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sábado, 11 de maio de 2013

Influência do Zoroastrismo no Cristianismo



O conceito de céu e inferno nem ao menos existia na maior parte do período bíblico   e só se integrou à Bíblia em sua última terça parte.   O conceito  do "inferno" para os  pecadores não fazia parte da tradição  dos judeus.  Ele se desenvolveu na Bíblia, a partir do período de Daniel. Naquele tempo, os judeus estavam vivendo como cativos dos persas, que tinham uma religião chamada Zoroastrismo.
O Zoroastrismo é conhecido pelos historiadores religiosos como a primeira religião  a ter o  conceito de céu e inferno.  A Bíblia originalmente não  tinha tal conceito até que os  judeus  se encontrassem com seguidores  do
Zoroastrismo. Isto   significa que este conceito foi adotado de uma outra religião.   O Zoroastrismo   trouxe outros conceitos   para a Bíblia,   tais como   o conceito de Satanás, ressurreição  física dos  mortos,   e um julgamento  final do  mundo.
A  Grolier Multimedia Encyclopedia dá esta explicação no verbete "Judaísmo":

"Alguns elementos da religião persa foram incorporados ao Judaísmo: uma doutrina mais elaborada de anjos; a figura de Satanás; e um sistema de crenças referentes ao fim dos tempos, incluindo   um esquema predeterminado da história do mundo, um julgamento final, e a ressurreição  dos mortos. Estas ideias foram explicadas em muitos documentos visionários chamados apocalipses; nenhum deles estava incluído na Bíblia hebraica, exceto no  livro  de Daniel (veja literatura apocalíptica; escatologia)".  (Winston Wu. Refutando Argumentos de Cristãos Fundamentalistas e Evangelistas).


Do mesmo modo, The American Encyclopedia afirma:

"Primeiro, a figura de   Satanás, originalmente   um servo de   Deus, designado por Ele como Seu demandante, veio a cada vez  mais se assemelhar a Ahriman, o inimigo de Deus. Segundo, a figura do Messias, originalmente   um futuro rei   de Israel   que salvaria seu povo da opressão, desenvolveu, em Deuteronômio - Isaías por exemplo, em um Salvador universal muito  similar ao  iraniano  Saoshyant. Outros pontos de   comparação entre Irã  e Israel incluem a doutrina do milênio;  o Julgamento Final; o livro sagrado no qual as ações humanas são registradas; a Ressurreição; a transformação  final da Terra; paraíso na Terra ou no céu, e inferno". Por J. Duchesne-Guillemin, Universidade de Liège, Bélgica.  (Winston Wu. Refutando Argumentos de   Cristãos Fundamentalistas e Evangelistas)


No artigo "A Primeira Vinda: Como o Reino de Deus se Tornou o Cristianismo", Thomas
Sheehan escreve sobre a influência do Zoroastrismo na Bíblia:

"Essa divulgação de  Yahweh como um destruidor apocalíptico foi fortemente influenciada pela religião  do  Zoroastrismo com a qual os israelitas tiveram contato  durante  o  exílio babilônico. Zoroastro  (630-
530 a.C.) tinha ensinado que o mundo era o cenário   de   uma luta cósmica dramática entre as forças do  Bem  e do Mal, conduzida pelos deuses  Ormuzd e  Ahriman. Mas este conflito não  era para continuar
para sempre; de acordo com o Zoroastrismo, a história não era sem fim mas finita  e   de fato   dualística, dividida entre   o   tempo   presente   da escuridão e os períodos em relação ao cataclismo escatológico, quando o Bem finalmente aniquilaria o Mal e o justo receberia sua recompensa em um tempo de   eterna felicidade. O pessimismo profundo do Zoroastrismo sobre a história presente foi então respondido por seu
otimismo   escatológico   sobre uma eternidade futura. Como   a sorte política de   Israel   desapareceu  e   como as ideias do   Zoroastrismo tomaram terreno, o Judaísmo mudou o foco de  sua esperança religiosa
de uma arena nacional e histórica para uma escatológica e cósmica de salvação   política em um tempo   futuro   a uma sobrevivência natural eterna após a morte. Esta mudança radical  pode  ser vista nas últimas
adoções do  Judaísmo  de  noções como a queda de  Adão do paraíso  no início dos tempos, os trabalhos de Satanás e outros demônios no tempo presente,  e  o julgamento final e  a ressurreição  no final da história--todos estes incorporados pelo Cristianismo e transformados em dogmas. Mas  o sinal mais claro dessa absorção das ideias persas pode ser encontrado nas visões escatológicas da história que veio  à tona na literatura apocalíptica durante os dois séculos antes que   Jesus começasse a pregar. Um desses trabalhos apocalípticos foi  o  livro de Daniel, escrito por volta de  165 a.C. durante a revolta dos Macabeus contra a opressiva dinastia Seleucid. O tirânico rei Antiochus IV, que governou a palestina da Síria (175-103 a.C.)  e a subjugou, tinha se encarregado   de   impor a cultura e a religião   Helenística sobre os assuntos judeus. Ele depôs o legítimo sumo sacerdote, proibiu ritual de sacrifício  e circuncisão, saqueou os tesouros do   templo, e   o mais chocante de tudo, estabeleceu a "Abominação  da Desolação" (Daniel 11:31), um altar ao deus do Olimpo, Zeus, dentro do recinto do templo.O  Livro  de  Daniel  foi escrito por um autor anônimo  no segundo século a.C.; mas de  uma maneira típica das obras apocalípticas, o livro  passa como se tivesse sido   escrito quatro   séculos antes por um profeta chamado  Daniel   e   fingiu prever eventos catastróficos que  na verdade estavam acontecendo  durante  o  período da vida do próprio escritor.  O trabalho interpretou esses eventos como   "infortúnios escatológicos", um tempo  de "sofrimentos e problemas" qual  nunca houve desde que houve  nação  até  àquele  tempo" (12.1). De  acordo com  o  plano secreto de Deus, estes infortúnios marcaram a etapa final  antes da destruição
do mundo antigo e seu Deus e o triunfo final da justiça divina". (Winston Wu. Refutando Argumentos de Cristãos Fundamentalistas  e Evangelistas)


Como você pode ver, o Judaísmo tomou emprestado do Zoroastrismo a noção de "céu"
e "inferno", mais  a elaboração do estudo de anjos  e demônios.  Após  os  judeus terem sido
repatriados, tais conceitos,  que eram desconhecidos antes do exílio,  se tornaram uma crença
amplamente difundida entre os judeus.

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