EXÚ - oxirá dos caminhos/ príncipio e fim.
Oxalá
então permitiria que Exú a partir de então recebesse todas as oferendas
e sacrifícios em primeiro lugar. A Importância de Exú é
fundamental,
uma vez que ele possui o privilégio de receber todas as oferendas e
obrigações em primeiro lugar, nenhuma obrigação deve ser feita sem
primeiro saudar a Exú.
É o dono de todas as encruzilhadas e caminhos, é o homem da rua, quem guarda a porta e o portão de nossas casas, quem tranca, destranca e movimenta os mercados, os negócios, etc. Exú também nos confirma tudo no jogo de IFÁ (Búzios).
Ogum
lutava sem cessar contra os reinos vizinhos. Ele trazia sempre um rico
espólio em suas expedições, além de numerosos escravos. Todos estes bens
conquistados, ele entregava a Odúduá, seu pai, rei de Ifé.
Ogum continuou suas guerras. Durante uma delas, ele tomou Irê. Antigamente, esta cidade era formada por sete aldeias. Por isto chamam-no, ainda hoje, Ogum mejejê lodê Irê - "Ogum das sete partes de Irê".
Ogum matou o rei, Onirê e o substituiu pelo próprio filho, conservando para si o título de Rei. Ele é saudado como Ogum Onirê! - "Ogum Rei de Irê!"
Entretanto, ele foi autorizado a usar apenas uma pequena coroa, "akorô". Daí ser chamado, também, de Ogum Alakorô - "Ogum dono da pequena coroa".
Após instalar seu filho no trono de Irê, Ogum voltou a guerrear por muitos anos. Quando voltou a Irê, após longa ausência, ele não reconheceu o lugar. Por infelicidade, no dia de sua chegada, celebrava-se uma cerimônia, na qual todo mundo devia guardar silêncio completo. Ogum tinha fome e sede.
Ele viu as jarras de vinho de palma, mas não sabia que elas estavam vazias. O silêncio geral pareceu-lhe sinal de desprezo. Ogum, cuja paciência é curta, encolerizou-se. Quebrou as jarras com golpes de espada e cortou a cabeça das pessoas. A cerimônia tendo acabado, apareceu, finalmente, o filho de Ogum e ofereceu-lhe seus pratos prediletos: caracóis e feijão, regados com dendê, tudo acompanhado de muito vinho de palma.
Ogum, arrependido e calmo, lamentou seus atos de violência, e disse que já vivera bastante, que viera agora o tempo de repousar. Ele baixou, então, sua espada e desapareceu sob a terra. Ogum tornara-se um Orixá.
Ogum continuou suas guerras. Durante uma delas, ele tomou Irê. Antigamente, esta cidade era formada por sete aldeias. Por isto chamam-no, ainda hoje, Ogum mejejê lodê Irê - "Ogum das sete partes de Irê".
Ogum matou o rei, Onirê e o substituiu pelo próprio filho, conservando para si o título de Rei. Ele é saudado como Ogum Onirê! - "Ogum Rei de Irê!"
Entretanto, ele foi autorizado a usar apenas uma pequena coroa, "akorô". Daí ser chamado, também, de Ogum Alakorô - "Ogum dono da pequena coroa".
Após instalar seu filho no trono de Irê, Ogum voltou a guerrear por muitos anos. Quando voltou a Irê, após longa ausência, ele não reconheceu o lugar. Por infelicidade, no dia de sua chegada, celebrava-se uma cerimônia, na qual todo mundo devia guardar silêncio completo. Ogum tinha fome e sede.
Ele viu as jarras de vinho de palma, mas não sabia que elas estavam vazias. O silêncio geral pareceu-lhe sinal de desprezo. Ogum, cuja paciência é curta, encolerizou-se. Quebrou as jarras com golpes de espada e cortou a cabeça das pessoas. A cerimônia tendo acabado, apareceu, finalmente, o filho de Ogum e ofereceu-lhe seus pratos prediletos: caracóis e feijão, regados com dendê, tudo acompanhado de muito vinho de palma.
Ogum, arrependido e calmo, lamentou seus atos de violência, e disse que já vivera bastante, que viera agora o tempo de repousar. Ele baixou, então, sua espada e desapareceu sob a terra. Ogum tornara-se um Orixá.
