“Um
Cavaleiro Templário é verdadeiramente um cavaleiro destemido e seguro
de todos os lados e de si mesmo, pois para sua alma, ela é protegida
pela armadura da fé, assim como seu corpo está protegido pela armadura
de aço. Ele é, portanto, duplamente armado e sem ter a necessidade de
medos de demônios e nem de homens.”
(São) Bernardo de Clairvaux, c. 1135, De Laude Novae Militae—In Praise of the New Knighthood.
“Non nobis Domine, non nobis, sed nomini Tuo da Gloriam”(Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao Teu nome Glorifique) - Salmo 115: 1 - Cavaleiros Templários.
Composição e imagens: Thoth3126@gmail.com©
Como foi dito na introdução
dessa narrativa, na parte I, os templários ganharam o reconhecimento
oficial e lhes foi concedido a sua Regra pela igreja de Roma em 1128,
no Concílio de Troyes, em 13 de janeiro, que foi dominado pelo monge (da Ordem de Cister) cisterciense Bernardo de Clairvaux. A
nova ordem dos Cavaleiros Templários logo ganhou um grau excepcional de
autonomia jurídica, que colocou suas atividades completamente fora do
alcance dos bispos, dos nobres feudais, barões, condes, reis ou
imperadores, tornando-os responsáveis através do seu Grão-Mestre apenas
ao próprio papa somente e a mais ninguém.
O Sagrado “Graal” Feminino eleva o Masculino, e ambos se completam.
Antes de sua eleição como pontífice, o papa daquele momento Honório II {(Nome: Lamberto Scannabecchi - * Fagnano ? – † Roma , 13 de fevereiro de 1130 ). Papa n º 163 da Igreja Católica de 1124 a 1130} que havia sido membro da Ordem de Cister, e era um amigo muito próximo do monge (São) Bernardo de Clairvaux,
criador da Regra aprovada pelo papa aos Templários, que era seu
principal conselheiro. Este não foi um exemplo único de nepotismo ou
seja o “ato entre velhos amigos” que pode ser encontrado nos primeiros
anos da Ordem dos Templários.
A concessão de terras da região de Ballontrodoch pela família Saint Clair de Roslin, na Escócia
foi seguida pela doação de muitos presentes e doações similares por
outros membros da aristocracia piedosa da Europa que também fizeram
generosas doações de terras e financiaram começo do rápido crescimento
da nova ordem que surgia, a Ordem dos Cavaleiros Templários.
A procura de novos membros que
queriam se inscrever na nova ordem cresceu com uma velocidade
absolutamente incrível e logo a ordem contava entre as suas fileiras
representantes de todas as casas e famílias de nobres feudais com
liderança na Europa Ocidental. O
Sul da França, a região da Provence, e nas áreas do
Languedoc-Roussillon, se tornaram sua base de maior poder e influência
para a Ordem dos Cavaleiros Templários (e local de grande veneração do
Sagrado Feminino e de grandes revoltas contra a famigerada igreja de
Roma, que ali promoveu uma Cruzada e um massacre contra os “hereges”
Cátaros que se reusavam a obedecer Roma e seu papa de plantão).
Desde a época de sua fundação em
1099, com a captura de Jerusalém durante a Primeira Cruzada, até a
derrota e a queda de Acre, em 1291 na Palestina, os Cavaleiros Templários exerceram
grande influência e tiveram grande poder na Terra Santa. Guardando as
rotas de peregrinação e os peregrinos, transportando homens, materiais e
peregrinos vindos de portos da Europa, embora tenha sido uma importante
tarefa para o início das atividades da Ordem dos Cavaleiros Templários,
elas eram apenas uma pequena parte de suas atividades e analisando
friamente, era quase um disfarce para as reais intenções e atividades da ordem em seus primeiros tempos.
Eles construíram castelos em
importantes posições defensivas e desempenharam um papel significativo
nas atividades militares da região da Terra Santa, estabeleceram bases
importantes em toda a Palestina, na medida em que os Cavaleiros
Templários se transformavam em uma das forças militares de importância
mais significativa dentro do Reino de Jerusalém e em toda a Europa. Os
templários logo adquiriram uma reputação merecida por bravura em combate
e nunca se entregando voluntariamente ao inimigo quando acontecia uma
derrota em batalha.
No entanto, a sua reputação para
pensar estratégia militar e a sua própria estratégica não é avaliada
tão em alta conta. Suas extensas e dispendiosas atividades militares em
Outremer, como a Palestina se tornou conhecida naquele tempo, foram
sustentadas primeiro pelas doações e adesões de novos membros no início
de suas atividades e depois e mais tarde pelos lucros de suas
propriedades e atividades comerciais na Europa Ocidental.
