As obras do estádio do Corinthians em Itaquera devem ter seu início na próxima semana, mas o departamento de marketing não quer perder tempo para encontrar quem banque os cerca de R$ 700 milhões que deverá custar o empreendimento, candidato a palco da abertura da Copa de 2014.
Luís Paulo Rosenberg, diretor de marketing do Corinthians, está nos Emirados Árabes e de lá respondeu ao iG, por e-mail, que três empresas estão no páreo para batizar o estádio corintiano. “Três gatas estão comendo pipoca”, brincou o dirigente, que aposta todas suas fichas no acordo que dará nome ao estádio para fechar as contas.
A metáfora das "gatas" se refere a uma frase que Rosenberg disse em 15 de abril, numa de suas últimas coletivas de imprensa. Nela, o diretor corintiano comentou que se fosse um casamento, a negociação do Corinthians para vender o nome do seu estádio não tinha nem chegado a um namoro. “Eu estou na fase de mandar fotografia pela internet. Nem comer pipoca juntos antes de a gente entrar no cinema a gente conseguiu”, disse Rosenborg na ocasião.
Na última quinta-feira Rosenberg manteve o bom humor para responder a uma pergunta do iG sobre se houve avanço, desde abril, nesta questão do naming rights. Segundo Rosenberg, o Corinthians pagará todo o estádio com o que arrecadar nesta negociação. Perguntado sobre qual seria a porcentagem que o valor dos naming rights do estádio terá no total que o Corinthians terá de gastar para ter seu estádio, Rosenberg é categórico. “Se depender de mim e do esforço de São Jorge, 126%”, disse. Ele talvez tenha esquecido que não depende só dele e muito menos de São Jorge.
Otimista na negociação com as três empresas, Rosenberg chega a estipular números recordes em relação ao que o Corinthians pode faturar com o nome do estádio. Nenhum clube no mundo consegue arrecadar tanto quanto Rosenberg ainda acredita que o Corinthians possa lucrar. Ele projeta que assim que o estádio estiver pronto o clube poderá faturar R$ 30 milhões por ano num acordo que dure de 15 a 20 anos.
O Arsenal, exemplo mundial neste ramo, não passa nem perto. Em 2004, o clube inglês fechou um acordo com a companhia aérea Emirates por 100 milhões de libras (R$ 266 milhões na cotação atual) válido por 15 anos (algo em torno de R$ 18 milhões por ano).
Outro risco que o Corinthians corre é o de o novo nome não pegar. Até Joaquim Grava, médico do clube, e que dá seu nome ao CT corintiano, questiona essa possibilidade. Rosenberg, contudo, ignora os nomes populares que são dados à arena corintiana como “Fielzão” ou “Itaquerão”. “O risco de se usar o nome popular é muito menor do que o nome contratado não ser usado”, comentou.
Ele avalia que por ser um estádio novo, ele não correrá riscos de o nome não pegar. “Quem acredita que comprar o Pacaembu e chamá-lo de Arena Medley e esse nome pegar é um doido. O nome tem 90 anos. E assim vale para todas as arenas que tem nomes. A única nova é a nossa. Imagina se alguém vai dar nome para o Maracanã? Pode-se gastar o dinheiro que ele quiser que vai ser Maracanã até a morte”, comentou.
Clubes como o Arsenal e o Bayern de Munique, que joga no estádio batizado pela seguradora Allianz, conseguiram que estes estádios tivessem seus nomes na ponta da língua dos torcedores porque eram novos. E é nisso que Rosenberg aposta. Por ser um estádio novo, sem um nome popular como Maracanã ou Pacaembu, ele acredita que possa faturar um valor próximo ao que custará o estádio. Haja pipoca nesse namoro.
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