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sexta-feira, 24 de maio de 2013

A história do Partido dos Panteras Negras


Consciência social e racial, treinamento paramilitar e formação política, conheça os revolucionários que ensinaram Gil Scott-Heron, The Last Poets e Public Enemy a "pensar" música!

Fundado em 1966, na cidade de Oakland, estado da Califórnia, Estados Unidos, o Partido dos Panteras Negras para Auto-Defesa (Black Panthers Party for Self-Defense) foi um movimento revolucionário pós aprovação da Lei dos Direitos Civis norte-americanos.
Contexto
A obrigatoriedade de integração, em consequência da abolição e proibição de medidas segregacionistas e/ou racistas, tornou as relações raciais nos Estados Unidos juridicamente justas, porém, socialmente tensas. A Lei de Direitos Civis apenas iniciava o processo de integração, porém, o grupo historicamente privilegiado não aceitaria uma derrota desta proporção. Em várias cidades, conflitos violentos tornaram-se rotina, e, além disso, os conservadores, que insistiam em manter o sistema racista, para assim, continuar gozando de seus privilégios, tinham um braço armado oficial a seu dispor: a polícia. Em várias grandes cidades norte-americanas, a violência policial se tornou o principal problema das relações Estado-população negra. Nesse cenário, os jovens Huey Newton e Bobby Seale, à época, ativistas do movimento negro estudantil, cansados dos abusos da polícia nos guetos negros de Oakland fundaram os Panteras Negras.
O Partido
A principal finalidade do grupo era patrulhar os guetos e proteger os moradores da violência policial. Auto-didata em Direito, Huey Newton aprendeu todo o Código Penal da Califórnia, assim, com embasamento na lei de porte de armas do estado, persuadiu os moradores dos bairros negros a portarem armas para se defender. Alguns anos depois, era cena comum encontrar membros uniformizados do partido portando rifles pelas ruas. Além disso, influenciados pelo marxismo, os Panteras Negras defendiam o socialismo como modelo político e o aplicavam nos bairros em que atuavam.
Além da defesa das comunidades, o partido também mantinha escolas de formação política e treinamento de artes marciais para crianças e jovens, um programa de segurança alimentar para famílias mais pobres e defendiam a isenção de impostos e um projeto de reparação financeira da “América Branca” pelos séculos de exploração, humilhação e genocídio da população negra. Também tinham rígidos padrões de comportamento moral, proibindo o uso de drogas e álcool entre os membros do partido. Em seu auge, os Panteras Negras tinham mais de cinco mil membros e coordenavam sedes nas principais cidades dos Estados Unidos. Por seu caráter combativo, seu alinhamento ideológico com o socialismo em plena Guerra Fria, e por vários tiroteios em conflitos com policiais, os Panteras Negras eram considerados “terroristas e uma ameaça à Segurança Nacional”. No final dos anos 70, tendo diminuído o número de membros, perdendo a simpatia de outros líderes negros e com a prisão e exílio de seus dois principais líderes, constantemente envolvidos em conspirações que visavam enfraquecê-los, os Panteras Negras se limitaram a manter apenas alguns de seus projetos sociais e, por fim, encerraram suas atividades no início dos anos 80.

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