OXÓSSI- orixá da Caça e da Fartura !!!
Em tempos distantes, Odùdùwa, Rei de Ifé, diante do seu Palácio Real, chefiava o seu povo na festa da colheita dos inhames. Naquele ano a colheita havia sido farta, e todos em homenagem, deram uma grande festa comemorando o acontecido, comendo inhame e bebendo vinho de palma em grande fartura.
De
repente, um grande pássaro, (èlèye), pousou sobre o Palácio, lançando
os seus gritos malignos, e lançando fardas de fogo, com intenção de
destruir tudo que por ali existia, pelo fato de não terem oferecido uma
parte da colheita as feiticeiras Ìyamì Òsóróngà. Todos se encheram de
pavor, prevendo desgraças e catástrofes.
Ainda foi, convidado para grande façanha de matar o pássaro, das distantes terras de Idô, Osotogum, o guardião das 20 flechas. Fanfarrão, apesar da sua grande fama e destreza, atirou em vão 20 flechas, contra o pássaro encantado e nada aconteceu. Por fim, todos já sem esperança, resolveram convocar da cidade de Ireman, Òsotokànsosó, caçador de apenas uma flecha.
Sua mãe Iemanjá, sabia que as èlèye viviam em cólera, e nada poderia ser feito para apaziguar sua fúria a não ser uma oferenda, uma vez que três dos melhores caçadores falharam em suas tentativas. Iemanjá foi consultar Ifá para Òsotokànsosó.
Os Babalaôs disseram para Iemanjá preparar oferendas com ekùjébú (grão muito duro), também um frango òpìpì (frango com as plumas crespas) , èkó (massa de milho envolta em folhas de bananeira), seis kauris (búzios). Iemanjá fez então assim, pediram ainda que, oferecesse colocando sobre o peito de um pássaro sacrificado em intenção e que oferecesse em uma estrada, e durante a oferenda recitasse o seguinte: "Que o peito da ave receba esta oferenda".
Neste exato momento, o seu filho disparava sua única flecha em direção ao pássaro, esse abriu sua guarda recebendo a oferenda ofertada por Iemanjá, recebendo também a flecha certeira e mortal de Òsotokànsosó. Todos após tal ato, começaram a dançar e gritar de alegria: "Oxósse! Oxósse!" (caçador do povo). A partir desse dia todos conheceram o maior guerreiro de todas as terras, foi referenciado com honras e carrega seu título até hoje. Oxósse.
OSSÃE — Orixá das Folhas e das Matas !!!
Como Ossãe recebeu de Orunmilá o nome das plantas.
Ifá
foi consultado por Orunmilá que estava partindo da terra para o céu e
que estava indo apanhar todas as folhas. Quando Orunmilá chegou ao céu
Olódùmaré disse, eis todas as folhas que queria pegar o que fará com
elas ? Òrùnmílá respondeu que iria usá-las para beneficio dos seres
humanos da Terra.
Todas as folhas que Òrunmílá estava pegando, Orunmilá carregaria para a Terra. Quando chegou à pedra Àgbàsaláààrin ayé lòrun (pedra que se encontra no meio do caminho entre o céu e a terra) então Orunmilá encontrou Ossãe e perguntou:
— Ossãe onde vai?
Ossãe disse;
__ "Vou ao céu, vou buscar folhas e remédios".
Orunmilá disse que já havia ido buscar folhas no céu para benefício dos seres humanos da terra. Disse, olhe todas essas folhas, Ossãe pode apenas arrebatar todas as folhas. Ele poderia fazer remédios (feitiços) com elas porém não conhecia seus nomes.
Foi Orunmilá quem deu nome a todas as folhas. Assim Orunmilá nomeou todas as folhas naquele dia. Ele disse, você Ossãe carregue todas as folhas para a terra, volte, e iremos para terra juntos. Foi assim que Orunmilá entregou todas as folhas para Ossãe naquele dia. Foi ele quem ensinou a Ossãe o nome das folhas apanhadas.
Olodumaré deu a Ossãe todo o poder das folhas, o qual ele guardava em uma cabaça pendurada em um galho de árvore.
Um dia Xangô se queixou a sua mulher Oyá (Iansã), deusa dos ventos, que só Ossãe conhecia o segredo de cada uma das folhas e que os demais Orixás estavam no mundo sem possuir nenhuma planta. Oyá levantou sua saia e agitou-a, um vento violento começou a soprar e derrubou a cabaça de Ossãeno chão quebrando-a.