A RIQUEZA E A FROTA DE NAVIOS TEMPLÁRIOS
A Ordem dos Templários passou
com o decorrer do tempo a possuir muitas propriedades e bens de tamanhos
variados espalhados por toda a Europa, desde a longínqua e gelada
Dinamarca, a Escócia e as Ilhas Orkney, no extremo norte das ilhas
britânicas, na França, Itália e Espanha, ao sul, Portugal à oeste da
Europa e no território da futura Alemanha (Sacro Império Romano) à
leste. Os Cavaleiros Templários também tinham muitos interesses
comerciais e suas atividades incluíam a operação
de grandes fazendas produtoras de alimentos, vinhas, pedreiras e minas
de metais nobres, intermediação financeira, tutores, procuradores e
representantes legais para terceiros, enfim eram a instituição mais
confiável e em quem mais se poderia confiar durante o auge de sua
existência.
Como resultado de seu interesse
duplo em proteger peregrinos por um lado e a manutenção das comunicações
com suas bases de operações na Terra Santa, de outro, os Templários
operavam uma frota bem organizada de navios mercantes e marinha militar
que excedia a de qualquer Estado do Mar Mediterrâneo naquele momento que
marcou o auge da ordem. Para fins militares, a frota incluía um número
de galeras de guerra altamente manobráveis equipadas com aríetes na proa
e para o propósito de transporte de peregrinos, soldados, cavalos e
cargas comerciais, eles possuíam um grande número de navios que
navegavam pelas águas do mar Mediterrâneo entre bases situadas na
Itália, França, Espanha e portos na Terra Santa.
O Porto de La Rochele, construído e controlado pelos Templários,
durante décadas, uma porta aberta para o Oceano Atlântico e “novas
terras (das quais eles tinham o conhecimento da SUA EXISTÊNCIA, as
Américas) onde existia PRATA em abundância.
Sua sede marítima principal do poder naval no mar Mediterrâneo foi instalada na Ilha de Mayorca (antigas
Ilhas Baleares), enquanto o seu principal porto oceânico na costa
atlântica, aberto como um portal para o oeste do hemisfério norte foi o
porto altamente fortificado e muito bem guarnecido de La Rochelle,
no litoral oeste da França, de onde, alega-se, eles realizavam o
comércio com a Groenlândia, as Ilhas Britânicas, a América do Norte
continental, o México e de onde efetuavam regulares visitas ao Brasil
antes de seu “descobrimento” oficial.
Apenas cerca de 50 anos após a
sua fundação, a Ordem dos Cavaleiros Templários se tornou uma força
comercial igual ou superior em poder militar, comercial e diplomático ao
de muitos estados europeus daquela era, e dentro de apenas cem anos
(mais cinqüenta) eles já haviam se desenvolvido ao ponto de se
transformarem em precursores medievais das atuais empresas e
conglomerados multinacionais, pois tinham interesses em toda forma de
atividade comercial da sua época, e também foram precursores das
modernas instituições financeiras ao criarem mecanismos de garantia
fiduciária, hipotecária, literalmente as notas promissórias. Como
conseqüência de tão vasta atividade e capacidade administrativa a
instituição templária era muito mais rica do que qualquer reino da
Europa de então.
Além de possuírem muitas riquezas (ainda hoje procuradas) e uma enorme quantidade de terras na Europa, a Ordem dos Templários possuía uma grande esquadra marítima.
Os cavaleiros, além de temidos guerreiros em terra, eram também exímios
navegadores e utilizavam sua frota marítima para deslocamentos e
negócios com várias nações. Devido ao grande número de membros
integrantes da Ordem em toda a Europa, apenas uma parte dos cavaleiros
foram aprisionados (a maioria franceses) quando se iniciou a perseguição
do Rei francês Filipe, o Belo. Os cavaleiros de outras nacionalidades
não foram aprisionados e isso lhes possibilitou se refugiarem em outros
países.
Segundo alguns historiadores,
alguns cavaleiros foram em exílio para a Escócia, Suíça, muitos para
Portugal e até para locais mais distantes, usando seus navios. Muitos
deles mudaram seus nomes e se instalaram em países diferentes, para
evitar uma perseguição do rei francês e da Igreja de Roma.
