Desde pequeno, me contaram que aqui, cidade modernista de um passado histórico sem par, era o berço da inovação e ousadia. Lugar de homens e mulheres de alma grandiosa como Francisco Inácio Peixoto, Ascânio Lopes, Luiz Ruffato, Nanzita, Dr Lídio entre outros. Criança tem o hábito de acreditar nos adultos e no meu caso, aluno do antigo prédio da Escola Clóvis Salgado no "Matadouro", muito atento às lições e que gostava de ler bastante, a crença foi levada ao extremo. As crianças crescem e com o tempo passam a ter suas próprias opiniões. Hoje, mesmo concordando que estas foram grandes pessoas ainda me admiro com a pequenez daqueles que se revoltam quando fazemos uma crítica à administração pública. Algumas pessoas que ocupam os cargos de gerência do nosso município, despreparadas que são, sempre acham que "é uma ofensa pessoal", ou "estão trabalhando contra a Prefeitura" ou "são oposição". Não conhecem o significado da palavra Cidadania. Mal sabem, que é o povo e sua participação que constrói uma "Pólis" de verdade. Aí entra outra questão: como é a participação do povo de Cataguases? De forma galinácea, assim como o comportamento de seus políticos, nossa agonizante cidade é composta por pessoas que vendem sua opinião ou tem medo de comprometer-se para resguardar o seu "ganho pessoal". Enquanto isso, os eleitores se comportam como pessoas idôneas e compromissadas, ao dizer que "os vereadores são corruptos" e o prefeito é que "não presta". Mas as atitudes dos Cataguasenses são atitudes de quem realmente se compromete? Quem tem coragem de dar a cara pra bater, sem prejudicar seu favoritismo pessoal? Adianta dizer que é Católico, evangélico, ir ao culto e orar pela cidade esperando a solução cair do céu? Adianta dizer que é professor, que a educação vai mal, que o prefeito e o governador não pagam o piso e depois não ter coragem de ir numa passeata do sindicato? Adianta dizer que na política todo mundo é safado, se não temos coragem de entrar no chiqueiro da politicagem e expulsar os vendilhões do templo? Adianta dizer que se não há emprego, a culpa é do prefeito, mas quando tem uma audiência pública não abrimos mão da novela das oito? "Os profetas não são homens ou mulheres, desarrumados, desengonçados, barbudos, cabeludos, sujos, metidos em roupas andrajosas e pegando cajados. Os profetas são aqueles ou aquelas que se molham de tal forma nas águas da sua cultura e da sua história, da cultura e da história de seu povo, dos dominados do seu povo, que conhecem o seu aqui e o seu agora e, por isso, podem prever o amanhã". Que eles mais do que adivinham, realizam...
Nenhum comentário:
Postar um comentário