Ossãe, ao perceber o que aconteceu, gritou – Ewéo! (Oh! As folhas! As Folhas!) Eu Eu o, mas não pôde impedir que os demais Orixás pegassem as folhas e as dividisse entre eles, mas os Orixás não tinham o conhecimento das ervas e até hoje precisam de Ossãe para usá-las em seus rituais, ficando seu Segredo a salvo.
OXUMARÊ — Orixá do arco-íris !!!
Certa vez, Xangô viu Oxumarê passar, com todas as cores de seu traje e todo o brilho de seu ouro. Xangô conhecia a fama de Oxumarê não deixar ninguém dele se aproximar. Preparou então uma armadilha para capturar Oxumarê.
Mandou
uma audiência em seu palácio e, quando Oxumarê entrou na sala do trono,
os soldados chamaram para a presença de Xangô e fecharam todas as
janelas e portas, aprisionando Oxumarê junto com Xangô.
Oxumarê ficou desesperado e tentou fugir, mas todas as saídas estavam trancadas pelo lado de fora.
Xangô
tentava tomar Oxumarê nos braços e Oxumarê escapava, correndo de um
canto para outro. Não vendo como se livrar, Oxumarê pediu a Olorum e
Olorum ouviu sua súplica. No momento em que Xangô imobilizava Oxumarê, Oxumarê foi transformado numa cobra, que Xangô largou com nojo e medo.
A
cobra deslizou pelo chão em movimentos rápidos e sinuosos. Havia uma
pequena fresta entre a porta e o chão da sala e foi por ali que escapou a
cobra, foi por ali que escapou Oxumarê.
Assim livrou-se Oxumarê
do assédio de Xangô. Quando Oxumarê e Xangô foram feitos orixás, Oxumarê
foi encarregado de levar água da Terra para o palácio de Xangô no Orum
(céu), mas Xangô não pôde nunca aproximar-se de Oxumarê.
OBALUAIYÊ - orixá da cura, continuidade e da existência !!!
Chegando
de viagem à aldeia onde nascera, Obaluaiê viu que estava acontecendo
uma festa com a presença de todos os orixás. Obaluaiê não podia entrar
na festa, devido à sua medonha aparência. Então ficou espreitando pelas
frestas do terreiro.
Ogum,
ao perceber a angústia do Orixá, cobriu-o com uma roupa de palha, com
um capuz que ocultava seu rosto doente, e convidou-o a entrar e
aproveitar a alegria dos festejos. Apesar de envergonhado, Obaluaiê
entrou, mas ninguém se aproximava dele.
Iansã tudo acompanhava com o rabo do olho. Ela compreendia a triste situação de Obaluaiê e dele se compadecia. Iansã esperou que ele estivesse bem no centro do barracão. O xirê (festa, dança, brincadeira) estava animado. Os orixás dançavam alegremente com suas equedes.
Iansã chegou então bem perto dele e soprou suas roupas de palha com seu vento. Nesse momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluaiê pularam para o alto, transformadas numa chuva de pipocas, que se espalharam brancas pelo barracão. Obaluaiê, o deus das doenças, transformara-se num jovem belo e encantador.
Obaluaiê
e Iansã Igbalé tornaram-se grandes amigos e reinaram juntos sobre o
mundo dos espíritos dos mortos, partilhando o poder único de abrir e
interromper as demandas dos mortos sobre os homens.
XANGÔ — Orixá dos Raios e Trovões !!!
Odùdùa, um guerreiro que vinha de uma cidade do Leste, invadiu com seu exército a capital do povo chamado Ifé. Esta cidade depois se chamou Ifé, quando Odùdùa se tornou seu governante.
Odùdùa tinha um filho chamado Acambi e Acambi teve sete filhos e seus filhos ou netos foram reis de cidades importantes. A primeira filha deu-lhe um neto que governou Egbá, a segunda foi mãe do Alaketo, o rei de Keto, o terceiro filho foi coroado rei da cidade de Benim, o quarto foi Orungã, que veio a ser rei de Ilê Ifé, o quinto filho foi soberano de Xabes, o sexto, rei de Popôs, e o sétimo foi Oraniã, que foi rei de Oyó.