O desaparecimento da esquadra da
ordem é outro grande mistério. No dia seguinte ao aprisionamento dos
cavaleiros franceses, toda a esquadra zarpou durante a noite de seus
portos europeus, a maioria do porto fortificado de La Rochelle,
desaparecendo sem deixar registros. Por essa mesma data, o Rei
Português D. Dinis nomeava o primeiro almirante Português de que se tem
memória, apesar de Portugal não ter uma armada até aquela data; por outro lado, D. Dinis evitava
entregar os bens dos Templários à Igreja e conseguiu criar uma nova
ordem de cavalaria com base na Ordem Templária, adotando para símbolo da
mesma uma adaptação da cruz orbicular Templária, levantando a dúvida de
que planejava se apoderar da armada Templária para si mesmo e seu jovem
e florescente país…
Um dado interessante relativo aos cavaleiros templários que teriam se dirigido para a Suíça,
é que antes desta época não há registros de existência do famoso
sistema bancário daquele país, até hoje utilizado e também muito
discutido. Como é sabido, no auge de sua formação, os cavaleiros da
Ordem desenvolveram um sistema de empréstimos, linhas de crédito,
depósitos de riquezas que na sua época já se assemelhava bastante aos
bancos de hoje. É possível que foram os cavaleiros fugitivos da França
que se refugiaram na Suíça que implantaram o sistema bancário nesse país
e que até hoje é a principal atividade do mesmo.
No momento da detenção dos
Templários na França, por Filipe, o Belo, dois séculos depois de sua
fundação, se diz que eles retiraram o seu tesouro e o carregaram e
transportaram com todos os seus tesouros substanciais em uma dúzia de
navios na costa do Atlântico, navegando para oeste para nunca mais serem
vistos novamente. Alguns dizem que o tesouro dos Templários foi para a
Escócia. Outros dizem que é na Groenlândia ou Newfoundland, ou na Ilha
Oak na costa da Nova Scotia, no Canadá que o tesouro foi levado ou que
teria sido transportado para Portugal..
Segundo o historiador alemão Heinrich Finke, em 1308 o templário Jean de Chalons declarou ao Papa, em Poitiers, que Gerard de Villiers – preceptor do Templo em Paris – escapou com 50 cavaleiros em 18 navios da Ordem do porto templário de La Rochelle, levando também todo o tesouro da Ordem.
Também há mais uma versão, segundo narra Maurice Guinguand em seu livro “O Ouro dos Templários”, os bens preciosos da Ordem do Templo tinham sido reunidos e guardados em segurança na Catedral de Sées,
região da Normandia na França, num local extremamente secreto que
poderá estar relacionado com o poço que se encontra no interior da
catedral. Quando o rei Filipe, o Belo, decidiu prender os Templários, em
1307, Jacques de Molay, então Grão-Mestre da Ordem do Templo e já
sabendo antecipadamente da decisão do rei francês, teria confiado a um
dos seus cavaleiros a missão de salvar o tesouro templário.
Este é transportado para o Norte da França, em carroções com forte escolta onde o espera uma parte da frota templária, com cerca de dezoitos navios de transporte vinda do principal porto templário, o de La Rochelle. O precioso carregamento é então transportado para Portugal, desembarcando no porto de Serra d’El Rei, próximo de Óbidos. A partir daí, o transporte até Tomar é feito sem quaisquer problemas.
O Castelo de Tomar, em Portugal, construção iniciada em 1º de Março de 1.160, uma das construções mais antigas dos Templários na Europa. Dom Gualdim Pais (Amares, 1118 - Tomar, 1195)
foi um cavaleiro cruzado português, Cavaleiro e
Monge Templário e Cavaleiro de D. Afonso Henriques (1128-1185). Foi o
fundador da cidade de Tomar e o construtor do Castelo de Tomar.
Recentemente, especialistas
internacionais quiseram conhecer o que existe no subsolo de Tomar, pois
se sabe que existem entradas, mas seladas, e, que noutros locais, os
Templários construíram túneis com trinta metros por baixo da terra. Os
especialistas recorreram ao Instituto de Geofísica e, graças aos métodos
da geoeletricidade e do georradar, poderiam detectar as cavidades
subterrâneas em até 40 metros de profundidade, sem efetuar aberturas no
solo, sem tocar em nada e sem danificar nada. Mas o Ministério da
Cultura português proibiu as pesquisas. Na realidade, as lendas ainda
abundam: haverá algum tesouro templário escondido sob o Castelo de
Tomar?
