O espiritismo não inventou espiritos

O Espiritismo não inventou as comunicações dos Espíritos com os Homens. Pelo Deuterónimo XVIII, e pelo estudo da História do Egipto, sabemos que já havia médiuns, ou medianeiros entre dois mundos, pessoas com a capacidade de ver, ouvir, sentir os Espíritos e de falarem por seu intermédio.

Na Grécia Antiga, as pitonisas eram igualmente as medianeiros entre os Homens e aqueles que nessa altura se consideravam os "deuses". Os oráculos eram instituição inseparável da Cultura Grega. "Oráculo" vem de "orar", ou seja: falar. As pitonisas falavam sob a acção dos Espíritos. Era famoso o ainda imponente Oráculo de Delfos. Delfos era um centro de sabedoria, onde os que chegavam eram convidados ao aperfeiçoamento interior, segundo a célebre máxima "Conhece-te a Ti Próprio".

As mesas girantes estiveram na origem da Doutrina Espírita por terem sido fenómeno em voga no século XIX. Mas já na Roma Antiga as mesas girantes e falantes eram referidas em escritos.

E já antes do Mundo Antigo havia comunicações entre Homens e Espíritos. A moderna Arqueologia considera que já na Pré-História havia manifestações dos Espíritos, e a consequente crença na sua existência. Nas pinturas e gravuras rupestres adivinham-se cenas de aparições dos Espíritos. Em volta dos locais onde os clãs faziam as fogueiras nocturnas, encontraram-se pedras gravadas com o que se crê serem efígies dos falecidos, que assim eram convidados a aquecerem-se à fogueira, na companhia dos seus entes queridos.

Ainda hoje, entre os Povos considerados "Primitivos", mais adequadamente designados por Povos Tribais ou sociedades não industriais, os fenómenos anímicos e mediúnicos são comuns, incluindo as "mesas falantes". Telapatia, visão à distância, materializações de Espíritos, fenómenos do tipo "poltergeist", mediunidade de fala, mediunidade de cura, aparições, são alguns dos fenómenos exaustivamente estudados por investigadores como Ernesto Bozzano, para cuja gigantesca obra de recolha e compilação "Povos Primitivos e Manifestações Supranormais" chamamos a atenção.