Esses
príncipes eram vassalos do rei de Ilê Ifé, que então se transformou no
centro de um grande império, cujo nome era Oyó. Odùdùa era o grande rei
de Oyó. Ele unificou as mais importantes cidades daquela região, mais
tarde conhecida como sendo a terra dos yorubás. Em cada cidade ele pôs
no trono um parente seu.
Ele foi o grande soberano dos reinos yorubás. Ele foi chamado o primeiro Alafim, o rei de Oyó. Quando Odùdùa morreu, os príncipes fizeram a partilha dos bens do rei entre si e Acambi ficou como regente do império até sua morte, nunca tendo sido, contudo, coroado rei do império. Nunca lhe foi atribuído o título de Alafim.
Com a morte de Acambi, foi feito rei Oraniã, o mais jovem dos príncipes do império, que tinha se tornado um homem rico e poderoso. A ancestral Ilé Ifé era a capital dessa vasta região conhecida como Oyó. O Alafim Oraniã foi um grande conquistador e solidificou o poderio de Oyó.
Um dia Oraniã levou seus exércitos para combater o povo que habitava uma região a leste de seu império. Era uma guerra muito difícil, mas, antes de ganhar a guerra, o oráculo o aconselhou a estacionar com os seus homens, pois ali ele haveria de muito prosperar. Assim foi feito e aquele acampamento a leste de Ilé Ifé tornou-se uma cidade poderosa.
Essa próspera povoação foi chamada cidade de Oyó e veio a ser a grande capital do império fundado por Odùdùa. Com a morte de Oraniã, seu filho Ajacá foi coroado terceiro Alafim de Oyó. Ajacá, que tinha o apelido de Dadá por causa de seu cabelo encaracolado, era um homem pacato e sensível, com pouca habilidade e nenhum tino para governar.
Dadá-Ajacá tinha um irmão que fora criado na terra dos nupes, um povo vizinho dos yorubás, filho de Oraniã com a princesa Iamassê, embora haja quem diga que a mãe dele foi Torossi, filha de Elempê, o rei dos nupes, também chamados tapas. Esse filho de Oraniã era Xangô, grande guerreiro, que fundara uma pequena cidade chamada Cossô, nas cercanias da capital Oyó.
Xangô, que era o rei de Cossô, uma cidade tributária de Oyó, um dia destronou o irmão Ajacá-Dadá, e o exilou como rei de uma pequena cidade, onde usava uma pequena coroa de búzios, chamada coroa de Baiani. Xangô foi assim coroado o quarto Alafim de Oyó, governando o império de Odùdùa e Oraniã por sete anos.
Quando Xangô morreu, e dizem que foi obrigado a se enforcar num momento de crise de seu império, seus ministros procuraram seu corpo e não encontraram. Compreenderam então que ele tinha entrado para o Orum e instituíram seu culto. Xangô havia se transformado em Orixá.
IANSÃ — Orixá dos Ventos e da Tempestade !!!
Oxaguiam (Oxalá novo e guerreiro) estava em guerra, mas a guerra não acabava nunca, tão poucas eram as armas para guerrear. Ogum fazia as armas, mas fazia lentamente.
Oxaguiam
pediu a seu amigo Ogum urgência, Mas o ferreiro já fazia o possível. O
ferro era muito demorado para se forjar e cada ferramenta nova tardava
como o tempo. Tanto reclamou Oxaguiam que Oyá, esposa do ferreiro,
resolveu ajudar Ogum a apressar a fabricação.
Oyá se pôs a soprar o fogo da forja de Ogum e seu sopro avivava intensamente o fogo e o fogo aumentado derretia o ferro mais rapidamente. Logo Ogum pode fazer muitas armas e com as armas Oxaguiam venceu a guerra.
Oxaguiam veio então agradecer Ogum. E na casa de Ogum enamorou-se de Oyá. Um dia fugiram Oxaguiam e Oyá, deixando Ogum enfurecido e sua forja fria. Quando mais tarde Oxaguiam voltou à guerra e quando precisou de armas muito urgentemente, Oyá teve que voltar a avivar a forja.
