#ADM Cerberus
Afrodite (em grego antigo: Ἀφροδίτ, transl. Aphrodítē) é a deusa do
amor, da beleza e da sexualidade na mitologia grega. Sua equivalente
romana é a deusa Vênus. Historicamente, seu culto na Grécia Antiga foi
importado, ou ao menos influenciado, pelo culto de Astarte, na Fenícia.
De acordo com a Teogonia, de Hesíodo, ela nasceu quando Cronos cortou os
órgãos genitais de Urano e arremessou-os no mar; da espuma (aphros)
surgida ergueu-se Afrodite.
Por sua beleza, os outros deuses temiam que o ciúme pusesse um fim à paz
que reinava entre eles, dando início a uma guerra; por este motivo
Deusa casou com Hefesto, que não era visto como uma ameaça. Afrodite
teve diversos amantes, tanto deuses como Ares quanto mortais como
Anquises. A deusa também foi de importância crucial para a lenda de Eros
e Psiquê, e foi descrita, em relatos posteriores de seu mito, tanto
como amante de Adônis quanto sua mãe adotiva. Diversos outros
personagens da mitologia grega foram descritos como seus filhos.
Afrodite recebe os nomes de Citere ou Citereia (Cytherea) e Cípria
(Cypris) por dois locais onde seu culto era célebre na Antiguidade,
Citera e Chipre - ambos os quais alegavam ser o local de nascimento
dela. A murta, pardais, pombos, cavalos e cisnes eram considerados
sagrados para ela. Os gregos também a identificavam com a deusa egípcia
Hátor. Afrodite ainda recebia muitos outros nomes locais, como Acidália e
Cerigo, utilizadas em regiões específicas da Grécia. Cada uma recebia
um culto ligeiramente diferente, porém os gregos reconheciam a
semelhança geral entre todos como sendo a única Afrodite. Já os
filósofos áticos do século IV a.C. viam de maneira separada a Afrodite
Celestial (Afrodite Urânia) e seus princípios transcendentes e a
Afrodite comum, do povo (Afrodite Pandemos).
Possuía um cinturão, onde estavam todos os seus atrativos, que, certa
vez, a deusa Hera, durante a Guerra de Tróia, pediu emprestado para
encantar Zeus e favorecer os gregos.
Nascimento
O Nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli, c. 1485.
Afrodite, segundo algumas versões de seu mito, teria nascido perto de
Pafos, na ilha de Chipre, motivo pelo qual ela é chamada de "Cípria",
especialmente nas obras poéticas de Safo. Seu principal centro de culto
era exatamente em Pafos, onde uma deusa do desejo havia sido cultuada
desde o início da Idade do Ferro na forma de Ishtar e Astarte. Outras
versões do mito, no entanto, afirmam que a deusa teria nascido próximo à
ilha de Citera (atual Kythira), pelo qual também recebia o nome de
"Citereia". A ilha era um entreposto comercial e cultural entre Creta e o
Peloponeso, portanto estas histórias podem ter preservado traços da
migração do culto de Afrodite do Levante até a Grécia continental.
Na versão mais famosa do mito, seu nascimento teria sido a consequência
de uma castração: Cronos teria cortado os órgãos genitais de Urano e
arremessado-os para trás, dentro no mar. A espuma surgida da queda dos
genitais na água, que alguns autores identificaram com o esperma do deus
morto, teria dado origem a Afrodite, enquanto as Erínias teriam surgido
a partir de suas gotas de sangue. Nas palavras de Hesíodo, "o pênis
(...) aí muito boiou na planície, ao redor branca espuma da imortal
carne ejaculava-se, dela uma virgem criou-se." Esta virgem se tornou
Afrodite, flutuando até as margens sobre uma concha de vieira. Esta
imagem, de uma "Vênus erguendo-se das águas do mar" (Vênus Anadiômene),
já totalmente madura, foi uma das representações mais icônicas de
Afrodite, celebrizada por uma pintura muito admirada de Apeles, já
perdida, porém descrita na História Natural de Plínio, o Velho.
Em outra versão de sua origem, ela seria filha de Zeus e Dione, a
deusa-mãe cujo oráculo situava-se em Dodona. A própria Afrodite é por
vezes referida como "Dione", que parece ter sido uma forma feminina de
"Dios", o genitivo de Zeus em grego, e poderia apenas significar "a
deusa", de maneira genérica. A própria Afrodite seria então uma
equivalente de Réia, a mãe-terra, e que Homero teria deslocado para o
Olimpo. Alguns estudiosos levantaram a hipótese de um panteão
protoindo-europeu, no qual a principal divindade masculina (Di-)
representaria o céu e o trovão, e a principal divindade feminina (forma
feminina de Di-) representaria a terra, ou o solo fértil. Depois que o
culto a Zeus tomou o lugar do oráculo situado no bosque de carvalhos em
Dodona, alguns poetas o teriam transformado em pai de Afrodite. Em
algumas versões do mito, Afrodite seria filha de Zeus e Talassa (o
mar).
Segundo Homero, Afrodite, após entrar em combate para proteger seu
filho, Enéas, teria sido ferida por Diomedes e retornado à sua mãe, sob
cujos joelhos se deitou para ser confortada.
Casamento
Após destronar Cronos, Zeus ficou ressentido, pois, tão grande era o
poder sedutor de Afrodite que ele e os demais deuses estavam brigando o
tempo todo pelos encantos dela, enquanto esta os desprezava a todos,
como se nada fosse. Como vingança e punição, Zeus fê-la casar-se com
Hefesto, (segundo Homero, Afrodite e Hefesto se amavam, mas pela falta
de atenção, Afrodite começou a trair o marido para melhor valorizá-la)
que usou toda sua perícia para cobri-la com as melhores joias do mundo,
inclusive um cinto mágico do mais fino ouro, entrelaçado com filigranas
mágicas. Isso não foi muito sábio de sua parte, uma vez que quando
Afrodite usava esse cinto mágico, ninguém conseguia resistir a seus
encantos.
Relacionamentos e filhos
Alguns de seus filhos são Hermafrodito (com Hermes), Anteros (com Ares, a
versão mais aceita ou com Adônis, versão menos conhecida), Fobos,
Deimos e Harmonia (com Ares), Himeneu, (com Apolo), Príapo (com
Dionísio), Eryx (com Poseidon) e Eneias (com Anquises).
Os diversos filhos de Afrodite mostram seu domínio sobre as mais diversas faces do amor e da paixão humana.
Afrodite sempre amou a alegria e o glamour, e nunca se satisfez em ser a
esposa caseira do trabalhador Hefesto. Afrodite amou e foi amada por
muitos deuses e mortais. Dentre seus amantes mortais, os mais famosos
foram Anquises e Adônis, que também era apaixonado por Perséfone, que
aliás, era sua rival, tanto pela disputa pelo amor de Adônis, tanto no
que se diz respeito de beleza. Vale destacar que a deusa do amor não
admitia que nenhuma outra mulher tivesse uma beleza comparável com a
sua, punindo (somente) mortais que se atrevessem comparar a beleza com a
sua, ou, em certos casos, quem possuísse tal beleza. Exemplos disso é
Psiquê e Andrômeda.
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