Osvaldo Orlando da Costa ou Osvaldão (Passa-Quatro, 27 de abril de 1938 — Araguaia, 4 de fevereiro de 1974) foi um guerrilheiro marxista brasileiro e um dos principais integrantes da Guerrilha do Araguaia, ocorrida na região Norte do Brasil na década de 1970.
Membro do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), foi obrigado a viver na clandestinidade depois do golpe militar de 1964, quando passou a ser procurado por sua militância. Antes, porém, foi campeão de boxe pelo Clube de Regatas Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, e formou-se em engenharia de minas, em Praga, na Checoslováquia, onde viveu alguns anos.
AraguaiaOsvaldão foi um dos primeiros militantes comunistas a chegar na região do Araguaia, em 1967, com a missão de implantar uma guerrilha junto com outros companheiros. De acordo com as instruções do Partido, que pregava uma mistura dos militantes com os habitantes da região, estabeleu-se como garimpeiro, caçador e mariscador. Tornou-se, em pouco tempo, o maior conhecedor da área ocupada pelos guerrilheiros e bastante popular entre os camponeses e agricultores do Bico do Papagaio, a região no sul do Pará onde o PCdoB se estabeleceu.
Como comandante do Destacamento B, um dos três do movimento guerrilheiro, ele participou com êxito de vários combates contra as tropas do governo, a partir de 1972. Devido à sua formação militar, adquirida nos tempos em que foi oficial da reserva do CPOR (realizado concomitantemente com o curso de Máquinas e Motores na Escola Técnica Nacional - Estado da Guanabara) e de um posterior adestramento militar na China, era um dos guerrilheiros mais temidos pelo Exército.
Considerado mítico e imortal pelo povo morador do Araguaia, que o acreditava ser capaz de transformar-se em pedra, árvore ou animal foi o autor da primeira morte militar durante a guerrilha, quando durante um encontro na mata com uma patrulha do exército matou a tiros o cabo Odílio Cruz Rosa.
Osvaldão foi morto com um tiro de carabina quando descansava num barranco, em 4 de fevereiro de 1974, nos estágios finais da ofensiva militar que aniquilou a guerrilha, pelo mateiro Arlindo Vieira 'Piauí', um conhecido seu que na época havia virado guia das patrulhas militares. Seu corpo foi pendurado num helicóptero que sobrevoou várias áreas da região a mostrar aos caboclos locais que o 'imortal' guerrilheiro estava morto. Decapitado por um sargento do exército, seus restos foram deixados na mata e nunca encontrados.
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