E lá da casa de Oxaguiam, onde vivia, Oyá soprava em direção à forja de Ogum. E seu sopro atravessava toda a terra que separava a cidade de Oxaguiam da de Ogum. E seu sopro cruzava os ares e arrastava consigo pó, folhas e tudo o mais pelo caminho, até chegar às chamas com furor. E o povo se acostumou com o sopro de Oyá cruzando os ares e logo o chamou de vento.
E quanto mais a guerra era terrível e mais urgia a fabricação das armas, mais forte soprava Oyá a forja de Ogum. Tão forte que às vezes destruía tudo no caminho, levando casas, arrancando árvores, arrasando cidades e aldeias. O povo reconhecia o sopro destrutivo de Oyá e o povo chamava a isso tempestade.
LOGUM EDÉ — O Orixá da Mágia e da Boa Sorte
Estava Oxósse o rei da caça a caminhar por um lindo bosque em companhia de sua amada esposa Oxum, dona da beleza da riqueza e portadora dos segredos da maternidade.
Quando de seu passeio, foi avistado por Oxum um lindo menino que estava a beira do caminho a chorar, encontrando-se perdido. Oxum de pronto agrado, acolheu e amparou o garoto, onde surgiu nesse exato momento uma grande identificação, entre ele, Oxum e Oxósse.
Durante
muitos anos Oxum e Oxósse, cuidaram e protegeram-lhe, sendo que, Oxum
procurou durante todo esse tempo a mãe do menino, porém sem sucesso,
resolveu tê-lo como próprio filho. O tempo foi passando e Oxósse, vestiu
o menino com roupas de caça e ornamentou-o com pele de animais,
proveniente de suas caçadas.
Ensinou a arte da caça, de como manejar e empunhar o arco e a flecha, ensinou os princípios da confraternidade para com as pessoas e o dom do plantio e da colheita, ensinou a ser audaz e a ter paciência, a arte e a leveza, a astúcia e a destreza, provenientes de um verdadeiro caçador.
Oxum por sua fez, ensinou ao garoto o dom da beleza, o dom da elegância e da vaidade, ensinou a arte da feitiçaria, o poder da sedução, a viver e sobreviver sobre o mundo das águas doces, ensinou seus segredos e mistérios. Foi batizado por sua mãe e por seu pai de Lógún Edé, o princípe das matas e o caçador sobre as águas.
Viveu durante anos sobre a proteção de pai e mãe, tornando-se um só, aprendendo a ser homem, justo e bondoso, herdando a riqueza de Oxum e a fartura de Oxósse, adquirindo princípios de um e de outro, tornando-se herdeiro até nos dias de hoje de tudo que seu pai Oxósse carrega e sua mãe Oxum leva. Esse é Lógún Edé.
OXUM
Logo
que todos os Orixás chegaram à terra, organizavam reuniões das quais
mulheres não podiam participar. Oxum, revoltada por não poder participar
das reuniões e das deliberações, resolve mostrar seu poder e sua
importância tornando estéreis todas as mulheres, secando as fontes,
tornando assim a terra improdutiva.
Olodumaré
foi procurado pelos Orixás que lhe explicaram que tudo ia mal na terra,
apesar de tudo que faziam e deliberavam nas reuniões. Olodumaré
perguntou a eles se Oxum participava das reuniões, foi quando os Orixás
lhe disseram que não. Explicou-lhes então, que sem a presença de Oxum e
do seu poder sobre a fecundidade, nada iria dar certo.
IEMANJÁ
Iemanjá
era filha de Olokum, deus (em Benim) ou deusa (em Ifé) do mar. Iemanjá
foi casada com Orumila, deus da adivinhação mais tarde casou dom Olofin,
Rei de Ifé, com que teve dez filhos, que correspondem a Orixás.
Iemanjá
foge em direção a oeste, pois se cansara de Ifé. Olokum lhe dera uma
garrafa contendo um preparado para usar se precisasse, ela deveria
quebrar somente em caso de extremo perigo.
Iemanjá
foi viver no entardecer da terra, o oeste Olofin Odùduà, Rei de Ifé,
põe todo o seu exército a procura de sua mulher. Iemanjá cercada resolve
quebrar a garrafa conforme lhe foi dito. No mesmo instante criou-se um
rio levando Iemanjá para Okun, o oceano, lugar onde vive Olokun.
Por isso Iemanjá é representada na imagem com grandes seios, simbolizando a maternidade e a fecundidade.
OBÁ — Orixá guerreira e das águas revoltas !!!
