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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Guerra Civil Angolana



A guerra civil e a intervenção estrangeira marcaram profundamente a sociedade angolana das últimasdécadas. Em 1975 (após a independência), os três movimentos independentistas angolanos - FNLA (FrenteNacional de Libertação de Angola), UNITA e MPLA - formaram uma frente comum e assinaram, com arepresentação portuguesa, os Acordos de Alvor, que previam a participação de todos eles no Governo dopaís. Devido à existência de rivalidades políticas, não se verificou um entendimento entre as três forçasangolanas. Em março de 1976 registaram-se violentos confrontos entre o MPLA e a FNLA, que marcaramo início de uma guerra longa e sangrenta. As duas organizações procuraram apoios no exterior. A FNLAsimbolizava o anticomunismo contra a expansão da Rússia e o MPLA a luta contra o capitalismo. O MPLApassou a controlar Luanda com o apoio de Cuba e da União Soviética, a FNLA contou com a ajuda doZaire, da China e de alguns países ocidentais, enquanto a UNITA foi auxiliada pela África do Sul e pelosEstados Unidos da América.Entretanto, a UNITA e a FNLA formaram uma frente comum para lutar contrao MPLA, e Portugal foi afastado da condução do processo político de transição de Angola, nãoconseguindo impedir a internacionalização do conflito. Kissinger, o então secretário de estado norte-americano, analisava os acontecimentos em Angola como um prolongamento da Guerra Fria.Em 1984, aFNLA rendeu-se ao Governo, o mesmo não acontecendo com a UNITA, que, liderada por Jonas Savimbi,continuou a sua luta contra o regime de José Eduardo dos Santos.O ano de 1988 trouxe alguma esperançapara o povo angolano. Surgiram então várias iniciativas para a paz. As propostas do Governo não foram, noentanto, do agrado da UNITA, que como resposta intensificou a luta, persistindo na reivindicação deintegrar um Governo de transição com o MPLA como prelúdio para a instituição de um regimemultipartidário e para a realização de eleições livres.
A 24 de junho de 1989, na sequência de uma conferência realizada em Gbadolite (Zaire) onde participaramJosé Eduardo dos Santos, Jonas Savimbi e um conjunto de 18 chefes de Estado africanos, foi acordado umcessar-fogo. Mas este acordo teve interpretações diferentes para as duas partes em conflito. Em agosto,Savimbi anunciou o recomeço das hostilidades. Mais tarde seria a UNITA a apresentar uma série depropostas, entre as quais a criação de uma força de paz para a fiscalização do cessar-fogo e o reinício dasnegociações com o Governo de Luanda.
Depois de sucessivas rondas de negociações, primeiro apenas com a presença de Portugal e mais tarde comobservadores norte-americanos e soviéticos, a 31 de maio de 1991, em Lisboa, e com a presença doprimeiro-ministro português, Aníbal Cavaco Silva, foram formalmente assinados, pelo presidente angolano epelo presidente da UNITA, os Acordos de Paz para Angola (conhecidos por Acordos de Bicesse ). Masmais uma vez, em finais de 1991, a implantação dos acordos estava longe de se considerar satisfatória anível político e militar.
Com o desanuviamento das relações Leste-Oeste e depois de uma guerra sangrenta de dezasseis anos,foram finalmente realizadas eleições livres e multipartidárias em setembro de 1992, com a mediação dasNações Unidas, que fez deslocar para o terreno uma missão de verificação e fiscalização das eleições. OMPLA foi o vencedor oficial. A segunda força política mais votada, a UNITA, recusou-se a aceitar osresultados. Angola voltou a mergulhar na guerra civil até à assinatura do Protocolo de Lusaca (cessar-fogo),em novembro de 1994.Este protocolo iria ser muitas vezes violado em certas zonas, mas sem haver umretorno à guerra civil generalizada. A situação política e militar no país está ainda por normalizar, havendopressões por parte do Conselho de Segurança da ONU sobre a UNITA, no sentido de obrigar estaorganização a proceder ao acantonamento dos seus soldados.
O conflito fez muitos milhares de mortos e cerca de um milhão de refugiados dispersos por várias regiõesdos países vizinhos, ao mesmo tempo que arruinou a economia angolana.

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