Exu é um orixá africano, também conhecido como: Esu, Eshu, Bara, Ibarabo, Legbá, Elegbara, Eleggua, Akésan, Igèlù, Yangí, Ònan, Lállú, Tiriri, Ijèlú. Algumas cidades onde se cultua o Exu são: Ondo, Ilesa, Ijebu, Abeokuta, Ekiti, Lagos.
Exu é o orixá da comunicação. É o guardião das aldeias, cidades, casas e do axé,
das coisas que são feitas e do comportamento humano. A palavra Èșù em
yorubá significa “esfera” e, na verdade, Exu é o orixá do movimento.
Ele é quem deve receber as oferendas em primeiro lugar a fim de
assegurar que tudo corra bem e de garantir que sua função de mensageiro
entre o OrunAiye, o mundo material e o mundo espiritual, seja plenamente realizada. e o
Na África na época das colonizações, o Exu foi sincretizado erroneamente com o diabo cristão pelos colonizadores, devido ao seu estilo irreverente, brincalhão e a forma como é representado no culto africano .
Por ser provocador, indecente, astucioso e sensual, é comumente confundido com a figura de Satanás, o que é um equívoco de acordo com a construção teológica yorubá, posto que não está em oposição a Deus,
muito menos é considerado uma personificação do mal. Mesmo porque nesta
religião não existem diabos ou entidades encarregadas única e
exclusivamente de coisas ruins como fazem as religiões cristãs. Estas pregam que tudo o que acontece de errado é culpa de um único ser que foi expulso; pelo contrário, na mitologia yoruba, bem como no candomblé, cada uma das entidades (Orixás) tem sua porção positiva e negativa assim como o próprio ser humano.
De caráter irascível, ele se satisfaz em provocar disputas e calamidades àquelas pessoas que estão em falta com ele.
No entanto, como tudo no universo possui de um modo geral dois lados, positivo e negativo, Exu também funciona de forma positiva quando é bem tratado. Daí ser Exu considerado o mais humano dos orixás, pois o seu caráter lembra o do ser humano que é de um modo geral muito mutante em suas ações e atitudes.
Conta-se na Nigéria que Exu teria sido um dos companheiros de OduduàIfé e chamava-se Èsù Obasin. Mais tarde, tornou-se um dos assistentes de Orunmilá e ainda Rei de Ketu, sob o nome de Èsù Alákétú. quando da sua chegada a
A palavra elegbara significa “aquele que é possuidor do poder (agbará)” e está ligado à figura de Exu.
Um dos cargos de Exu na Nigéria, mais precisamente em Oyó,
é denominado Èsù Àkeró ou Àkesán, que significa "chefe de uma missão",
pois este cargo tem como objetivo supervisionar as atividades do mercado
do rei.
Exu praticamente não possui ewós ou quizilas. Aceita quase tudo que lhe oferecem.
Os yorubás cultuam Exu em um pedaço de pedra porosa chamada Yangi,
ou fazem um montículo grotescamente modelado na forma humana com olhos,
nariz e boca feita de búzios. Ou ainda representam Exu em uma estatueta
enfeitada com fileiras de búzios tendo em suas mãos pequeninas cabaças
onde ele, Exu, carrega diversos pós de elementais da terra usados de
forma bem precisa em seus trabalhos.
Exu tem a capacidade de ser o mais sutil e astuto de todos os orixás.
E quando as pessoas estão em falta com ele, simplesmente provoca mal
entendidos e discussões entre elas e prepara-lhes inúmeras armadilhas.
Diz um orìkì que: “Exu é capaz de carregar o óleo que comprou no mercado numa simples peneira sem que este óleo se derrame”.
E assim é Exu, o orixá que faz o erro virar acerto e o acerto virar erro.
Èsù Alákétú possui essa denominação quando Exu, por meio de
uma artimanha, conseguiu ser o rei da região, tornando-se um dos reis de
Ketu. Sendo que as comunidades dessa nação no Brasil o reverenciam
também com este nome.
