserva
As luzes doces da crença.
3
Quanta gente corre, corre,
Ansiosa atrás do prazer,
Sonha e chora, luta e morre
Sem jamais o conhecer.
Não há ninguém que se forre,
Sobre a Terra, ao padecer.
4
Fecha a bolsa da ambição,
Não corras atrás da sorte,
Venera a mão que te exorte
Nos dias de provação.
Tem coragem, meu irmão,
Ninguém se acaba com a morte.
5
No mundo vale quem tem
Um cifrão de prata ou de ouro;
Mas, da morte ao sorvedouro,
Jamais escapa ninguém!
No Céu só vale o tesouro
Daquele que fez o bem.
6
Que tua alma em preces arda
No fogo da devoção.
Deus é Pai que nunca tarda
No caminho da aflição.
Nas mágoas do mundo, guarda
A fé do teu coração.
7
Entre a fé e o fanatismo,
Muito espírito se engana:
A primeira ampara e irmana,
O segundo é o dogmatismo,
Goela aberta de um abismo
Na estrada da vida humana.
8
A Terra, para quem sente,
Inda é torre de Babel,
Onde a prática desmente
As ilusões do papel:
Muita boca sorridente,
Corações de lodo e fel.
9
Suporta a dor que te cobre
Na estrada espinhosa e má,
Quem é rico, quem é nobre,
A essa estrada voltará.
É uma ventura ser pobre,
Com a bênção que Deus nos dá.
10
Na vida sempre supus,
Sem muita filosofia,
Que, em prol do Reino da Luz,
Basta, na Terra sombria,
Que o homem siga a Jesus,
Que a mulher siga a Maria.

À Virgem
Vós sois no mundo a estrela da esperança,
A salvação dos náufragos da vida;
A custódia das almas sofredoras,
Consolação e paz dos desterrados
Do venturoso aprisco das ovelhas
De Jesus-Cristo, o Filho muito amado!
Fanal radioso aos pobres degredados,
Anjo guiador dos homens desgarrados
Do Evangelho de luz do Filho vosso.
Virgem formosa e pura da bondade,
Providência dos fracos pecadores,
Francisco Cândido Xavier - Parnaso de Além-Túmulo 131
Astro de amor na noite dos abismos,
Clarão que sobre as trevas da cegueira
Expulsa a escuridão das consciências!
Virgem da piedade e da pureza,
Estendei vossos braços tutelares
À Humanidade inteira, que padece,
Espíritos na treva das angústias,
No tenebroso báratro das dores,
Mergulhados nas tredas tempestades
Do mal, que lhes ensombra a mente e a vista;
Cegos desventurados, caminhando
Em busca de outras noites mais escuras.
Legião de penitentes voluntários,
Afastados do amor e da verdade,
Fugitivos da luz que os esclarece!
Anjo da caridade e da virtude,
Estendei vossas asas luminosas
Sobre tanta miséria e tantos prantos.
Dai fortaleza àqueles que fraquejam,
Apiedai-vos dos frágeis caminhantes,
Iluminai os cérebros descrentes,
Fortalecei a fé dos vacilantes,
Clareai as sendas obscurecidas
Dos que se vão nos pântanos dos vícios!...
Existem almas míseras que choram
Amarradas ao potro das torturas,
E corações farpeados de amarguras...
Enxugai-lhes as lágrimas penosas!
Virgem imaculada de ternura,
Abençoai os mansos e os humildes
Que acima de ouropéis enganadores
Põem o amor de Jesus, eterno e puro!
Dulcificai as mágoas que laceram
Francisco Cândido Xavier - Parnaso de Além-Túmulo 132
Pobres almas aflitas na voragem
Das provações mais rudes e amargosas.
Estendei, Virgem pura, o vosso manto
Constelado de todas as virtudes,
Sobre a nudez de tantos sofrimentos
Que despedaçam almas exiladas
No orbe da expiação que regenera...
Ele será a luz resplandecente
Sobre a miséria dos padecimentos,
Afastando amarguras, concedendo
Claridades a estradas pedregosas...
Conforto às almas tristes deste mundo,
Porto de segurança aos viajantes,
Clarão de sol nas trevas mais espessas,
Farol brilhante iluminando os trilhos
De todos os viajores que caminham
Pela mão de Jesus, doce e bondosa;
O pão miraculoso, repartido
Entre os esfomeados e os sedentos
De paz, que os acalente e os conforte!
Virgem, Mãe de Jesus, anjo de amor,
Vinde a nós que na luta fraquejamos,
Ajudai-nos a fim de que a vençamos...
Vinde, piedosa Virgem de bondade,
Cremos em vós, na vossa alma divina!
Vinde! ... dai-nos mais força e mais coragem,
Derramai sobre nós o eflúvio santo
Do vosso amor, que ampara e que redime...
Vinde a nós! nossas almas vos esperam,
Almas de filhos míseros que sofrem,
Atendei nossas súplicas, Senhora,
Providência da pobre Humanidade!...

Nenhum comentário: