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terça-feira, 11 de junho de 2013

Andrômeda




Na mitologia grega, Andrômeda era uma princesa, filha de Cefeu e de Cassiopéia. Foi acorrentada a um rochedo em sacrifício a um monstro enviado por Poseidon e libertada por Perseu, que com ela se casou. Partiu com Perseu para Argos e em seguida para Tirinto, onde tiveram vários filhos: Alceu, Electrião, Estênelo, Gorgófona, Héleio, Mestor e Perses.

Seu nome é um composto de anêr, andros ("homem", "varão") e do verbo médein ("reinar", "cuidar"), ou seja, "a que cuida dos homens", ou "a que reina sobre os homens".

O Mito
Filha de Cefeu, rei da Etiópia e de Cassiopéia, Andrômeda foi vítima de uma ambição desmedida da mãe, que pretendia ser mais bela que todas as nereidas, ou mais bela que a própria deusa Hera, conforme uma versão do mito.

As nereidas (ou Hera), inconformadas e enciumadas, solicitaram a Posseidon que as vingasse da afronta. O deus do mar enviou contra o reino de Cefeu o monstro marinho Ceto, que o devastava por inteiro. Apos ser consultado, o Oráculo de Amon declarou que a Etiópia só se libertaria do flagelo se Andrômeda fosse agrilhoada a um rochedo à beira-mar, como vitima expiatória ao monstro, que a devoraria. Pressionado pelo povo, o rei consentiu que a filha fosse exposta (totalmente nua), "às núpcias da morte".

Exatamente nesse momento, o herói Perseu retornando de sua vitoriosa missão contra a Medusa, chegou ao reino de Cefeu e se apaixonou por Andrômeda. Prometeu ao rei que a salvaria caso este lhe desse a filha em casamento. Feito o pacto, Perseu usando suas armas mágicas, libertou a noiva e a devolveu aos pais aguardando as prometidas núpcias.

Cefeu e Cassiopéia colocaram dificuldades, porque a jovem já fora prometida em casamento a seu tio Fineu, irmão de Cefeu, que planejou eliminar o vencedor do monstro marinho. Descoberta a conspiração, Perseu mostrou a cabeça de Medusa a Fineu e seus cúmplices, transformando-os em estátuas de pedra.

Uma variante do mito mostra o herói em luta não contra Fineu, mas contra Agenor, irmão gêmeo de Belo. É que Agenor, instigado por Cefeu e Cassiopéia, que haviam se arrependido da promessa de dar a filha em casamento ao herói, avançou contra este com duzentos homens armados. Após ter matado vários inimigos e já cansado de lutar, Perseu petrificou os demais com a cabeça da Medusa, inclusive o casal real.

Em uma interpretação efemerista, contada pelo mitógrafo Cônon, do século I a.C., Cefeu seria rei de Lope (nome antigo da Fenícia), e Andrômeda era cortejada por Fênix, epónimo da Fenícia, e por Fineu. Após muito hesitar, o rei decidiu dá-la em casamento a Fênix, mas não querendo desagradar ao irmão, simulou um rapto de Andrômeda. O casamento se consumaria numa ilhota onde as jovens costumavam ser sacrificadas a Afrodite, mas em sua célebre nau chamada Ceto, Fênix raptou a noiva, que ignorando tratar-se de uma encenação destinada a enganar o tio, gritou por socorro. Perseu, que por ali passava, apaixonou-se por ela, invadiu a Ceto, petrificou os marinheiros e levou consigo Andrômeda que se tornou rainha de Tirinto.

Na tragédia Andrômeda, de Corneille, a nudez da princesa é suprimida e Perseu, em vez das asas mágicas de Hermes, recorre a Pégaso. A identidade do herói é temporariamente oculta; o nome do personagem misterioso só é revelado depois de sua chegada, em uma epifania característica do modelo heroico.

Com a fonte mitológica reduzida ao simples quadro de uma jovem agrilhoada à beira-mar, esperando pela morte, Corneille viu-se obrigado a enriquecer a ação. O primeiro ato mostra Vênus exigindo uma só vítima para o sacrifício, em lugar de inúmeras expiações e anunciando uma rivalidade amorosa entre o desconhecido guerreiro e Fineu. Só no segundo ato Andrômeda sabe que é ela mesma a vítima escolhida.

Andrômeda, exposta (vestida), espera a morte com firmeza, mas Perseu, montado em Pégaso, liberta-a e mata o monstro Ceto. Para manter o interesse do espectador, o ato termina com uma retomada da ação. Netuno (Posseidon), furioso por um filho de Júpiter (Zeus) tê-lo desafiado em seu próprio império marinho, ameaça perturbar a festa, enquanto Fineu, enciumado, tenta matar Perseu, que escapa usando a cabeça da Medusa como arma. Com Fineu morto, a ação termina em uma apoteose estrelada: Júpiter, Juno, Perseu, Netuno (reconciliado), Cassiopéia e Andrômeda brilham no céu pela eternidade.

Na adaptação operística de Quinault, Perseu aumenta o número de personagens e a divisão dos papéis principais é equilibrada criando-se Mérope, uma jovem prometida ao herói. Disso resulta um imbróglio que complica a relação entre os dois homens e as duas mulheres: Andrômeda, que ama Perseu e é amada por ele; um rival, Fineu, que corteja a heroína; e uma rival, Mérope, que reclama o coração de Perseu. Também para enriquecer a trama, Quinault põe em cena episódios anteriores como “a culpa de Cassiopéia” e “a decapitação de Medusa”.

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