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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Fórum no México reúne partidos de esquerda da América Latina



A necessidade de o México eleger um governo de esquerda foi a tônica do Foro Internacional de partidos de esquerda realizado na Cidade do México, ocorrido no último dia 20 de agosto com o tema “America Latina e Caribe: A esquerda que governa; partidos, objetivos, experiência e contribuições”.






O encontro ocorreu às vésperas da realização do Congresso Extraordinário do Partido da Revolução Democrática – PRD, que foi convocado para debater as eleições presidenciais que ocorrerão em 2012 no país.






Participaram do Foro Internacional, além do anfitrião PRD, o Partido Comunista de Cuba, o Partido Socialista Unido da Venezuela, O Movimento ao Socialismo da Bolívia, o Movimento Político Aliança País do Equador, a Frente Sandinista de Libertação Nacional da Nicarágua e o Partido Comunista do Brasil.






Para Augusto Madeira, membro do Comitê Central do PCdoB que representou o partido no evento, “os debates demonstraram uma grande unidade em torno da necessidade de uma integração solidária da América do Sul, o que esta sendo possível pela presença de partidos progressistas, democráticos e de esquerda a frente de muitos países”.






Além da afirmação da importância do processo de integração da região, cada participante abordou questões específicas de seu país. O PSUV foi representado pelo deputado Rodrigo Cabezas, da Secretaria de Relações Internacionais do partido que disse que “para o processo de consolidação do nosso governo foi fundamental redirecionar a PDVSA, nossa empresa estatal de petróleo, para investir no país.”.






Wilfredo Serrano, dirigente do MAS da Bolívia, discorreu sobre os desafios do governo de Evo Morales e seus êxitos, disse que “hoje um dos nossos maiores desafios é garantir a segurança alimentar para todo povo boliviano”. O Movimento Político Aliança País do Equador, organização política da qual faz parte o presidente Rafael Correa, foi representado por Galo Mora, que é seu secretário geral. Ele abordou como a grande mídia tem sido a ponta de lança da oposição ao governo progressista: “eles fazem uma oposição para desmoralizar e agredir o governo de esquerda”.






O Vice chefe do Departamento de Relações Internacionais do Partido Comunista de Cuba, Jorge Arias, destacou que a experiência cubana é singular, já que trata-se de um revolução com mais de 50 anos de experiência. Ele enfatizou que as mudanças econômicas aprovadas recentemente são no sentido de fortalecer o poder popular e o caminho ao socialismo. A Frente Sandinista de Libertação Nacional da Nicarágua foi representada por Carlos Fonseca que trouxe uma saudação do presidente Daniel Ortega saudando o encontro.






O representante brasileiro destacou as realizações do governo Lula nos campo social, econômico e político, com destaque para a integração do continente sul-americano. Augusto Madeira argumentou que “o governo das forças progressistas se empenhou no fortalecimento do Mercosul e na integração soberana e solidária dos nossos países; procurou soluções coletivas com a Bolívia, no caso da negociação da compra de gás natural, e com o Paraguai na questão da energia elétrica de Itaipu, por exemplo”. Também manifestou a confiança do PCdoB que o México, país de tradições revolucionárias, supere a difícil fase que atravessa com a eleição de forças mudancistas.






O presidente do PRD, Jesus Zambrano, registrou que “as intervenções dos partidos no Foro Internacional ajudaram o PRD a crer que é possível o México ser dirigido por forças progressistas e de esquerda e ficar em sintonia com este ciclo latino-americano”.






Eleições 2012






O Congresso extraordinário do PRD foi convocado para o partido decidir como será a forma de escolha do candidato a presidente no ano que vem. Duas lideranças postulam a indicação do partido; Andrés Manuel López Obrador, que foi o candidato eleito em 2006 mas teve sua eleição usurpada por meio de fraude eleitoral pelo candidato do PAN - Felipe Calderon; e Marcelo Ebrard, chefe do governo do Distrito Federal.






No final, o congresso deliberou por ampla maioria “convocar uma consulta à cidadania, mediante a celebração de diversas pesquisas abertas à cidadania, nas quais se permita conhecer as preferências do eleitorado acerca dos aspirantes à candidatura presidencial do PRD. Será privilegiado o consenso que se articule entorno do candidato melhor posicionado e tenha maiores possibilidades de triunfo”.






O México vive nos últimos anos uma estagnação econômica fruto das políticas neoliberais e da vinculação com os EUA, através do NAFTA, o tratado de livre comércio entre os países da América do Norte. A situação piorou quando o atual presidente, orientado pelos Estados Unidos, declarou uma “guerra ao tráfico de drogas”, para buscar legitimidade diante da ampla contestação ao golpe eleitoral.






O norte do país, principalmente, mergulhou numa guerra de quadrilhas e o governo perdeu o controle. Fala-se em mais de cinquenta mil mortes neste período. Este será um dos assuntos que estarão em bate nas eleições presidenciais de 2012. Além do PRD, concorrem o PAN, partido do atual presidente que tem como candidata mais provável a deputada Josefina Vazquez, e o PRI, que tem como candidato com mais chances o governador do Estado do México, Enrique Pena Nieto.






Da Redação, com informações da Secretaria de Relações Internacionais do PCdoB



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