Obá vivia em companhia de Oxum e Oyá
(Iansã), no reino de Oyó, como uma das esposas de Xangô, dividindo a
preferência do reverenciado Rei entre as duas Iyabas (Orixás femininos).
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Obà
percebia o grande apreço que Xangô tinha por Oxum, que mimosa e
dengosa, atendia sempre a todas as preferencias do Rei, sempre servindo e
agradando aos seus pedidos. Obà resolveu então, perguntar para Oxum
qual era o grande segredo que ela tinha, para que levasse a preferencia
do amor de Xangô, vez que Oyá, andava sempre com o Rei em batalhas e
conquistas de reinados e terras, pelo seu gênio guerreiro e corajoso e
Obà era sempre desprezada e deixada por último na lista das esposas de
Xangô.
Oxum então, matreira e
esperta, falou que seu segredo era em como preparar o amalá de Xangô
principal comida do Rei, que lhe servia sempre que deseja-se bons
momentos ao lado do patrono da justiça. Obà, como uma menina ingênua,
escutou e registrou todos os ingredientes que Oxum falava e que eram de
extrema importância para a realização de tal culinária, sendo que por
fim Oxum, falou que além de tudo isso, tinha cortado e colocado uma de
suas orelhas na mistura do amalá para enfeitiçar Xangô. Obà agradeceu a sinceridade de Oxum e saiu para fazer um amalá em louvor ao Rei, enquanto Oxum, ria da ingenuidade de Obà que, sempre atenta a tudo, não percebeu que Oxum mentira, pois ela encontrava-se com suas duas orelhas, e falará isso somente para debochar de Obà. Obà em grande sinal de amor pelo seu Rei, preparou um grande amalá, e por fim cortou uma de suas orelhas colocando na mistura e oferecendo à Xangô como gesto de seu sublime amor.
Xangô ao receber a comida, percebeu a orelha de Obà na mistura, e bravejou e gritou, e expulsou Obà do reino de Oyó, sem por fim nem explicação considerar. Obà triste e desiludida, fugiu para bem longe e nunca mais voltou aos domínios de Xangô, tendo hoje em dia, como sua arqui-rival em todos os candomblés do Brasil e do mundo, e até hoje quando manifestadas em seus iaôs elas dançam simbolizando uma luta.
EWÁ — Orixá dos horizontes e fontes!
Conta-se uma lenda, que Ewá era esposa de Omulu, e era estéril, não podendo conceder um filho ao seu grande amado, sofrendo muito por isso.
Em uma bela tarde, a dona dos horizontes, estava-se a deleitar as
margens de um rio, juntamente com suas serviçais que lavavam vários alás
(panos brancos). De repente, surge de dentro da floresta a figura de
uma pessoa, que corria muito e muito assustado.
- Como ousas interromper o deleite da mulher de Omulu, quem é você ? indagou Ewá, sobre a irreverência do rapaz.
-
Ewa ! não era minha intenção interromper tão sagrado ato, oh! esposa de
Obaluaiê! Porém Ikú (a morte), persegue-me a vários dias e preciso
escapar dela, pois tenho ainda um grande destino a seguir. Peço sua
ajuda Ewá, peço que me escondas para que Ikú não me pegue ?!
-
Gostei de você e vou ajuda-lo, esconda-se sobre os alás que minhas
serviçais estão a lavar, e eu despistarei Ikú de seu caminho.
E assim foi feito, o jovem rapaz pôs a se esconder sobre os panos brancos.
Alguns minutos se passaram, e eis que aparece Ikú. A morte !
- Sou Ikú, e entro onde as pessoas menos esperam, entro e carrego comigo, dezenas, centenas e até milhares de pessoas ! Porém hoje estou a procurar um jovem rapaz, que esta a me escapar a dias, você o viu passar por aqui ? Perguntou Ikú para Ewá.
- Eu o vi sim Ikú, ele foi naquela direção. - Ewa apontava para um direção totalmente oposta ao das suas aldeãs, que estavam a esconder o jovem rapaz. Ikú agradeceu e seguiu pelo caminho indicado. Sendo assim, o rapaz pode se desfazer de seu esconderijo e agradeceu Ewá.
