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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Evangelhos apócrifos

Denominam-se  evangelhos canônicos aqueles que a Igreja reconheceu como os que transmitiram com autenticidade a tradição apostólica e foram inspirados por Deus. São quatro e somente quatro: Mateus, Marcos, Lucas e  João. Assim o propôs expressamente  Santo Irineu de Lyon no final do séc. II (Adversus Haereses, 3.11.8-9), e assim o manteve sempre a Igreja, propondo-o finalmente como dogma de fé ao definir o cânon das Sagradas Escrituras no Concílio de Trento (1545-1563).  
 A composição destes evangelhos tem suas raízes naquilo que os apóstolos viram e ouviram quando estavam com Jesus e nas aparições que tiveram d´Ele depois da ressurreição dos mortos. Logo depois os apóstolos, seguindo o mandamento do Senhor, pregaram a boa nova (o evangelho) sobre Ele e a salvação que traz para todos os homens e foram formando comunidades cristãs na Palestina e outros lugares (Antioquia, cidades de Ásia Menor, Roma, etc.). Nestas comunidades as tradições foram tomando a forma de relatos ou de ensinamentos sobre Jesus, sempre sob a custodia dos apóstolos que foram as testemunhas. Num terceiro momento essas tradições foram colocadas por escrito como uma narração da biografia do Senhor.

Desta forma surgiram os evangelhos para uso das comunidades a que estavam destinados. O primeiro a aparecer foi o de Marcos ou uma edição do de Mateus em hebraico ou aramaico, mais breve que a atual; os outros três imitaram esse gênero literário. Nesse labor, cada evangelista escolheu algumas coisas, das muitas que eram transmitidas, sintetizou outras e apresentou-as tendo em conta a condição dos leitores imediatos. Sabemos que os quatro tiveram a garantia apostólica  pelo fato de que foram recebidos e transmitidos como escritos pelos mesmos apóstolos ou pelos discípulos diretos deles: Marcos de São Pedro, Lucas de São Paulo.


Os evangelhos apócrifos são aqueles que a Igreja não aceitou como autêntica tradição apostólica, ainda que normalmente fossem apresentados com o nome de algum apóstolo. Começaram a circular rapidamente, pois são citados na segunda metade do séc.II, mas  não gozavam da garantia apostólica como os quatro que tinham sido reconhecidos e, além do mais, muitos deles continham doutrinas que não estavam conformes com os ensinamentos apostólicos.


Entre as informações dos Santos Padres, considerando aqueles que foram conservados pela piedade cristã e os que eram atestados de uma ou outra maneira em papiros, o número dos "evangelhos apócrifos" conhecidos é algo superior a cinqüenta.

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