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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Civilização Azteca

As primeiras evidências dos povos Astecas no México Central datam do século XIII. Entretanto, antes mesmo deste período há evidências de outros povos nesta mesma região, como é o caso dos Toltecas. A civilização Tolteca propriamente dita desenvolve-se, a partir do século XI. Contudo, a partir do século XII, a principais cidades construídas pelos Toltecas entram em declínio. Tribos bárbaras de territórios próximos surgem então para se estabelecerem nessas cidades recentemente abandonadas pelos Toltecas. A nova organização dessas tribos nestas cidades é que resultará na civilização Asteca.
A última grande civilização mesoamericana foi a dos Astecas, uma tribo “bárbara” primitiva que habitou nas pequenas ilhas do lago Texcoco na metade do século XIV, e, em poucas décadas chegou a dominar a maior parte do México. Este crescimento vertiginoso é um indicio de perícia estratégica e organização militar. Os Astecas conquistaram seu imenso império através de guerras.

Os Astecas e a organização da cidade

A cidade era composta por vários clãs, e cada um tinha seu templo e sua escola. O clã era administrado pelo Capulli, expressão que também servia para denominar o clã. O Capulli era o administrador das terras da região e dava aos homens lotes para serem cultivados quando estes se casavam. Os que não pertenciam a um clã trabalhavam nas terras dos nobres. Cada clã tinha um conselho para julgar crimes menores, coletar impostos para o governo e organizar grupos para fazer canais. Os canais teriam a função de estradas, usados como vias de comunicação.
A praça principal era o centro da vida da cidade. Nela eram realizados o mercado (de quatro em quatro dias), bem como os festivais (mensalmente). Nestes festivais os astecas, cantavam, dançavam e ofereciam sacrifício aos deuses, enquanto no mercado, para vender seus produtos, cada comerciante pagava uma taxa ao supervisor. Caso a taxa não fosse paga, as mercadorias eram confiscadas pelos fiscais. A venda e compra se dava através da troca de produtos. As pessoas utilizavam grãos de cacau para compensar as diferenças no valor dos objetos trocados.
No mercado eram vendidos legumes, verduras, animais, machados, panelas, objetos de plumas, joalheria, e ervas. Havia também a venda de escravos, que eram prisioneiros de guerra, criminosos ou homens que tinham perdido tudo no jogo.

Organização Social

O rei dividia o governo do Estado com a Mulher serpente, que era um homem. Havia um conselho de chefes (comandantes militares) para orientar o rei e a Mulher Serpente. Para conseguir um título de nobreza era preciso demonstrar bravura nas guerras, condição imposta tanto para os filhos de nobres quanto para os filhos de camponeses. Oficiais graduados eram juízes e grandes generais, enquanto os menos graduados governavam o povo. Artesãos e comerciantes passavam suas profissões a seus filhos. Em maior número na sociedade estavam os cidadãos comuns (aqueles que recebiam terras do clã para cultivar), camponeses (camponeses sem terra trabalhavam na terra dos nobres) e escravos.
Nota-se uma sociedade bastante estratificada; hierarquizada. As roupas eram um meio de demonstrar a posição social da pessoa, havendo leis severas para o uso de certas peças.

Alimentação

Fazia parte da alimentação Asteca o milho (do qual eram feitos cozidos, bolos e pães), feijão abóbora, tomate além de animais domesticados como coelho, peru, patos, cachorros e aves. Uma das famosas iguarias Astecas é o chocolate. Diferente do conhecido atualmente, era mais amargo e um líquido grosso, sendo bebido após as refeições principalmente no inverno. Contudo, o consumo de carne entre outros alimentos considerados mais nobres não estavam ao alcance de toda a população. Por serem de grande valor não faziam parte da alimentação das classes mais baixas.

Educação

Depois que a criança nascia, o astrólogo escolhia um dia de sorte para dar nome à criança e para predizer o seu futuro. Os astecas acreditavam que o caráter da pessoa era influenciado pelo dia em que ela nascia. As crianças frequentavam a escola até completarem 8 anos. Na escola aprendiam o básico da escrita asteca e as tradições (tanto os meninos quanto as meninas). Uma outra metade do ensino era dividida: meninas aprendiam a tecer, costurar, cozinhar e cuidar das crianças, enquanto os meninos aprendiam a guerrear. Ao completarem 21 anos, os estudos estavam concluídos: as meninas iam viver para o casamento e os meninos tornavam-se guerreiros. Os melhores guerreiros se juntavam aos guerreiros águia e jaguar, que representavam os cargos mais altos na carreira militar.

Sacerdote e o templo

Os meninos mais inteligentes, iam aos oito anos para o calmecac ou escola de sacerdotes. Lá rezavam e jejuavam durante dias. Os sacerdotes ensinavam os meninos a ler e escrever, fazer remédios com ervas, canções, preces própria a cada um dos deuses e a prever eclipses. Com 20 anos ele podia deixar o calmecac para se casar, podendo exercer a função de escriba no palácio, dar nome às crianças e predizer o futuro. O sacerdote cuidava dos templos e fazia sacrifícios. Os templos eram erguidos o mais alto possível, pois assim os astecas acreditavam estarem mais próximos dos deuses celestes, e em sua plataforma eram realizados os sacrifícios. Os astecas acreditavam que os deuses haviam se sacrificado para criar o sol, e por isso era dever deles alimentar os deuses com a “água sagrada” (sangue). Para isso havia a necessidade de capturar prisioneiros de guerra constantemente.
Somente alguns sacerdotes tinham o conhecimento de astrologia e podiam interpretar o calendário sagrado. Havia também um calendário solar. Todos consultavam os sacerdotes antes de tomar decisões importantes, pois acreditavam em dias de sorte e dias de azar.

Jogos

O tlachtli era um jogo asteca muito parecido com o jogo dos Maias (aquele com a bola de borracha). Os astecas passavam o tempo jogando “jogos de azar”.

Arte Asteca

A arte asteca se caracteriza principalmente por sua arte plumária (trabalho com penas) e pela ourivesaria (trabalho com ouro). Os astecas aprenderam a fazer seus artesanatos com os descendentes dos toltecas. Grande parte do trabalho dos artesão era para o rei, que utilizava os tributos para fazerem tiaras, mantas e jóias. O rei recompensavam os guerreiros com esses presentes. Um escultor levava muito tempo para produzir uma peça, devido à simplicidade de seus instrumentos.

Os Deuses

Os Astecas tinham muitos deuses, e cada um deles era responsável por uma fase da vida. Entre eles estão o deus do sol do meio-dia ( Uitzilopochtli), filho de Coatepec e Tezcatlipoca, que era deus da noite. Acreditavam que os deuses observavam suas vidas constantemente. Sendo assim, procuravam não desobedecer os deuses, agradando-os com os sacrifícios.
Ao morrer, os Astecas acreditavam que cada um ia para direções diferentes: guerreiros para o leste (paraíso do Sol), as mulheres para o oeste (paraíso da deusa Terrra), os afogados iam para o paraíso de Tlaloc a oeste e os outros iam para o norte onde governava o Senhor e a Serpente da Morte.

Escrita

A escrita Asteca, assim como a escrita Maia, era representada por glifos. Esta escrita pode ser encontrada em códices, feitos em casca de figueira batida, ficando bem fina como um papel, e revestidas por uma espécie de verniz.

Bibliografia

SOUSTELLE, Jacques. A Civilização Asteca. Rio de Janeiro: Zahar, 1987.
CROSHER, Judith. Os Astecas. .São Paulo: Melhoramentos, 1988.
Transposição didática: Joana Vieira Borges e Maise Caroline Zucco.

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