Todos os assentamentos de Exu possuem elementos ligados às suas
atividades. Atividades múltiplas que o fazem estar em todos os lugares: a
terra, pó, a poeira vinda dos lugares onde ele atuará. Ali estão
depositados como elemento de força diante dos pedidos.
No Brasil, no candomblé, Exu é um dos mais importantes Orixás
e sempre é o primeiro a receber as oferendas, as cantigas, as rezas, é
saudado antes de todos os Orixás, antes de qualquer cerimônia ou evento.
O Exu Orixá não incorpora em ninguém para dar consultas como fazem os Exus de Umbanda,
eles são assentados na entrada das casas de candomblé como guardiões, e
em toda casa de candomblé tem um quarto para Exu, sempre separado dos
outros Orixás, onde ficam todos os assentamentos dos exus da casa e dos filhos de santo que tenham exu assentado.
É astucioso, vaidoso, culto e dono de grande sabedoria, grande
conhecedor da natureza humana e dos assuntos mundanos daí a assimilação
com o diabo pelos primeiros missionários que, assustados, dele fizeram o
símbolo da maldade e do ódio. Porém " … nem completamente mau, nem
completamente bom … ", na visão de Pierre Verger no texto de sua autoria "Iniciação" - contido no documentário "Iconografia dos Deuses Africanos no Candomblé da Bahia", Exu reage favoravelmente quando tratado convenientemente, identificado no jogo do merindilogun pelo odu okaran.
Exu recebe diversos nomes, de acordo com a função que exerce ou com
suas qualidades: Elegbá ou Elegbará, Bará ou Ibará, Alaketu, Agbô,
Odara, Akessan, Lalu, Ijelu (aquele que rege o nascimento e o
crescimento de tudo o que existe), Ibarabo, Yangi, Baraketu (guardião
das porteiras), Lonan (guardião dos caminhos), Iná (reverenciado na
cerimônia do padê).
A segunda-feira é o dia da semana consagrado a Exu. Suas cores são o vermelho e o preto; seu símbolo é o ogó (bastão com cabaças que representa o falo); suas contas e cores são o preto e o vermelho; as oferendas são bodesgalos, pretos de preferência, e aguardente, acompanhado de comidas feitas no azeite de dendê. Aconselha-se nunca lhe oferecer certo tipo de azeite, o Adí, por ser extraído do caroço e não da polpa do dendê e portar a violência e a cólera. Sua saudação é "Larôye!" que significa o bem falante e comunicador. e
Consiste o padê em um prato de farofa amarela, acaçá, azeite-de-dendê e uma quartinha de água ou cachaça, que são “arriados” para Exu.
Na nação de angola ou candomblé de Angola Exu recebe o nome de Aluvaiá, Pambu Njila, e Legbá, no Candomblé Jeje.
Não deve ser confundido com a entidade Exu de Umbanda.
Os exus de umbanda sao entidades de pessoas desencarnadas que, por
motivos de evoluçao espiritual, retornaram à terra para cumprir essa
missão junto ao seus seguidores. Essas entidades são confundidas com esu
ou exu do Candomblé devido à proximidade que Exu tem com os homens.
Entretanto, não são considerados orixás como o Exu, e sim quiumbas
- conhecedores das vontades de homens e mulheres no plano terrestre,
tendo vivido em épocas diferentes, porém com os mesmos problemas,
desejos e sonhos.
Seus filhos são sensuais, dominadores e inteligentes. Gostam da vida
cercada de barulho, muitas pessoas e romances de todo tipo. Adoram
festas e não se prendem a ninguém, são muito impulsivos. Mas se amam
alguém, dão sua vida se for preciso, sem pensar em nada. Gostam de
ajudar e trabalhar, mas podem se tornar vingativos e extremamente
crueis.
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