- Ewa, agradeço sua ajuda, terei tempo agora, de prosseguir meu caminho. Sou um grande adivinho, e em sinal de minha gratidão, apartir de hoje presenteio-lhe com o dom da adivinhação. Ewa, agradeceu o presente dado pelo rapaz, que já havia se virado para ir embora, quando retornou e falou a Ewá.
- Sim eu sei, você não pode ter filhos, pois lhe dou isso também, apartir de hoje poderá ter filhos e alegrar ao seu marido.
Então Ewá, agradeceu novamente muito contente e perguntou ao jovem rapaz.
- Qual é seu nome ?
E o rapaz respondeu...
- Meu nome é Ifá !
NANÃ - Orixá da Terra - Princípio de Nossa Existência !!!
Tentou
fazer o homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o homem logo se
desvaneceu. Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. De pedra,
mas ainda a tentativa foi pior. Fez de fogo e o homem se consumiu.
Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada.
Foi então que Nanã veio em seu socorro e deu a Oxalá a lama, o barro do fundo da lagoa onde morava ela, a lama sob as águas, que é Nanã. Oxalá criou o homem, o modelou no barro. Com o sopro de Olorum ele caminhou. Com a ajuda dos Orixás povoou a Terra.
Mas tem um dia que o homem tem que morrer. O seu corpo tem que voltar à terra, voltar à natureza de Nanã.
Nanã deu a matéria no começo mas quer de volta no final tudo o que é seu.
IBEJI
Iansã
e Xangô tiveram dois filhos gêmeos. Só que, quando eles ainda eram
pequenos, houve uma epidemia que matou muitas crianças do povo, e um dos
gêmeos morreu.
Os
pais ficaram desesperados e Iansã, como é amiga dos Eguns, resolveu
pedir sua ajuda. Esculpiu um boneco de madeira igual ao filho que havia
morrido, vestiu-o e enfeitou-o como se fosse para uma festa e colocou-o
no lugar de honra da casa.
Todos
os dias ela colocava uma oferenda aos pés da imagem e conversava com
ela como se fosse seu filho vivo. Comovidos com seu amor pela criança,
os Orixás fizeram a estátua viver e Iansã voltou a ter seus dois filhos.
OXALÁ
Olodumaré
entregou a Oxalá o saco da criação para que ele criasse o mundo. Porém
essa missão não lhe dava o direito de deixar de cumprir algumas
obrigações para outros Orixás e Exu, aos quais ele deveria fazer alguns
sacrifícios e oferendas.
Oxalá
pôs a caminho apoiado em um grande cajado, o Paxorô. No momento em que
deveria ultrapassar a porta do além, encontrou-se com Exu que,
descontente porque Oxalá se negara a fazer suas oferendas, resolveu
vingar-se provocando em Oxalá uma sede intensa. Oxalá não teve outro
recurso senão o de furar a casca de um tronco de um dendezeiro para
saciar a sua sede.
Era
o vinho de palma o qual Oxalá bebeu intensamente, ficou bêbado, não
sabia onde estava e caiu adormecido. Apareceu então Olófin Odùduà que
vendo o grande Orixá adormecido roubou-lhe o saco da criação e em
seguida foi a procura de Olodumaré, para mostrar o que teria achado e
contar em que estado Oxalá se encontrava.
Olodumaré
disse então que “se ele esta neste estado vá você a Odùduà, vá você
criar o mundo”. Odùduà foi então em busca da criação e encontrou um
universo de água, e aí deixou cair do saco o que estava dentro, era
terra. Formou-se então um montinho que ultrapassou a superfície das
águas.
Então
ele colocou a galinha cujos pés tinham cinco garras. Ela começou a
arranhar e a espalhar a terra sobre a superfície da água, onde ciscava
cobria a água, e a terra foi alargando cada vez mais, o que em Ioruba se
diz IlE`nfê expressão que deu origem ao nome da cidade Ilê Ifê.
Odùduà ali se estabeleceu, seguido pelos outros Orixás e tornou-se assim rei da terra.
Quando
Oxalá acordou, não encontrou mais o saco da criação. Despeitado,
procurou Olodumaré, que por sua vez proibiu, como castigo a Oxalá e toda
sua família, de beber vinho de palma e de usar azeite de dendê. Mas
como consolo lhe deu a tarefa de modelar no barro o corpo dos seres
humanos nos quais ele, Olodumaré insuflaria a vida.
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