Outra versão existe com base em
uma forte possibilidade de que, na véspera da prisão em massa dos
templários, o tesouro tenha sido transportado para o Monte Saint-Michel, na foz do Rio Couesnon na Normandia, onde 18 navios templários o aguardavam. O seu destino? Certamente… Portugal, fato
histórico (desprezado pelos eruditos) que é referido num documento
apreendido pelas tropas napoleônicas, quando da tomada de Roma. Especificamente,
cita-se o porto de Baleal, em Peniche como o local de destino e
desembarque do tesouro templário retirado da França.
Acima o Monte Saint-Michel. Vamos
abrir um parêntesis para citarmos certos fatos relativos aos Templários
em Portugal, onde os cavaleiros templários eram desde cedo o mais
querido e valoroso braço militar da monarquia portuguesa, devido aos
feitos do cavaleiro templário português Gualdim Pais que
além de ser o fundador de Tomar e seu castelo cuja construção se inicia
em 1160 pelo mestre templário, foi o grande responsável pela consolidação da ordem do templo em Portugal.
Ele nasceu no ano de 1118 em Marecos, hoje Amares, e morreu em Tomar em 1195. Fundou o castelo de Almourol, o de Idanha, o de Ceres, o de Monsanto e o de Pombal. Deu foro a Pombal em 1174. D. Afonso Henriques sagrou-o cavaleiro na lendária batalha de Ourique, contra os mouros. Partiu depois para a Palestina, ali ingressando na Ordem dos Cavaleiros Templários. Durante 5 anos notabilizou-se nos confrontos e batalhas contra os sultões da Síria e do Egito.
Regressou à pátria portuguesa,
foi comendador da Ordem dos Cavaleiros Templários em Braga e em Sintra,
até que se tornou o Quarto Grão-Mestre da Ordem no ano de 1157 em
Portugal. Recuperou o castelo de Almourol do domínio dos mouros
Almóadas, e foi sob o seu comando que os cavaleiros templários
repeliram, em 1191, no seu recém construído Castelo de Tomar, uma contra
ofensiva do poderoso exército Almóada de Yacub (o Califa Abu Yusuf
Ya’Qub al-Mansur), o rei marroquino que ameaçava o reino de Portugal, já
sob o reinado de Dom Sancho I.
Certamente os monarcas
portugueses não esqueceriam estes serviços prestados pelos cavaleiros
Templários para a consolidação do reino de Portugal!Voltando a D. Diniz
no começo do século XIV, durante a perseguição aos cavaleiros da Ordem
do Templo, ele engendrou uma fórmula inteligente para proteger a
continuidade da ordem em Portugal sem desobedecer à vontade papal quando
a perseguição aos templários foi deflagrada por Filipe o Belo na França
e no resto da Europa. Ele reiterou ao papa Clemente V que os templários
não haviam cometido crime nenhum em Portugal e o papa, por sua vez,
reclamou todos os seus bens, tendo o rei sutilmente proposto uma troca:
os bens dos templários pela concessão da fundação de uma nova ordem de
cavalaria em Portugal, a “Ordem dos Cavaleiros de Cristo”!
O papa, é claro, aceitou sem
pestanejar. Então o rei português transferiu todo o patrimônio dos
cruzados para a nova ordem de cristo, que não deixou de ser uma antiga
conhecida nossa, pois ela foi fundada e composta pelos próprios
cavaleiros templários. Assim, Dom Diniz garantiu a permanência da ordem
em terras portuguesas (apenas trocando de nome) e o reino português se
tornou o refúgio para cavaleiros templários perseguidos de toda a
Europa. À Portugal se chegaram fugitivos templários de vários países e o
castelo fortaleza de Tomar se tornou o cofre dos segredos que mais
tarde a inquisição da igreja de Roma não conseguiu abrir e arrancar. A
nova “Ordem do Nosso Senhor Jesus Cristo” foi reconhecida dois anos depois…em 15 de Março de 1319 pela bula papal Ad ea Ex-Quibus do novo papa João XXII, que desse modo acedeu aos pedidos de Dom Diniz.
Começava para os cavaleiros templários, agora sob um novo nome e uma nova pátria, uma nova era, uma nova missão… a
missão do templo e dos cavaleiros templários transferia-se para bordo
das caravelas portuguesas que a partir desse momento começariam a ser
desenvolvidas. De agora em diante seria necessário serem menos
cavaleiros e mais marinheiros, serem menos da terra e mais do mar, para
que no tempo determinado pela divina providência, os cavaleiros
Templários de Portugal pudessem revelar ao mundo a existência de novas
terras à oeste e sul da Europa…(e que estas terras, principalmente o Centro Oeste do Brasil, muito mais tarde pudessem cumprir com os seus desígnios divinos…)
Nenhum comentário:
Postar um comentário